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Daiara Tukano, artista visual: “A arte indígena não é uma moda”

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03 Março 2023

Seja por meio de suas pinturas gigantes de mulheres indígenas criadoras ou no bate-papo antes da entrevista, entrar em contato com a artista Daiara Tukano é ser surpreendida a todo momento por sua potência, visão crítica afiada e bom humor.

Daiara — que também é ativista, educadora e comunicadora — pertence ao povo Yepá Mahsã, mais conhecido como Tukano, habitante originário do Alto Rio Negro (AM). Em fevereiro, ela esteve em São Paulo para a abertura da sua primeira exposição individual, “Amõ Numiã“, que aconteceu em uma galeria lotada em uma manhã de sábado ensolarada. Sua primeira fala sobre a repercussão do evento já arrebata: “Achei incrível que tinham muitas crianças e até três cachorros”.

Em entrevista exclusiva à Mongabay, a artista não passa pano para museus com espírito colonial, conta da importância de ver as mulheres indígenas no governo e cita a drag queen estadunidense RuPaul para falar do que lhe move quando cria.

A entrevista é de Mariana Della Barba, publicada por Mongabay, 01-03-2023.

Eis a entrevista.

A arte faz a luta dos indígenas chegar mais longe? Vai onde a informação vinda de ONGs, por exemplo, não chega?

Com certeza a obra de músicos, pintores e influencers indígenas alcança um público muito além do que os que já acompanham a pauta discutida no Congresso. Nossas expressões artísticas e nosso engajamento político são fundamentais para nossa luta e para envolver cada vez mais gente.

No Enem, tinha uma questão sobre os povos tradicionais e recebemos um retorno incrível de alunos contando que citaram nossas obras. Muitos me contaram que conheceram meu trabalho no Cura [circuito de arte urbana de BH]. De outra maneira, talvez essas pautas demorariam a chegar a esses adolescentes — ou nunca chegariam. É uma pauta que está se naturalizando na escola, na mídia, na música… Como os rappers Guarani-Kaiowá [Brô MCs] que tocaram no Rock in Rio.

Esse tipo de visibilidade importa demais, e não apenas pela questão política. Também é ótimo ver que as pessoas estão realmente apreciando artisticamente esses trabalhos.

Essa maior projeção pode ajudar no financiamento de projetos em prol de causas indígenas ou o foco não é esse?

O maior benefício que a gente pode almejar com a nossa arte é o impacto. À medida que alcançamos mais gente, esse público evolui politicamente no sentido de eleger quem defenda nossos direitos.

Queremos brasileiros que entendam que proteger culturas e territórios indígenas é defender uma riqueza que constitui a todos, não uma coisa só do outro. Uma população alheia às violências contra indígenas elege quem quer garimpeiro em Terra Indígena.

O foco é nessa sensibilização e em mostrar que os povos indígenas são diversos e resistem em todo o Brasil. Mas é claro que, se no meio de tudo isso, conseguirmos mais investimentos para desenvolver políticas de justiça social, ótimo também.

Entender essa diversidade dos povos originários é o próximo passo?

Com certeza. É preciso acabar com os estereótipos e essa tentativa de homogeneizar a “imagem do índio”. Somos mais de 305 povos, com demandas distintas. E chega dessa crença de que só tem indígena na Amazônia. Estamos em todos os lugares. Há situações terríveis enfrentadas também em outras regiões, como nas retomadas [ocupação de terras originárias] no Mato Grosso do Sul.

Na arte, é um desafio enorme não apenas mostrar essa diversidade, mas também tornar isso interessante ao grande público. É preciso travar relações diplomáticas com o branco, com o museu e com nossas próprias comunidades para falar da importância de estarmos nesses lugares. E avançar para se discutir como ocupamos esses espaços, sempre ouvindo os eruditos de cada povo, problematizar o que chamamos de arte, discutir nosso fortalecimento cultural, a reparação… Então, o buraco é mais embaixo, né? Mas o céu também é mais em cima [risos]. Só não podemos cair em armadilhas.

Obra Kahtiri Ēõrõ – Espelho da Vida, de Daiara Tukano, em exposição na 34ª Bienal de São Paulo, em 2021.(Foto: Reprodução | Amazônia Real)

Quais armadilhas?

Esse jogo de poder, por exemplo. Os indígenas e nossa arte não são uma moda. Porque a “temática de índio” já foi moda no tempo do José de Alencar, dos modernistas, dos tropicalistas..

Já passou da hora de se fazer uma reflexão profunda sobre essa temática, porque a arte costuma sofrer com uma abordagem ocidental e europeia. Existe uma lacuna sobre as artes de fora da bacia europeia que, por conta dessas relações colonizadoras e civilizatórias, são tratadas como “menos arte”. Muitos museus seguem profundamente coloniais.

Mas temos uma geração que brigou e briga para estar nesses espaços. E não foi por vontade das instituições, mas porque a gente constrangeu esse pessoal. Não vão mais nos colocar numa vitrine, numa salinha. Vamos entrar pela porta da frente e vocês vão ter que se virar para entender que esse espaço também é nosso. Somos os únicos com autonomia para representar nossa visualidade. Nada mais sobre nós sem nós.

Essa ainda é a tônica dos museus? Você vê mudanças?

Ainda vemos muito isso tanto em museus daqui como fora. Mas há discussões no mundo inteiro sobre a arte feita pelos indígenas, que resistiram à colonização genocida e agora estão colocando os pingos nos “is” porque ninguém aguenta mais essa relação de poder… Tá brega, tá rude.

Vejo mudanças como no Museu da Língua Portuguesa, do qual sou curadora da primeira exposição sobre línguas indígenas [“Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”] — uma instituição ciente da sua função educativa, que trabalha reparação, memória e justiça.

Na sua exposição na galeria Millan, você evoca as Amõ Numiã, as duas primeiras mulheres segundo a tradição Tukano, para refletir sobre “a destruição provocada por uma cultura misógina, racista colonial e predatória”. Isso te move de alguma maneira, por meio de uma revolta, uma raiva?

Não. O que me move é o amor mesmo. Gostei muito quando a RuPaul [drag queen estadunidense] falou que há apenas dois sentimentos no mundo, o amor e o medo. Todos os bons sentimentos são decorrentes do amor e os ruins, do medo. Inclusive a raiva. Falamos muito do trauma transgeracional, um elemento que lamentavelmente faz parte da nossa formação identitária. Somos profundamente marcados pelo trauma, vivendo um processo de genocídio até hoje. Então, a tristeza e a raiva são sentimentos que a gente conhece desde criança, mas o que dirige a nossa luta não é um grito de raiva, é um canto de amor.

Na Marcha das Mulheres, vejo rezas e cantos que falam da criação, do amor pela terra, pelos rios, pelos netos que estão por vir, pelas avós que lutaram para nos alimentar, nos dar direito político de sermos cidadãos. Se não fosse esse amor, não estaríamos aqui.

Já me pressionaram a desenhar coisas mais duras, mas se eu fizesse isso, não aguentaria, porque estou aqui, numa luta para ficar viva. A vida é para ser vivida da melhor maneira possível. A felicidade parece distante quando já se nasce nesse esquema de genocídio. Mas ela é feita de pequenos e raros momentos. E é por esses momentos que o nosso povo continua de pé.

Ver Sonia Guajajara ministra e o Ministérios dos Povos Indígenas foi um desses momentos?

Foi uma vitória. Já tinha chorado muito quando Joenia Wapichana foi eleita [em 2019], um momento histórico de “abre-alas” do movimento indígena na política que culmina com Sonia e Célia Xakriabá.

O Ministério é uma conquista do movimento indígena, uma sensação de que o Estado terá menos argumentos para se omitir diante do genocídio. Sinto um alento, mas sei que não será simples.

Precisamos cobrar a mídia para que todos saibam sobre o que acontece com os indígenas, para que nessa luta haja um envolvimento de todos. Porque nós seguimos balançando maracás e levantando flechas — que não são para atacar, são para conscientizar, para que todos possamos abraçar essa terra, da qual somos todos filhos.

A mostra de Daiara Tukano na galeria Millan (R. Fradique Coutinho, 1360, São Paulo, SP) fica até 11 de março. 

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