11 Novembro 2021
Para cientista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da USP, rascunho de documento final não indica avanços significativos e meta de redução nas emissões até 2030 não será atingida.
O climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), diz que o aumento da temperatura média da Terra deve chegar a 1,5ºC já em 2030 se compromissos climáticos mais ambiciosos não forem firmados na COP26. Ao analisar o rascunho do documento final divulgado nesta quarta-feira, 10, Nobre diz que é praticamente impossível reduzir à metade a emissão de gases do efeito estufa até o fim desta década, conforme previsto no Acordo de Paris, empurrando a adoção de metas maiores mais uma vez para os próximos anos.
A entrevista é de Roberta Jansen, publicada por O Estado de S. Paulo, 11-11-2021.
O climatologista vê aspectos positivos na reunião de Glasgow. Cita o acordo para a redução de metano e o compromisso pelo fim do desmatamento, assinados por mais de cem países. Mas concorda com a ativista Greta Thunberg, que reclama da linguagem vaga dos acordos, sinalizando intenções e ações voluntárias, e nunca compromissos de fato.
“Assumindo que esse é o documento final e não haverá nenhuma mudança revolucionária até sexta-feira, não dá pra abrir uma garrafa de vinho e comemorar”, disse. “Nós, da comunidade científica, que há décadas alertamos para o problema, continuamos muito preocupados.”
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.
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‘Não dá para comemorar resultado da COP’, diz climatologista Carlos Nobre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU