07 Julho 2021
Valentina, 13 anos sendo pessoinha humana, chama a gente pra conversar. E pergunta, torce as mãozinhas, se emociona, segura um pé.
- Como é que a gente faz pra viver fora do capitalismo?
- Mãe, como tão teus amigos do IHU? Eles são todos incríveis, sempre lutando por um mundo melhor...
- E os trabalhadores dos restaurantes da Unisinos estão fazendo o que?
- Se eu tenho acesso a coisas boas e uma vida bonita, as crianças que moram na ocupação perto do Rio dos Sinos também merecem o mesmo, não é assim que deveria ser?
Eis aí o momento da CPI em que a Senadora Simone Tebet esmiuça o documento picareta escrito em portinglês, aponta os erros elementares de multiplicação que escondiam o destino de US$1 milhão, e desvenda todo o mecanismo da "rachadinha" (roubo) bolsonarista.
Esse é o mecanismo que operou no caso da corrupção da compra da Covaxin.
O ministro da Saúde era um general da ativa. O chefe de compras de vacinas era um coronel da reserva.
Um dos vendedores de vacinas era reverendo. Outro atravessador de vacinas era cabo da Polícia Militar de Minas.
O diretor de logística das vacinas era controlador de voos de aeroporto.
O líder de todos eles era um tenente, que mandava nos coronéis e nos generais.
E os generais nunca sabiam de nada.
Essas séries da Netflix têm roteiros improváveis, com personagens inverossímeis.
Evangélico tem a ver com evangelho. Evangelho tem a ver com Jesus Cristo e a boa nova que ele espalhou. Para minha tristeza, pessoas oportunistas, que sob o manto da piedade transformaram o evangelho em mercadoria e produto de manipulação, usurparam essa palavra. Hoje, dependendo de onde estou, tenho vergonha de ser conhecido como evangélico. Prefiro que me chamem de protestante. Se não tiver a chance de explicar a diferença entre mercenário e pastor (João 10), nem mesmo me atrevo a dizer que sou pastor. Seja como for, não faço parte desse tripé dos "evangélicos" que ajuda a sustentar o governo Bolsonaro. Sei que devo orar pelas autoridades, que elas são necessárias, e que aquelas que promovem o bem e reprimem o mal procedem de Deus (Rm 13). Mas também sei que existem autoridades que receberam o seu poder do dragão (Ap 13.1-10; cf. 12.9). E que existem aqueles que falam como cordeiro, mas estão serviço do dragão e a sua besta (Ap 13.11-18). O povo que se diz evangélico precisa refletir sobre isso. Mais do que nunca, é necessário reavivar em nossas igrejas o dom do "discernimento dos espíritos" (1 Co 12.10), para que não sejamos encontrados dizendo "anátema Jesus", como aconteceu em Corinto (1 Co 12.3).
Agro, evangélicos e "antimáscaras" formam tripé que ainda segura Bolsonaro
Via Giovanni Alves
ERA DO GROTESCO
"A morte perdeu o poder que tinha de abalar profundamente os seres humanos e é digerida com certa rapidez no dia-a-dia. A morte do outro, do próximo, não ameaça nos desestruturar: ela é quotidiana, superficial, pouco significativa. Ela nos chega no meio de múltiplas imagens, sucessivas informações e sensações confusas; em seguida, desaparece, sem deixar traços."
KAREL KOSIK
Jornalismo é compromisso: Cristina Serra
Novo modelo de """black block""" na praça: fotografa com câmera profissional enquanto chuta o vidro do banco, não sabe desenhar o símbolo do anarquismo, usa calça social evangélica e coturno da PM de São Paulo. Vulgo #p2 #infiltrado
Bolsonaro ladrão
Uma imagem para deixar o coração quentinho: Gilberto Gil recebendo o título de Doutor Honoris Causa da Berklee College of Music de beca e chinelo de dedo.
O Brasil que deu muito certo!
#gilbertogil #berkleecollegeofmusic #doutorhonoriscausa #cultura #arte #tropicaliaviva #musicabrasileira
- Mãe, olha lá! Se botar um A na frente desse nome vira um bar de filosofia!
— sentindo-se divertida.
“Acho que uma das coisas mais sinistras da história da civilização ocidental é o famoso dito atribuído a Benjamim Franklin, ‘tempo é dinheiro’. Isso é uma monstruosidade. Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida, é esse minuto que está passando. Daqui a 10 minutos eu estou mais velho, daqui a 20 minutos eu estou mais próximo da morte. Portanto, eu tenho direito a esse tempo. Esse tempo pertence a meus afetos. É para amar a mulher que escolhi, para ser amado por ela. Para conviver com meus amigos, para ler Machado de Assis. Isso é o tempo. E justamente a luta pela instrução do trabalhador é a luta pela conquista do tempo como universo de realização própria. A luta pela justiça social começa por uma reivindicação do tempo: ‘eu quero aproveitar o meu tempo de forma que eu me humanize’. As bibliotecas, os livros, são uma grande necessidade de nossa vida humanizada.”
Antonio Candido
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