Estudo mostra que poluição atmosférica representa risco maior do que o consumo de tabaco ou álcool. Incêndios florestais, amplificados pela crise climática, agravam o problema.

A informação é de ClimaInfo, 06-09-2023. 

A poluição do ar traz mais risco à saúde global do que o tabagismo ou o consumo de álcool, e o perigo é ainda maior na Ásia e na África. É o que mostra o relatório anual Air Quality Life Index 2023, elaborado pelo Instituto de Política Energética (EPIC, na sigla em inglês) da Universidade de Chicago.

Em relação à qualidade do ar, a poluição por partículas finas – emitidas por veículos a combustíveis fósseis, indústria e incêndios – representa “a maior ameaça externa à saúde pública” no mundo, destaca o documento. No entanto, os pesquisadores ressaltam que os recursos contra a poluição atmosférica representam apenas uma pequena fração daqueles, por exemplo, dedicados às doenças infecciosas, informa a Folha.

Segundo o EPIC, se o limite da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a exposição a partículas finas fosse respeitado em todas as circunstâncias, a esperança de vida global aumentaria 2,3 anos, com base em dados recolhidos em 2021. Em comparação, o consumo de tabaco reduz a esperança de vida global numa média de 2,2 anos, e a subnutrição infantil e materna, em 1,6 ano, detalha o Público.

A situação é ainda pior em algumas regiões do mundo, aponta o documento. As pessoas que vivem em quatro países do Sul da Ásia – Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão – deverão perder cerca de cinco anos das suas vidas, em média, devido à poluição atmosférica, destaca o Earth.org.

O estudo do EPIC mostra que as pessoas que vivem na África Subsariana e no sul asiático têm uma probabilidade significativamente maior de morrer devido à poluição do ar. Nessas regiões, as taxas de mortalidade são aproximadamente 100 vezes superiores às da Europa e da América do Norte.

Apesar de ainda enfrentar graves problemas, a China é elogiada pelos pesquisadores por ter reduzido seus níveis de poluição atmosférica em 42% entre 2023 e 2021, informa a CNN, tornando-se uma rara história de sucesso no sul da Ásia. Com isso, a esperança média de vida do cidadão chinês é agora 2,2 anos mais longa, afirmam.

O impacto da poluição do ar sobre a saúde foi destaque também no Wall Street Journal, Reuters, Sky News, Euronews e Japan Times.

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