Venezuela. 41 padres, três bispos e um cardeal morreram devido à covid-19

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16 Dezembro 2021

 

Desde março de 2020 até a presente data, 413 padres e 26 bispos haviam sido infectados pelo coronavírus no país menos vacinado da América do Sul.

 

A reportagem é publicada por La Croix International, 15-12-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

A Igreja Católica na Venezuela perdeu 41 padres, três bispos e um cardeal para a covid-19, diz um recente comunicado da Conferência Episcopal da Venezuela.

De março de 2020 a 13 de dezembro de 2021, 413 padres e 26 bispos foram infectados pelo coronavírus.

Destes, 41 padres e quatro bispos, incluindo um cardeal, morreram, de acordo com estatísticas publicadas em 13 de dezembro.

Ao todo, padres em 38 das 42 províncias eclesiásticas da Venezuela contraíram covid-19, mas foi apenas em 17 dioceses que ocorreram mortes devido ao coronavírus ou causas relacionadas.

A idade dos mortos variou de 40 a 90, com média de 61 anos. O sacerdote mais jovem falecido tinha 36 anos, informa a Fides.

Quatro bispos falecidos – três dos quais eram eméritos – sucumbiram à covid-19. São eles:

 

Dom Cástor Oswaldo Azuaje, de Trujillo, 69 anos, falecido em 8 de janeiro de 2021;

Dom César Ortega, de Barcelona, 82, falecido em 9 de abril de 2021;

Dom Tulio Chirivella, 88, de Barquisimeto, falecido em 11 de abril de 2021;

O cardeal Jorge Urosa Savino, 79, arcebispo emérito de Caracas, falecido em 23 de setembro de 2021.

 

Atualmente, a Igreja da Venezuela tem 2.068 sacerdotes, 345 diáconos permanentes e 60 bispos.

“Em meio à crise global frente à pandemia, os padres não estão isentos dos riscos de contrair a covid-19, numa época em que se busca o consolo do espírito e a proximidade da fé, pela qual os padres oferecem seu serviço à Igreja”, lê-se na declaração da Conferência dos Bispos da Venezuela.

Desde o início da pandemia, os bispos católicos têm sido proativos no monitoramento da pandemia do coronavírus e cobrando a todos na Venezuela o respeito às diretrizes e recomendações de segurança.

Em novembro, bispos católicos na Venezuela instaram o governo a tornar as medidas preventivas da pandemia progressivas e diversificadas com a reabertura das escolas e também criticaram a ação do governo socialista de usar vacinas contra a covid-19 não reconhecidas por organismos internacionais de saúde.

O país fez um progresso tardio na vacinação. A Universidade Johns Hopkins informou que 34,57% dos venezuelanos estão totalmente vacinados, mas o governo diz que esse número é mais do que o dobro no país de 28 milhões de pessoas.

Os relatos da mídia falam de pessoas que enfrentam um longo atraso para a segunda dose, com médicos e vacinados criticando o programa de vacinação do governo como lento e confuso.

Na ausência de um plano de vacinação adequado contra a covid-19, redes criminosas na Venezuela estão ativas com vacinas falsas no mercado clandestino.

Atrasos na compra da vacina são atribuídos às sanções dos EUA. Devido à campanha escalonada de imunização, o país se tornou o menos vacinado da América do Sul.

A Venezuela também está marcada pela violência, revoltas políticas e sociais sob o governo de Nicolás Maduro. Há uma grave escassez de alimentos e remédios, alto desemprego, quedas de energia e hiperinflação.

Em sua assembleia plenária virtual no início deste ano, os bispos expressaram solidariedade com aqueles que estão sofrendo com a pandemia e com aqueles que perderam seus entes queridos. Eles também discutiram maneiras de dar assistência pastoral e espiritual durante a pandemia.

Dom José Luis Azuaje Ayala, arcebispo de Maracaibo e presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, encorajou os fiéis a não perderem a esperança durante a pandemia de covid-19.

“Esta crise com implicações econômicas, culturais e sociais, nos leva a pensar que estamos diante de uma nova crise antropológica”, afirmaram os bispos.

Até 14 de dezembro, havia 438.683 casos confirmados de covid-19 com 5.239 mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

 

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