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Racionais MC's, gratidão! Artigo de Ricardo Corrêa

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25 Novembro 2022

"A humildade dos Racionais é um de seus maiores patrimônios, mesmo com o enorme reconhecimento e importância que alcançaram na cultura brasileira. Os rappers não se renderam a arrogância e estrelismo como muitos artistas por aí. Eles continuam conectados ao povo preto e pobre", escreve Ricardo Corrêa, especialista em Educação Superior e Tecnólogo industrial.

Revolucionários Negros não caem do céu. Somos gerados por nossas condições. Moldados por nossa opressão. Estamos sendo fabricados em massa nas ruas. − Assata Shakur

Eis o artigo.

Quando fiquei sabendo que o documentário "Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo" estava disponível no catálogo da Netflix, fiquei bastante empolgado. Já imaginava que seria mais uma aula de alto nível sobre a cultura Hip Hop e consciência política em prol do povo preto e pobre. Não é por acaso que os quatro pretos se consolidaram como um dos maiores grupo de rap da história. Eles não brincam em serviço. E eu não estava enganado. Edi Rock, Ice Blue, Kl Jay e Mano Brown, e todos que fortaleceram a produção do documentário, registraram mais um material imprescindível para a luta do povo preto, inspirando à continuidade da revolução através das ideias e comportamentos. Esse é um aspecto importante que lembra a reflexão da intelectual Angela Davis (1972) "quando se fala em revolução, a maioria das pessoas pensa em violência; sem perceber que o conteúdo real de qualquer tipo de impulso revolucionário está nos princípios e nos objetivos pelos quais você está lutando − não na maneira como você os alcança”.

Eu faço parte do contingente preto que nasceu e cresceu na periferia da Zona Leste de São Paulo, e passei por muitos perrengues que são comuns na vida de quem sobrevive nesses territórios. Tive por vários anos intimidade com a miséria e a fome, conheço pessoas que estão encarceradas, amigos assassinados, adoecidos. Mas, as nossas vidas não se resumem em tristezas, há uma porção de alegrias que surgem com as lutas que travamos diariamente. Não é porque o Estado está ausente que nós nos permitiremos agonizar sem resistência. A conta de luz e água que conseguimos pagar, a reforma da moradia, a compra no supermercado, o ingresso dos filhos em cursos ou faculdades, a carteira assinada, a roda de capoeira, o bate bola no campinho, o churrasquinho no samba da comunidade, tudo isso nós celebramos. Coisas que soam banais aos pertencentes aos extratos superiores, economicamente, mas para nós têm muito valor. Na nossa sobrevivência há ódio e alegria, sorrisos e lágrimas. Tudo junto e misturado.

Tive a oportunidade de prestigiar diversas apresentações dos Racionais MC's. Nos anos 90, eu era adolescente. A cena black em São Paulo estava bombando. Diversas emissoras de rádio tinham programações dedicadas ao rap, muitos bailes eram embalados pelas equipes de som como a Chic Show, Kaskatas, Zimbabwe, Black Mad. No centro da cidade, especificamente, na região do Largo São Bento e na Rua 24 de maio, os pretos e as pretas de todo canto se encontravam. Era muita ideia rolando na época. Eu e meus amigos usávamos camisetas escritas "100% Preto", "Preto Tipo A", "Black Power", frases dos grupos de rap, e outras com estampas do Malcolm X. Na saída dos bailes íamos embora caminhando, pois quase sempre não tínhamos dinheiro para o transporte. No trajeto cantávamos a plenos pulmões a canção "Pânico na Zona Sul", "Homem na Estrada", "Fim de semana no parque". O orgulho preto era cultivado diariamente com as canções dos Racionais MC's.

O documentário resgatou essa época, e foi o gatilho para a nostalgia me pegar de jeito. A história dos integrantes lançou luz à sensibilidade e desconstruiu a imagem marrenta que na maioria das vezes se atribui ao grupo, e dialogou com o talento e os objetivos ideológicos que os trouxeram até aqui. E retratou o enfrentamento destemido à opressão, que colocou o grupo como o inimigo número 1 do sistema. Confesso que a minha admiração e respeito alcançou níveis incalculáveis.

Para terminar este texto quero registrar que a humildade dos Racionais é um de seus maiores patrimônios, mesmo com o enorme reconhecimento e importância que alcançaram na cultura brasileira. Os rappers não se renderam a arrogância e estrelismo como muitos artistas por aí. Eles continuam conectados ao povo preto e pobre. O documentário não me deixa mentir. Infelizmente, alguns dos meus amigos que foram assassinados não podem presenciar o quão grande o grupo se tornou, mas tenho a certeza que se estivessem entre nós se emocionariam como eu. E não me resta outra coisa a não ser desejar aos Racionais MC's, vida longa. Gratidão!

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