11 Janeiro 2023
"Parece que essas pessoas tão religiosas viviam no país das maravilhas e acordaram, no domingo, 8, para a realidade. Não sabiam do perfil de bolsonaristas inconformados com o resultado do pleito de outubro? Não sabiam das mentiras da família Bolsonaro, das rachadinhas, das fake news nas redes sociais, das atividades do gabinete do ódio, do negacionismo do capitão, acreditavam que a Terra fosse plana?", escreve Edelberto Behs, jornalista.
A estultice, ignorância e estupidez dos “patriotas” que invadiram no domingo o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o prédio do Supremo Tribunal Federal é de clamar ao infinito. A mídia mostrou em reportagens os estragos que manifestantes bolsonaristas aprontaram em matérias que não entravam em provocações mais íntimas, como defecações e mijadas deixadas nos prédios invadidos.
O UOL publicou foto de um “senhor” educadíssimo, calça arriada, de bunda de fora, defecando num espaço do STF, tudo registrado por outra pessoa de bem, que, avaliem, o postou nas redes sociais. Uma cagada monumental, que poderá entregá-lo às autoridades pelas fezes. Urina, fezes e sangue deixados nos prédios são recolhidos para posterior perícia para identificar os autores das façanhas de má educação. Entregar-se-ão pelas fezes!
O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Willy Hauffe, explicou à repórter Lika Almeida, do UOL, que é possível pegar a lista das pessoas que estiveram nos locais invadidos e pedir judicialmente uma coleta do material genético e confrontá-lo com os materiais orgânicos encontrados. Identificado o DNA, é produzido um laudo que vai para um banco de dados criminal chamado Combined DNA Index System (Codis).
O UOL também publicou foto e perfil de pessoas que conclamaram “patridiotas” às manifestações em Brasília ou às barreiras previstas em rodovias e refinarias país afora como a última oportunidade para evitar que o Brasil caia no comunismo (santa ignorância!). A PF tem em mãos uma pista perfeita para chamá-las à responsabilidade. Entre os perfilados aparece o pastor evangélico Thiago Bezerra, de Goiânia. Ele tinha um perfil com mais de 100 mil seguidores no Instagram.
Outro bolsonarista que atuou na convocação de manifestantes a Brasília foi o cantor gospel Salomão Vieira, vinculado à Assembleia de Deus em São Paulo. Mas depois da “cagada” em Brasília, em todos os sentidos, literal e simbólico, tratou de condenar no seu Instagram, onde tem 335 mil seguidores, as ações dos vândalos.
O mesmo fez a cantora gospel Fernanda Ôliver, com 135 mil seguidores no Instagram. Em nota ela negou qualquer responsabilidade sobre as depredações, embora tenha convocado o pessoal para as manifestações em Brasília. “Nunca falei sobre vandalismo nas manifestações”.
O que esperar de um bando de idiotas que rasgam a tela de um Di Cavalcanti, quebram porcelana chinesa, estragam um relógio de 200 anos que pertencia a Dom João VI? Di Cavalcanti, quem é esse italiano? Dom João, ora bispo não precisa de relógio. Vocês, pastor, cantores gospel, achavam que estavam chamando os coros angelicais para a manifestação golpista na capital federal?
Parece que essas pessoas tão religiosas viviam no país das maravilhas e acordaram, no domingo, 8, para a realidade. Não sabiam do perfil de bolsonaristas inconformados com o resultado do pleito de outubro? Não sabiam das mentiras da família Bolsonaro, das rachadinhas, das fake news nas redes sociais, das atividades do gabinete do ódio, do negacionismo do capitão, acreditavam que a Terra fosse plana?
Depois da “cagada” trataram, com toda a santidade possível, de tirar o corpo fora. Mas, por favor, não façam como o “cagão” que vocês seguem e foi se esconder em Orlando, junto ao Mickey e o Pateta, nos Estados Unidos. Assumam vossas cagadas para evitar dores de barriga futuras.
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Pego pelas fezes. Artigo de Edelberto Behs - Instituto Humanitas Unisinos - IHU