06 Mai 2022
Em todo o mundo, mortes pela covid-19 estão no menor nível desde março de 2020, mas alta de casos na África e nas Américas indicam que a pandemia ainda não acabou.
A reportagem é de Tiago Pereira, publicada por Rede Brasil Atual, 04-05-2022.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quarta-feira (4) que os novos casos de covid-19 tiveram queda de 17%, em todo o mundo, na última semana. Já as morte pela doença também recuaram 3%. “As mortes semanais relatadas estão no nível mais baixo desde março de 2020. Mas essas tendências, embora bem-vindas, não contam a história completa”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.
Nesse sentido, ele alertou que, em muitas regiões, os testes e o sequenciamento permanecem “críticos”. “Em muitos países, estamos essencialmente cegos para como o vírus está sofrendo mutações. Não sabemos o que está por vir”, continuou.
Apesar da queda global nos índices da pandemia, a África registrou aumento de 31% em novos casos nos últimos sete dias. Contudo, as mortes caíram 56% no continente. Para a OMS, esse aumento de casos está relacionado ao surgimento das subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron, identificadas pela primeira vez na África do Sul em meados de abril.
Tedros afirmou que ainda é cedo para definir se as subvariantes provocam casos mais agudos da doença. Por outro lado, ele destacou que os dados preliminares indicam que as vacinas disponíveis atualmente ainda protegem contra as cepas.
Nas Américas, os novos casos também subiram 13% nos últimos sete dias. As mortes, no entanto, permanecem praticamente estáveis.
De acordo com a OMS, desde o início da crise sanitária há mais de dois anos, o mundo registrou 511 milhões de casos de covid-19. As mortes pela doença somam 6,2 milhões.
O diretor-geral da OMS voltou a pedir esforços coordenados para que todos países vacinem ao menos 70% de suas populações contra o coronavírus até o fim desse semestre. “A vacinação continua sendo a melhor maneira de salvar vidas, proteger sistemas de saúde e minimizar os casos de Covid longa”.
Por fim, assim como ocorreu com as vacinas, Tedros criticou o acesso desigual entre os países aos antivirais recentemente desenvolvidos para combater a covid-19. “Junto ao baixo investimento em diagnóstico precoce, simplesmente não é aceitável que, na pior pandemia em um século, tratamentos inovadores que podem salvar vidas não cheguem a quem precisa deles. Estamos brincando com um fogo que continua a nos queimar”.
O Brasil registrou hoje 65 óbitos e 20.072 casos de covid-19, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A média diária de mortes calculada em sete dia ficou em 93, com redução de 7% nos últimos sete dias. A média móvel de casos, no entanto, que ficou em 14.785, subiu cerca de 19% na comparação com a semana passada. Ao todo, desde o início da pandemia, o Brasil tem 663.759 óbitos e cerca de 30,5 milhões de casos de covid-19 confirmados oficialmente.
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“Não sabemos o que está por vir”, alerta OMS, sobre subvariantes da ômicron - Instituto Humanitas Unisinos - IHU