O ataque do Papa Francisco às “rendinhas” nas missas. “Às vezes podemos usar, sim, mas para prestar homenagem a uma vovó, certo?”

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14 Junho 2022

 

Durante a reunião com padres e bispos da Sicília, o Papa Francisco expressou sua preocupação com a implementação das reformas litúrgicas do Vaticano II.

 

A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix International, 10-06-2022. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 


O Papa Francisco gentilmente repreendeu padres e bispos da Sicília por usarem trajes litúrgicos e vários outros adereços retrógrados que depredam as reformas do Concílio Vaticano II.

 

“Deixem-me ser claro”, disse ele ao grupo durante a audiência de quinta-feira no palácio papal. “Ainda há barretes e rendas... Mas onde nós estamos? Sessenta anos depois do Concílio!”, exclamou Francisco.

 

Durante essa audiência, Francisco confirmou que está preocupado com a implementação das reformas conciliares na ilha italiana.

 

“Eu não vou a missa lá, mas vejo as fotos”, explicou, comentando sobre as vestimentas litúrgicas pré-conciliares que alguns padres ainda usam.

 

“Sim, algumas vezes nós podemos usar um pouco de rendinha de vovó, mas somente às vezes. E isso para prestar homenagem a uma vovó, certo? Vocês devem entender isso, certo?”, disse o papa.

 

“É bom prestar tributo a uma vovó, mas é melhor celebrar a Mãe, a Santa Madre Igreja, e a forma como nossa Madre Igreja quer ser celebrada”, acrescentou.

 

Libertar a “piedade popular” das superstições

 

O papa expressou preocupação que a “insularidade” dificulta “a verdadeira reforma litúrgica”. Mas ele também encorajou padres a libertarem a “piedade popular” de “todo gesto supersticioso”.

 

“A piedade popular é uma grande riqueza e nós precisamos preservá-la, acompanhando para que isso não se perca. Nós também devemos educá-la”, disse Francisco.

 

Como regularmente faz, o Papa Francisco encorajou os padres a evitarem “sermões que falam sobre tudo e sobre nada”, e maiores que oito minutos.

 

“Mantenham em mente que depois de oito minutos, a atenção se esvanece e as pessoas querem substância”, insistiu.

 

“Eu não sei como os padres sicilianos pregam, se eles pregam como sugerido na Evangelii Gaudium ou se eles pregam de uma forma que o povo sai para fumar um cigarro e depois volta”, falou Francisco, referindo-se a sua exortação apostólica de 2013.

 

Seus comentários ecoaram um aborrecimento que ele já expressou outras vezes com algumas formas de liturgia, notavelmente ligando as formas pré-conciliares da Missa para um tempo passado – ou um que está desaparecendo.

 

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