13 Julho 2021
Disquetes, em desuso desde o final do século passado, foram encontrados na Secretaria de Estado do Vaticano, como parte da investigação sobre propriedade em Londres.
A reportagem é de Loup Besmond de Senneville, publicada por La Croix, 12-07-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Quando se examinam as 487 páginas do relatório investigativo em que os magistrados traçam como o Vaticano foi enganado no chamado “London affair”, um detalhe particular chama a atenção.
Consiste em duas palavras: “floppy disk” (disquete).
Essas palavras aparecem em uma lista de materiais apreendidos pelo sistema de justiça do Vaticano.
Neste caso, investigadores confiscaram cinco disquetes da Secretaria de Estado contendo 1,44 MB de informação.
Mas quem ainda usa disquetes? Eles desapareceram ao final dos anos 1990. E além de tudo, há algum computador entre os muros da Cidade Leonina que ainda possa ler esses discos?
Isso não é impossível.
Na realidade, o Vaticano manteve práticas de comunicação internas que datam de muitos anos atrás.
A Secretaria de Estado é o escritório central da Cúria Romana que auxilia o papa no seu trabalho. Todos os textos publicados pelo Vaticano devem passar ali para validação. E algumas vezes isso demanda que outros dicastérios enviem documentos... via fax!
Muito compreensivelmente, isso deixa perplexa a geração mais jovem de funcionários do menor estado do mundo.
Isso não quer dizer que não existam meios eletrônicos no Vaticano.
Prelados e leigos dependem muito do e-mail e enviam mensagens no WhatsApp ou em seu equivalente mais seguro, o Signal.
Mas a sobrevivência contínua de disquetes e faxes é mais um sinal de que o tempo passa em seu próprio caminho aqui.
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O retorno dos disquetes. Arquivos apreendidos em investigação na Secretaria de Estado do Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU