02 Fevereiro 2022
A Organização Mundial da Saúde alertou que o uso excessivo de luvas descartáveis, “trajes lunares” e a utilização de bilhões de máscaras e seringas de vacinação para ajudar a prevenir a propagação do coronavírus gerou uma enorme quantidade de resíduos em todo o mundo.
A reportagem é publicada por La Jornada, 01-02-2022. A tradução é do Cepat.
A agência de saúde da ONU informou na terça-feira que dezenas de milhares de toneladas de dejetos médicos adicionais sobrecarregaram os sistemas de gerenciamento de resíduos e ameaçam a saúde e o meio ambiente, apontando para a “extrema necessidade” de melhorar esses sistemas e obter uma resposta de governos e pessoas.
“Parte da mensagem para as pessoas é se tornarem consumidoras mais conscientes”, disse a Dra. Margaret Montgomery, funcionária técnica da unidade de água, saneamento, higiene e saúde da OMS. O problema, “em termos de volume, é enorme”.
“Descobrimos que as pessoas usam um excesso” de equipamentos de proteção individual, alertou Montgomery.
A agência disse que a maior parte das cerca de 87.000 toneladas desse equipamento, incluindo o que chamou de “trajes lunares” e luvas, adquiridas entre março de 2020 e novembro de 2021 para combater a Covid-19 acabou descartado no ambiente. Mais de 8 bilhões de doses de vacina aplicadas em todo o planeta significaram um adicional de 143 toneladas de resíduos em seringas, agulhas e caixas de segurança.
“É absolutamente vital fornecer aos profissionais de saúde o equipamento de proteção certo”, disse o Dr. Michael Ryan, chefe de emergências da OMS, em comunicado. “Mas também é vital garantir que ele possa ser usado com segurança sem afetar o ambiente circundante”.
No texto, a Dra. Anne Woolridge, da Associação Internacional de Resíduos Sólidos, disse que o “uso seguro e racional” de equipamentos de proteção individual reduziria não apenas os danos ambientais, mas economizaria dinheiro, reduziria a potencial escassez de suprimentos e ajudaria a prevenir infecções “por meio da mudança de comportamentos”.
A OMS emitiu várias recomendações, como o uso de embalagens e envios “ecológicos”, além de equipamentos reutilizáveis e materiais recicláveis ou biodegradáveis.
A agência pediu investimentos em tecnologias de “tratamento de resíduos não queimados”. Informou que 30% dos equipamentos de saúde em todo o mundo, e 60% nos países menos desenvolvidos, já estavam mal equipados para lidar com as cargas de resíduos existentes, mesmo antes de a pandemia da Covid-19 levá-los a disparar.
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Lixo gerado pela pandemia representa uma ameaça à saúde e ao meio ambiente, segundo OMS - Instituto Humanitas Unisinos - IHU