27 Abril 2022
Entre os dias 26 e 28 de abril, o espaço Mário Covas, da Câmara dos Deputados, abrigará a exposição “Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro”. Serão expostos produtos da biodiversidade do bioma, feitos, por exemplo, de sisal, fibras, licuri, umbu, mel e maracujá. O objetivo é chamar a atenção para a importância de instituir a Caatinga como patrimônio nacional e apresentar as potencialidades do bioma, que abrange 11% do território nacional.
A reportagem é publicada por Articulação do Semiárido - ASA, 26-04-2022.
A abertura oficial da exposição será dia 26/04, às 18h. “As riquezas da Caatinga, infelizmente, não são de conhecimento da sociedade, mas o Parlamento pode contribuir para mudar essa realidade e disseminar a importância desse bioma, onde vivem cerca de 30 milhões de brasileiras e brasileiros”, explica o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Convivência com o Semiárido, deputado Carlos Veras (PT/PE).
A professora Márcia Vanusa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ressalta que a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro “em que encontramos uma riquíssima biodiversidade ainda desconhecida”. “Dependentes dessa imensa riqueza natural estão 28 milhões de brasileiros que necessitam de políticas publicas para o uso sustentável dessa biodiversidade, promovendo sua conservação e garantindo esses recursos naturais para as próximas gerações”, afirma.
O evento é promovido pela Frente em parceria com especialistas e entidades da sociedade civil ligadas à Caatinga.
Rica e com rara biodiversidade, a vegetação da Caatinga é resiliente às características climáticas do bioma. Parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrada em nenhum outro lugar do mundo. Cerca de um terço da flora e 15% de da fauna são exclusivas.
Com cerca de 735.000 km² de extensão, o bioma cobre a maior parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e uma parcela do nordeste de Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha.
O semiárido é o clima predominante na Caatinga, com baixo nível e irregularidade de chuvas e temperaturas altas, com médias anuais de 27 a 29 graus.
Os dados do Censo Agropecuário de 2017 demonstram que 54% dos estabelecimentos agropecuários da Caatinga têm tamanho de 0 a 5 hectares e que 68% desses estabelecimentos são da agricultura familiar.
Quase metade da Caatinga já está profundamente degradada pela ação humana. Mudanças na cobertura de solo nas últimas três décadas estão agravando o risco de desertificação de partes da Caatinga, segundo análise do MapBiomas feita a partir de imagens de satélite da região, entre os anos de 1985 e 2020.
É urgente que o Congresso Nacional e a sociedade abracem a causa de preservação deste bioma, que é 100% brasileiro!
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Riquezas da Caatinga: potencialidades e possibilidades do bioma 100% brasileiro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU