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O sagrado, uma força que não dominamos. Artigo de Umberto Galimberti

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15 Julho 2021

 

"A loucura do sagrado, que não atende às regras da razão, é muito mais poderosa que a razão e pode nos engolfar. Por outro lado, não se pode prescindir de certo contato com o sagrado, porque somente daí, e não das regras da razão, podem surgir todas as ideias e os atos criativos", escreve Umberto Galimberti, filósofo, antropólogo e psicólogo italiano, em artigo publicado por La Stampa, 25-06-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

A apresentação do filósofo Umberto Galimberti, intitulada "Pegadas do sagrado" foi realizada em Moiola, como um dos eventos do Nuovi Mondi Festival, o menor festival de montanha do mundo que todos os anos leva milhares de fãs ao Vale do Stura, na região de Cuneo. Para esta décima edição, de 25 de junho a 4 de julho, são esperados Emir Kusturica, Roberto Vecchioni, Maurizio Zanolla “Manolo” e Vito Mancuso. Dois filmes têm estreia mundial: Untolded story of Fatma Kayaci, do diretor turco Orhan Tekeoglu, e Unsettled do iraniano Sadeq Esmaeeli.

 

Eis o artigo. 

Antes dos deuses, no caos do sagrado. Uma dimensão removida, mas ainda assim presente. Também vive em nós, é a raiz dos atos criativos. Sagrado é uma palavra indo-europeia que significa "separado". A referência é a potências que o homem, incapaz de dominá-las, percebe como superiores a si mesmo, e como tais atribuíveis a uma dimensão, a seguir denominada "divina", pensada assim como "separada" e "outra" do mundo humano.

O sagrado não é acessível com os instrumentos da razão que procede por diferenças, porque o sagrado é o lugar do indiferenciado, onde o bem e o mal, o certo e o errado, o bendito e o maldito se con-fundem. Heráclito dá uma imagem clara disso onde diz: “O deus é dia e noite, inverno e verão, guerra e paz, saciedade e fome, e muda como o fogo quando se mistura com perfumes fragrantes, tomando um após o outro os seus aromas”. (fr. B 67). É claro que no indiferenciado não se pode viver, nem se comunicar, nem prever os comportamentos dos outros, muito menos criar uma comunidade.

Por isso, ao contrário do deus, Heráclito novamente afirma: "O homem considera uma coisa justa e outra injusta, enquanto para o deus tudo é belo, bom e justo" (fr. B 102). Do sagrado o homem tende a se manter afastado, como sempre acontece diante do que se teme e, ao mesmo tempo, é atraído por ele como se pode estar em relação à origem da qual um dia nos emancipamos. A salvaguardar a humanidade da irrupção do sagrado foi primeiro a religião que, como quer a palavra, encerra, guardando em si (re-legere), a área do sagrado, para garantir ao mesmo tempo a sua separação e o contato, que no entanto permanece regulado por práticas rituais capazes de evitar, por um lado, a irrupção descontrolada do sagrado e, pelo outro, sua inacessibilidade.

Tudo isso parece ter sido pressagiado pela humanidade antes de temer ou invocar qualquer divindade. De fato, como o maior historiador das religiões do século passado, Gerardus Van der Leeuw nos lembra: “Deus na religião chegou com muito atraso”. Incumbem-se do contato com o sagrado as pessoas consagradas e separadas do resto da comunidade (os sacerdotes), espaços separados dos demais por serem carregados de poder (nascentes, árvores, montanhas e depois templos, sinagogas, mesquitas e igrejas), tempos separados dos demais e denominados festivos, que delimitam os períodos "sagrados" daqueles "profanos" onde, fora do templo (fanum), acontece a vida cotidiana marcada pelo trabalho e pelas proibições (tabus) de onde se originam as regras e as transgressões.

Mas a saída definitiva do sagrado deu-se com o advento da razão que se emancipou da confusão dos códigos e da contaminação dos opostos que caracterizam o mundo do sagrado, onde o princípio da razão que estabelece que uma coisa é si mesma não outra (Zeus é pai dos deuses, mas também relâmpago, chuva, trovão, touro), porque no sagrado vige o indiferenciado.

Mas o indiferenciado também habita o subsolo da nossa alma que costumamos chamar de "loucura", da qual os sonhos, que fazem seu aparecimento quando a nossa consciência está suspensa no sono, descortinam o teatro. De fato, no sonho o princípio da identidade e da não contradição não funcionam - posso ser, ao mesmo tempo, ator e espectador do sonho -, não funciona o princípio da causalidade porque muitas vezes o efeito produz a causa, não funcionam as coordenadas do espaço e do tempo porque um sonho pode começar em Nova York e terminar no Império Romano. É a loucura, testemunha do sagrado que nos habita.

A loucura do sagrado, que não atende às regras da razão, é muito mais poderosa que a razão e pode nos engolfar. Por outro lado, não se pode prescindir de certo contato com o sagrado, porque somente daí, e não das regras da razão, podem surgir todas as ideias e os atos criativos. Por exemplo, Platão diz que os poetas são poetas não quando adquirem a técnica, mas apenas quando são "entusiastas", isto é, habitados pelo deus (en-theós).

Amaldiçoado na comunidade dos homens, o sagrado, com todo o seu conjunto de transgressões divinas, de práticas sexuais proibidas, de formas de violência e de brutalidade, que toda mitologia hospeda sem vergonha e sem restrição (e que nossa loucura pessoal conhece quando perdemos o uso de razão), torna-se abençoado quando é transferido para o exterior. Com esta expulsão o homem é arrancado de sua violência que, divinizada, é colocada além do humano como entidade separada, como algo que diz respeito aos deuses. A prudência gostaria de um devido distanciamento do sagrado para evitar sua irrupção, mas também certo contato com o sagrado para evitar sua remoção, com o risco do retorno inesperado de sua violência inscrita em sua natureza indiferenciada.

O cristianismo dessacralizou o sagrado, suprimindo sua ambivalência e atribuindo todo o bem a Deus e todo o mal ao seu adversário, Satanás, a quem deve ser reconduzida a vulnerabilidade do ser humano e sua rendição ao mal. Ao criar uma aliança com a razão que separa o bem do mal, que no sagrado estão fundidos e confundidos, o Cristianismo progressivamente abandonou todas as práticas rituais que servem para manter distantes os efeitos maléficos das potências superiores que habitam a esfera do sagrado (e da nossa loucura) e para propiciar aqueles benéficos.

Assim se empobreceu a liturgia, foram silenciados os cantos nas celebrações e dos funerais, omitidas as narrativas artísticas nas paredes das nossas igrejas que, como dizia o Padre David Maria Turoldo: “Parecem com garagens onde Deus está estacionado, com os fiéis alinhados à sua frente”. Mas, uma vez removido, o sagrado retorna, e nós, ocidentais, não temos mais nem mesmo uma religião capaz de nos defender.

 

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