08 Novembro 2022
Três universidades jesuítas dos EUA realizaram atividades como show de drags queens e exposição de história LGBTQIA+ no início deste ano letivo.
A reportagem é de Andru Zodrow, publicada por New Ways Ministry, 07-11-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
No dia 11 de outubro, no “National Coming Out Day” (que pode ser traduzido como o “Dia Nacional de Sair do Armário”), um show de drags patrocinado pela universidade foi realizado na Saint Louis University – SLU, Missiouri, de acordo com o jornal estudantil The University News. O evento atraiu um grande público.
Um pequeno grupo de manifestantes anti-LGBTQIA+, sendo que um dos membros alegou ser padre, protestou contra o evento. Além disso, o presidente da Federação de Republicanos Universitários do Missouri, um estudante da SLU, encorajou os leitores de uma publicação de extrema-direita a procurarem o contato do funcionário da universidade que organizou o evento. No entanto, o show ainda continuou como planejado, e tanto alunos quanto funcionários participaram, incluindo a estudante do segundo ano Emma Lercher, que observou a importância da SLU criar espaços para expressão queer:
“Acho que a história queer e drag é principalmente apagada quando se trata de falar sobre a história americana. Então eu acho ótimo que a SLU esteja destacando isso com este evento e estou muito animado”, disse Lecher.
Os membros da Rainbow Alliance (Aliança Arco-Íris) ecoaram o sentimento de Lercher:
“Nos empolgamos muito por ser um grande evento que é apenas uma celebração da alegria queer”, disse Abby Pribble, membro do conselho executivo da Rainbow Alliance e estudante da SLU.
O evento foi aberto à comunidade, e possivelmente se tornará um evento anual.
O Centro Intercultural da Creighton University – CIC ofereceu programação durante todo o mês de outubro, que foi o Mês da História LBGTQIA+, para celebrar os estudantes queer. Um desses eventos na escola de Omaha, Nebraska, foi o “Jays OUT Day”, que destacou a importância de criar uma comunidade de campus inclusiva, de acordo com o jornal universitário The Creightonian:
“O Jays OUT Day é a resposta da Creighton University ao National Coming Out Day. Aconteceu há cerca de cinco anos. Isso aconteceu porque temos uma comunidade realmente saudável e queremos que eles se sintam bem-vindos aqui no campus”, disse Curtis Taylor, diretor assistente do CIC.
Na Creighton University, a Gender and Sexuality Alliance – GSA (Aliança de Gênero e Sexualidade de Creighton) também organizou um evento com o Departamento de Teologia da universidade intitulado “Cristianismo Queer: intersecção de identidades LGBTQIA e de fé”, que explorou as alegrias e lutas de ser uma pessoa queer de fé. David Tavarez, secretário da GSA, descreveu o objetivo do evento:
“A premissa é absolver a culpa com religião e ser uma pessoa queer, e está aberta a qualquer pessoa. É para as pessoas ouvirem sobre como ser religioso e queer”.
Uma nova exposição na St. Joseph's University – SJU intitulada “Celebrando 30 Anos da Aliança”, celebrou a Gay Straight Alliance (“Aliança Gay Forte”, em tradução livre), agora chamada SJUpride (Orgulho SJU), inaugurada no final de outubro de acordo com o jornal The Hawk.
O evento na escola da Filadélfia culmina o trabalho da equipe da biblioteca, incluindo a diretora Anne Krakow, e da pesquisa acadêmica realizada pelo estudante Kevin Hoban, que conduziu entrevistas sobre a história da homofobia na SJU para um projeto.
A exposição destaca a rica história LGBTQIA+ no campus:
“A Aliança foi criada em 1989 por Richard O'Malley, um ex-administrador; pelo jesuíta Vincent Genovese, então professor de filosofia; e a Dra. Lourene Nevels, então psicóloga escolar e professora de psicologia. O nome original do grupo era Committee on Sexuality and Sexual Minorities – COSASM (Comitê de Sexualidade e Minorias Sexuais), e incluía professores, funcionários e alunos”, de acordo com a irmã Elizabeth A. Linehan, professora emérita de filosofia e ex-membro do COSASM, atualmente do membro do conselho consultivo do New Ways Ministry.
Os nomes do clube mudaram ao longo dos anos, assim como as estratégias do grupo para apoiar os estudantes LGBTQIA+. Ann Green, professora de inglês e membro da The Alliance, descreveu as mudanças nas necessidades dos estudantes queer ao longo dos anos:
“A certa altura, havia uma linha direta... Eles tentaram um grupo de apoio, mas as pessoas não vinham para ele naquele momento porque ninguém queria sair. E então, em algum momento, começamos a fazer a Semana Arco-Íris. E depois se tornou a Semana da Unidade e, em seguida, tornou-se o Mês da Unidade. E logo começamos a Formação em Zona Segura”.
As formações começaram em 2001 e ainda ocorrem na escola, e oferecem tanto uma história da comunidade queer no campus quanto formas de criar um ambiente seguro para todos os alunos. O jesuíta Thomas Brennan, professor de língua inglesa, espera que a exposição recorde os alunos do progresso que foi feito e o trabalho que ainda precisa ser feito:
“Os alunos precisam lembrar onde isso começou... não foi algo que surgiu do nada. Existem antecedentes reais e importantes e as pessoas correram riscos. E essa cultura que temos, acho que temos muito trabalho a fazer nessa questão. Mas chegamos até aqui, não apenas por sorte, mas porque as pessoas deliberadamente escolheram”.
A exposição estará disponível para os membros da comunidade durante o resto do mês e serve como um lembrete das décadas de trabalho realizado por pessoas LGBTQIA+ e aliados para criar um campus inclusivo.
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EUA. Universidades Jesuítas organizam show de drags e celebram a história queer - Instituto Humanitas Unisinos - IHU