28 Junho 2023
Em celebração ecumênica na Catedral de Saint Pierre, em Genebra, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) comemorou os 75 anos de existência, desde sua fundação três anos após o fim da II Guerra Mundial.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
"As pessoas se reuniram em Amsterdã em 1948 com o claro propósito de unir as igrejas do mundo e torná-las um instrumento de paz", disse o moderador do Comitê Central do CMI, bispo Heinrich Bedford-Strohm, da Baviera, em seu sermão no culto de 25 de junho.
“Eles declararam claramente que a guerra é contra a vontade de Deus e que nossa tarefa como cristãos é exatamente superar o nacionalismo e outras formas de divisão entre os povos, que acabaram de resultar nesta terrível guerra mundial com tantos milhões de vítimas”, continuou ele.
Na homilia, Bedford-Strohm disse que, como alemão, sentia vergonha pelo fracasso do testemunho cristão em seu país diante da guerra que ceifou 60 milhões de vida, de seis milhões de judeus assassinados em campos de concentração e câmaras de gás. "As igrejas cristãs na Alemanha não se manifestaram contra esta guerra", destacou. “A maioria de seus representantes seguia e legitimava religiosamente uma ideologia de Estado, que estava em profunda contradição com a fé cristã”.
O bispo alemão lembrou como os delegados em Amsterdã se comprometeram a colocar Cristo antes de todas as outras lealdades do mundo. E indagou: “Onde estamos agora? Vivemos de acordo com o legado de Amsterdã? Somos, como igrejas, realmente um instrumento de paz em todos os conflitos armados deste globo?”
“Gostaria que a resposta fosse um claro ‘sim’, mas não é. Muitas vezes ainda colocamos nossas lealdades nacionais ou políticas antes de nossa lealdade a Jesus Cristo e, às vezes, nem percebemos isso”, alertou. “É por isso que temos que ouvir a Bíblia!”
A 1ª Assembleia do CMI, de 22 de agosto a 4 de setembro de 1948, reuniu 351 delegados de 147 igrejas de diferentes confissões e tradições. Hoje, o CMI congrega 352 igrejas protestantes, ortodoxas, anglicanas, evangélicas, representando cerca de 580 milhões de cristãos em mais de 120 países. O Conselho trabalha em cooperação com a Igreja Católica Romana.
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Conselho Mundial de Igrejas comemora 75 anos de existência numa Europa em guerra - Instituto Humanitas Unisinos - IHU