30 Agosto 2023
O empresário deve manter contato com o trabalho, se não quiser se tornar especulador ou rentista, afirmou o Papa Francisco em uma carta lida, nesta segunda-feira, em Paris, diante de empreendedores associados ao principal sindicato patronal francês.
A reportagem é publicada por Página/12, 28-08-2023. A tradução é do Cepat.
“Uma das crises mais graves de nosso tempo é a perda de contato do empresário com o trabalho de sua empresa e, portanto, com seus trabalhadores, que se tornam invisíveis”, escreveu na carta datada em 13 de julho.
“O empresário também é um trabalhador” e “permanece sendo empresário enquanto trabalhar”, destacou o Pontífice na carta lida pelo bispo de Nanterre, dom Matthieu Rougé, em uma reunião do sindicato patronal Medef.
Contudo, “quando o empresário não trabalha mais, transforma-se em especulador ou em rentista (...)”, continuou Francisco.
Para o Sumo Pontífice, “os capitais humanos, éticos e espirituais valem mais do que os capitais econômicos e financeiros”.
“Sem novos empresários, nossa terra não resistirá ao impacto do capitalismo. Até agora, fizeram coisas, alguns fizeram muito, mas não é suficiente”, porque “estamos em um período urgente, muito urgente”, advertiu.
“Hoje, uma forma cada vez mais importante de participar no bem comum é criar emprego, emprego para todos, especialmente para os jovens”, acrescentou Francisco na carta.
O Papa Francisco afirmou se sentir “feliz” em visitar, na quinta-feira, a Mongólia, país de maioria budista, onde se reunirá com “um povo nobre e sábio”, dotado de uma Igreja “pequena em tamanho, mas dinâmica em sua fé e caridade”.
“Esta é uma visita muito desejada”, ressaltou o pontífice após a oração dominical do Angelus, no Vaticano.
Esta viagem “ao coração da Ásia”, que terminará no dia 4 de setembro, será uma boa oportunidade “para conhecer de perto um povo nobre, sábio e com uma grande tradição religiosa”, afirmou.
País ex-satélite da União Soviética, que se tornou uma democracia em 1992, a Mongólia tem uma das menores comunidades católicas do mundo, estimada em cerca de 1.450 membros, em um total de três milhões de habitantes.
A viagem de nove horas entre Roma e a capital da Mongólia, Ulaanbaatar, também será um teste para a saúde do Pontífice argentino, de 86 anos, que foi submetido a uma grande cirurgia abdominal, em junho, e tem problemas de mobilidade em um quadro de saúde delicado.
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Papa Francisco: “Quando o empresário não trabalha mais, torna-se especulador” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU