06 Junho 2022
A pastora presidenta da Igreja Evangélica Luterana da América (ELCA), bispa Elizabeth A. Eaton, decidiu não abrir processo disciplinar contra e bispe transgênero Megan Rohrer, mas pediu que elu pedisse demissão do ministério pastoral. Rohrer é acusade de racismo, maus tratos e comportamento antiético.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
A renúncia, justificou Eaton, seria “do melhor interesse a todas as partes envolvidas”. “Acredito que e bispe Rohrer perdeu a confiança de muitos constituintes, tanto dentro quanto fora do Sínodo da Serra Pacífico” (onde fora eleite para o cargo). Um processo disciplinar, justificou Eaton, levaria muito tempo e talvez chegasse à mesma conclusão que ela está propondo. Em mensagem no Twitter, Rohrer afirmou que está “ouvindo profundamente e com discernimento de oração” a sugestão da pastora presidenta, que espera uma resposta.
A Associação de Ministérios Latinos da ELCA lançou nota na qual expressa tristeza e perturbação pela decisão de Eaton de não abrir processo disciplinar contra Rohrer. A pastora presidenta ignorou “completamente o sofrimento de uma comunidade inteira de cor do corpo da igreja que ela é chamada a servir”, lamentou a Associação. “As comunidades de cor nesta igreja devem se preocupar com a incapacidade da bispa presidente de apoiá-los e protegê-los contra o racismo sistêmico”, agregou.
As organizações African Descent Lutheran Association, European Descent Lutheran Association for Racial Justice e líderes da ELCA apoiaram a nota da Associação latina. Já a liderança do Sínodo Serra do Pacífico expressou, também em nota, apoio a Rohrer. “Não tivemos nenhuma informação direta que nos leve a concluir que e bispe Rohrer perdeu a confiança das congregações e pastores em nossa região ou que é do interesse do Sínodo em geral que elu renuncie”, manifestou-se.
Ao assumir o bispado do Sínodo da Serra Pacífico, em setembro de 2021, Rohrer tornou-se a primeira pessoas trans a chegar a essa posição. Até então, elu atuou como capelane comunitário no Departamento de Polícia de São Francisco e pastoreou a Comunidade Luterana Grace, na mesma cidade.
Em dezembro do ano passado, o próprio grupo LGBT dos Ministros Luteranos Extraordinários (ELM, a sigla em inglês), que combate o racismo, acusou Rohrer de ter um comportamento que estava em desacordo com a missão, visão e valores da instituição.
A resolução mencionou os supostos maus-tratos do bispo em relação ao pastor Nelson Rabell-Gonzalez, da Missão Latina Luterana. “A abordagem de Rohrer no ministério pastoral é incompatível com as expectativas do clero ordenado da ELCA – , pois tem um padrão de abuso, intimidação, manipulação de fatos, engano e assassinato de caráter”. Ao invés de ser motivo de celebração ume pastore transgênero ser eleite bispo, “seu episcopado é uma vergonha para os membros LGBTQIA+ da Igreja Luterana de Nosso Salvador e sua Missão Esperanza”, lamentou o grupo ELM.
Em março passado, o Conselho da Congregação da Igreja Luterana de Nosso Salvador, uma comunidade da ELCA sediada em Fresno e que conta com grande número de membros LGTB, pediu a remoção de bispo e do Conselho do Sínodo, informa o The Christian Post.