09 Dezembro 2021
A pandemia não detém a indústria bélica. É o que emerge de um estudo do Sipri (Stockholm International Peace Research Institute), segundo o qual em 2020 o volume de negócios dos cem maiores grupos mundiais que lidam com a defesa aumentou 1,3 por cento. O Instituto desenvolve pesquisas sobre temas como conflitos, armamentos, controle de armas e desarmamento e fornece dados e análises, a partir de fontes livres, a políticos, pesquisadores, meios de comunicação e todo o público interessado.
A reportagem é publicada por L'Osservatore Romano, 06-12-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
O maior volume de negócios foi registrado por empresas estadunidenses, confirmando uma tendência positiva para os gigantes EUA, como a Lockheed-Martin e a Raytheon Technologies.
Já no Velho Continente, a britânica Bae Systems ocupa a sexta colocação no ranking.
Segundo dados do Instituto de Estocolmo, a longa onda de crescimento das vendas começa em 2015 e desde então não conheceu baixas.
De fato, seis anos atrás, as compras e as licenças, principalmente nos Estados Unidos, aumentaram em 10%, situando-se em 23,1 milhões de armas vendidas, o maior número desde a introdução dos controles federais sobre as compra em 1998. O crescimento, segundo o relatório Sipri não diz respeito às sociedades russas e àquelas francesas que continuam a apresentar balancetes com o sinal negativo, embora o programa aprovado em 2016 pelo governo de Moscou para modernizar a indústria bélica russa tenha previsto investimentos de um trilhão de rublos, ou seja, 15,6 bilhões de dólares.
A própria Paris, há três dias, assinou um contrato de 16 bilhões de Euros com os Emirados Árabes Unidos para a venda de 80 caças de guerra Rafale. Nos últimos dias, uma lei foi aprovada na Itália com o objetivo de se opor ao financiamento das empresas produtoras de minas antipessoa, de munições e submunições cluster. De fato, aumentaram as vítimas e os feridos desses artefatos em mais de 20% e a causa, de acordo com o último relatório do Observatório sobre as Minas da ONU, que fala de 7.073 vítimas em 2020 diante de 5.853 em 2019, foi a covid-19 que parou o trabalho de recuperação dos resíduos da guerra. Se em 2013 as vítimas eram em média 10 por dia, em 2020 subiram para 19 por dia. Apesar de mais de 55 milhões de minas no mundo terem sido removidas e destruídas nos últimos vinte anos, o número de mortes de civis ainda é muito alto: em 2020 o 8%, desses 1.872 são crianças.
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Em alta as vendas de armas no mundo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU