27 Outubro 2021
Redes de pesca perdidas ou descartadas nas águas, plásticos de toda ordem recolhidos no mar são a matéria-prima de óculos de sol sustentáveis que a Chilli Beans começou a produzir, depois de três anos de pesquisa e desenvolvimento para o aproveitamento desses materiais.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
“Nossos designers ficaram anos pesquisando o método ideal para desenvolver a linha ECO. Tudo porque fizemos questão de proporcionar um produto reciclado, com máxima qualidade e estilo, e que superasse todas as expectativas”, disse o criador da marca, Caito Maia, ao repórter Gabriel Pietro, do portal Razões para Acreditar.
A iniciativa é uma crítica velada ao setor da moda, que produz coleções sazonais e incentiva, assim, o consumo a cada período do ano. “Ser sustentável vai muito além do reciclar, são verdadeiras mudanças de hábito. É um olhar para o que você consome e saber o que gera resíduos no mundo e que pode ser substituído”, definiu Caito.
Parte do lucro obtido com a venda dos óculos sustentáveis da Chilli Beans será destinado à ONG Eco Local Brasil e seus projetos de limpeza e educação ambiental.
Também é dos mares que surge uma boa notícia para um mundo mais limpo. A Ocean Cleanup, uma embarcação inventada para recolher resíduos plásticos espalhados pelas águas oceânicas, concluiu com sucesso sua primeira navegação. Apelidada de Jenny – constituída de dois barcos que arrastam uma longa rede em forma de U - , concluiu com sucesso sua primeira incursão oficial, recolhendo 9 mil quilos de lixo.
Depois dessa experiência bem sucedida, “a grande mancha de lixo do Pacífico pode ser limpa”, anunciou Slat. Com o passar dos anos, correntes oceânicas criaram enormes ilhas flutuantes de lixo plástico. Um dos maiores desses conglomerados fica entre a Califórnia e o Havaí.
O empresário estima que dez Jennies implantados nas cinco maiores ilhas flutuantes nos oceanos poderiam limpar 90% de todo o plástico flutuante até 2040. O Ocean Cleanup usa modelagem computacional que prevê onde e em que velocidade os movimentos na água deslocam o plástico que, depois de recolhido até a costa, passa por reciclagem, informa o repórter em outra matéria sobre meio ambiente.
O sistema permite a captura até de plásticos tão pequenos quanto um milímetro de diâmetro, e não oferece ameaça ou risco à segurança de animais marinhos, pois vem equipado com câmaras, radares e alertas sonoros.
A organização sem fins lucrativos tocada por Slat também lançou barcas interceptadoras em rios, que impedem plásticos e outros detritos flutuantes cheguem até os mares, um processo que é mais barato do que as operações da “Jenny”.
Relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente, lançado antes da COP-26, alerta que se nada for feito a poluição por plásticos duplicará até 2030. O relatório mostra que em 2015 as emissões de gases de efeito estufa causadas por plásticos eram equivalentes a 1,7 gigatoneladas de CO2. Até 2050, a projeção é que essas emissões aumentem para 6,5 gigatoneladas.
Atualmente, os plásticos representam 85% do lixo marinho. A cada ano, cerca de 37 milhões de toneladas de lixo vão parar nos oceanos, o que representa 50 kg de plástico por cada metro de área litorânea.
Para reduzir a poluição por plásticos, a agência da ONU propõe a substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia renovável, e a redução imediata na produção e no consumo de plásticos.
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Plástico recolhido do mar é usado na produção de óculos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU