“Zugspitze”, na Alemanha, abriga um réquiem para uma geleira moribunda

(Foto: Jonas Allert | Unsplash)

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05 Agosto 2023

Para chamar a atenção sobre as consequências do aquecimento global sobre o clima, o pastor Uli Wilhelm, da Igreja Evangélica Luterana da Baviera, e o agente de pastoral Florian Hammerl, da Arquidiocese Católica de Munique e de Freising, celebraram, no dia 25 de julho, um réquiem no pico mais elevado da Alemanha, o “Zugspitze”, com 2.962 metros de altitude.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

O “Zugspitze” está perdendo uma geleira, a “Schneeferner” do norte. De 2014 a 2022 ela diminuiu em quase um terço a sua espessura, passando de 39 metros em seu ponto mais espesso para 27 metros. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, um terço das geleiras nos Alpes suíços desapareceu entre 2001 e 2022.

O “Réquiem para uma Geleira Moribunda” teve até música inédita – a Elegia do Fim do Gelo Eterno – composta pelo diretor musical eclesiástico Wilko Ossoba-Lochner, informou o serviço de imprensa da Federação Luterana Mundial.

“Vejo como a geleira está ficando cada vez menor”, disse o pastor Wilhelm, que também constata o choque das pessoas que a conheceram anos atrás e a veem hoje. “Essas mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais um problema pastoral, pois despertam medos profundos”, arrolou.

(Foto: Angelika Warmuth | epd-bild)

Hammerl pediu para que as mudanças climáticas sejam enfrentadas por todos e todas. “Aqui em cima sopra a areia do Saara, as cinzas da selva ardente do Brasil, a fuligem e a poeira das cidades”, disse. A geleira, as pessoas, o clima, as plantas, os animais, “nós todos estamos conectados”, frisou.

O geofísico Dr. Till Rehm, vinculado à estação de pesquisa do “Zugspitze”, que teve a ideia da realização de um réquiem, comentou que o desaparecimento dessa geleira no ponto mais elevado da Alemanha é irrelevante no sentido mais amplo.

Os verdadeiros dramas do derretimento, apontou, “estão acontecendo em outras partes do mundo, na América do Sul, no Himalaia. A agricultura ali será impossível por falta de água, as pessoas morrerão de sede porque não haverá mais água vindo das montanhas. O que está acontecendo aqui no Zugspitze é apenas uma pequena indicação das catástrofes que as pessoas estão enfrentando em outros lugares”, alertou.

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