21 Outubro 2021
Fora de programa durante a audiência geral. Um menino de 10 anos foi até Francisco, que o fez sentar na cadeira do regente da Casa Pontifícia, monsenhor Leonardo Sapienza. Nesta criança, disse o Pontífice, está a "coragem e liberdade dos pequenos para se aproximarem do Senhor: as crianças não têm o tradutor automático do coração para a vida".
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada por Vatican News, 20-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
O orador em alemão estava lendo a leitura dos Gálatas, no centro da catequese do Papa durante a audiência geral, quando o pequeno Paolo Jr. subiu tranquilamente as escadas da Sala Paulo VI. Aos dez anos, com um atraso cognitivo, vindo de San Ferdinando di Puglia com a família para Roma, foi direto para a poltrona do Papa e Francisco o viu subir com um sorriso. Assim que a criança apareceu na sua frente, ele apertou suas mãos, dando-lhe um tapinha afetuoso e uma carícia. Em meio ao olhar divertido dos fiéis presentes na Sala, enquanto continuava a leitura da Epístola de São Paulo em várias línguas, o Papa trocou algumas palavras com o menino e perguntou-lhe se gostaria de se sentar ao lado dele. Imediatamente monsenhor Leonardo Sapienza, regente da Prefeitura da Casa Pontifícia, levantou-se para lhe ceder a cadeira.
O menino Paolo Jr. com o Papa Francisco. (Foto: Vatican Media)
Os aplausos começaram espontaneamente e Paolo Jr. se juntou a ele, batendo palmas também, sorrindo obviamente por baixo da máscara. Depois ele olhou em volta e se levantou novamente, voltando para o Papa para segurar suas mãos aos pulinhos. Francisco disse-lhe mais algumas palavras, mas Paolo foi para trás da cadeira papal onde, entretanto, uma cadeira havia sido trazida para monsenhor Sapienza. Ao regente da Casa Pontifícia, a criança pediu para pegar o solidéu do Pontífice, indicando-o com o dedo. Solicitação feita também ao orador em português, padre Antônio Hofmeister, que acabava de chegar ao microfone para fazer a leitura. Paolo Jr., com um gesto espontâneo, pegou-o pela mão e apontou para o Papa, dizendo que queria o solidéu branco. Enquanto isso, os fiéis aplaudiram e tentavam filmar a situação fora de programa com seus smartphones.
O gaúcho Pe. Antônio Hofmeister se preparava para fazer a leitura do Evangelho em português na #AudiênciaGeral, quando...! pic.twitter.com/8rk6IhAi1n
— Vatican News (@vaticannews_pt) October 20, 2021
O menino, depois de abraçar o Papa e de receber um solidéu que pôs na cabeça, foi levado de volta ao seu lugar por sua mãe, que nesse meio tempo havia subido para buscá-lo. Francisco quis recordar a cena no início da catequese: “Nestes dias estamos falando da liberdade da fé, ouvindo a Epístola aos Gálatas. Mas me veio à mente o que Jesus dizia sobre a espontaneidade e a liberdade das crianças, quando esta criança teve a liberdade de se aproximar e se mover como se estivesse em sua casa ...”, disse. “Jesus - recordou Francisco - nos diz: 'Vocês também, se não se tornarem crianças, não entrarão no Reino dos Céus'. A coragem de se aproximar do Senhor, de estar abertos ao Senhor, de não ter medo do Senhor: eu agradeço a esta criança a lição que deu a todos nós. E que o Senhor o ajude na sua limitação, no seu crescimento, porque deu este testemunho que veio do seu coração”. “As crianças, concluiu o Papa - não têm um tradutor automático de coração para vida: o coração vai na frente”.
O menino Paolo Jr. com o Papa Francisco. (Foto: Vatican Media)
A criança de Apúlia não é a primeira protagonista de um acontecimento não programado com o Papa Francisco. Várias vezes no passado, e especialmente durante a audiência geral, crianças de diferentes idades se aproximaram do Papa ou ele mesmo as fez sentar ao lado ou diretamente em sua cadeira ou, nas audiências na Praça São Pedro, as recebeu no papamóvel para o passeio entre os fiéis.
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Paolo, a criança sentada ao lado do Papa: “A sua lição vem do coração” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU