22 Setembro 2021
Na próxima quinta-feira, dia 23 de setembro, às 10h, ocorrerá a palestra “Transumanismo e pós-humanismo no Antropoceno. Evolução tecnológica e autonomia humana” do Prof. Dr. José Manuel de Cózar, professor de Lógica e Filosofia da Ciência na Universidade de La Laguna – Espanha. A fala integra o Ciclo de Estudos A condição humana entre a Biosfera, a Tecnosfera e a Infosfera em tempos sindêmicos, que iniciou em junho deste ano.
José Manuel de Cózar é doutor em Filosofia pela Universidade de Valência e tem-se centrado no estudo das repercussões econômicas, políticas, éticas, sociais e ambientais das novas tecnologias. Realizou pesquisa em várias universidades estrangeiras, incluindo a New York Polytechnic e a Stanford University.
Em 2019, o Instituto Humanitas Unisinos - IHU publicou uma entrevista com o professor intitulada “Antropoceno, transumanismo e pós-humanismo”. Nela, Cózar assevera que “em uma primeira aproximação, poderíamos dizer que o transumanismo é uma visão, cada vez mais ampla entre as elites intelectuais e empresariais, que propugna o melhoramento humano, físico, intelectual e até moral, fazendo um uso profundo e decisivo dos últimos conhecimentos científicos e das tecnologias disponíveis agora ou no futuro. Para alguns, o transumanismo seria uma fase dentro de uma evolução que conduziria ao pós-humano, descendente de nossa espécie, mas muito acima dela em capacidades, como estaríamos nós em relação aos nossos ancestrais distantes”.
Mas alerta: “no entanto, muitos defensores do pós-humanismo observam com receio o movimento transumanista, por acreditar que abraça com demasiada falta de crítica a tecnologia moderna, sem atender adequadamente as desigualdades sociais e todos os tipos de problemas éticos, econômicos, de segurança, etc. que essa aplicação profunda da tecnologia no melhoramento humano poderia trazer consigo”.
Quando questionado sobre o antropoceno, Cózar destaca que “alguns autores dizem que o antropoceno é uma cortina de fumaça que oculta as responsabilidades socioambientais do sistema capitalista dominante, ao distribuí-las injustamente entre a humanidade por completo, e que seria necessário falar muito mais em capitaloceno. Outros autores argumentam que o desenvolvimento do capitalismo moderno, mesmo sendo de grande importância na crise ecossocial global, tem apenas alguns séculos de existência, ao passo que o antropoceno supõe pensar em termos temporais muito mais amplos, de milênios e até milhões de anos. Argumenta-se que já nos tempos neolíticos os seres humanos transformaram substancialmente os ecossistemas, de modo que não se deve jogar toda a responsabilidade no capitalismo”.
Para se aprofundar mais sobre antropoceno, transumanismo e pós-humanismo, seus avanços, vicissitudes, possibilidades e limites, acompanhe a palestra desta próxima quinta-feira, dia 23 de setembro, às 10h, com o professor José Manuel de Cózar.
O Ciclo de Estudos – A condição humana entre a Biosfera, a Tecnosfera e a Infosfera em tempos sindêmicos debate interdisciplinarmente questões relacionadas às cosmotécnicas, ética, transumanismo, pós-humanismo, tecnofeudalismo, digitalização da governança, sistemas de poder, tecnosfera, biosfera e responsabilidade socioambiental. Estas discussões têm o intuito de evidenciar questões humanitárias em meio às transformações ambientais, climáticas e tecnossocietais globalmente vigentes.
Confira aqui a programação completa do evento.
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Transumanismo, pós-humanismo e Antropoceno em debate no IHU - Instituto Humanitas Unisinos - IHU