11 Mai 2023
"Tivesse excluído o revólver de sua política de armamento, aquele governo teria investido em revolver a facilidade com que grupos do tráfico, milicianos, bandidos individuais tinham, e ainda têm, alcance a revólveres", escreve Edelberto Behs, jornalista.
Eis o artigo.
A exclusão de um acento teria dado outra configuração ao governo que promoveu o armamento da população. O capitão aparentemente não acreditava na polícia, pois incentivou a aquisição de armas por “pessoas de bem”, para que pudessem se defender.
Pois é, tivesse tirado o acento do revólver, o governo genocida poderia ter aplicado o revolver na agricultura, na saúde, na educação. Poderia incentivar o revolver a terra e receber novas sementes. Poderia revolver o negacionismo e mais pessoas teriam se salvado da covid-19. Teria revolvido a pesquisa, dando dignidade ao Brasil.
Mas não. Insistiu no revólver. Deixou de revolver o ódio ao que pensa diferente. Preferiu o revólver à pacificação! E revolveu-se em tantas mentiras e trapalhadas que nem o revólver resolveu. Os acontecimentos em Brasília em 12 de dezembro e 8 de janeiro foram na base do revólver, mas não conseguiram revolver o voto.
E agora esse pessoal “patriota” até a medula tem sua vida revolvida pela Polícia Federal, que usa, sim, o revólver. Até o ex-presidente teve sua residência revolvida e teve que entregar o seu celular para que seja revolvido. Na casa do ex-ministro da Justiça a polícia encontrou, no ato de revolver, umas tabelas suspeitas.
Tivesse excluído o revólver de sua política de armamento, aquele governo teria investido em revolver a facilidade com que grupos do tráfico, milicianos, bandidos individuais tinham, e ainda têm, alcance a revólveres. O uso do acento foi uma das políticas públicas fatais aplicadas com sucesso pelos que agora se sentem revolvidos.
A expectativa de boa parte da população brasileira é ver defensores do revólver se revolvendo em pequenos espaços públicos, cercados e bem guarnecidos. Talvez lá, a fim de passarem o tempo, entendam, e pratiquem, a ação de revolver a terra armando pequenos canteiros de hortaliças.
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Revolver as armas é mais interessante que usar o revólver. Artigo de Edelberto Behs - Instituto Humanitas Unisinos - IHU