20 Mai 2021
“Arde a fronteira entre Ceuta e Marrocos. Onde está o bispo? Por que se escondeu? Por que não deu a cara? Por que não saiu em defesa de Ceuta e dos migrantes?”, escreve em artigo o jornalista espanhol José Manuel Vidal, diretor do Religión Digital, 20-05-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Arde a fronteira entre Ceuta (enclave espanhol no continente africano) e Marrocos, porque as autoridades marroquinas (as quais Europa subcontrata o controle dos fluxos migratórios) querem mais dinheiro e, para fazê-lo evidente, lançaram milhares de crianças ao mar, para que entrassem na cidade ceutense. Depois de vários dias de pressões de um lado e reações fortes do outro, as águas parecem ter se acalmado. E, como sempre, a custo dos mais fracos, dos pobres e dos emigrantes.
Mais uma vez se brincou com as vidas e com os sonhos dos mais pobres. Mais uma vez foram instrumentalizados. Mais uma vez foram isca para os jogos estratégicos de Marrocos.
Uma situação tão indigna e indignante que clama ao céu e que fez com que alguns bispos se mobilizassem. Entre eles, o presidente do episcopado, dom Omella, o arcebispo de Madrid, dom Osoro, o bispo de Vitória, dom Elizalde, assim como o Departamento de Migrações da Conferência Episcopal Espanhola, dirigido por dom Cobo. E, claro, dom Agrelo, o profético defensor dos migrantes e, agora, arcebispo-emérito de Tânger.
Mas os fatos estão se produzindo na diocese de Cádiz e Ceuta, da qual Rafael Zornoza é titular. Onde está o bispo? Por que se escondeu? Por que não deu a cara? Por que não saiu à defesa de Ceuta e dos migrantes?
Estas e outras perguntas parecidas são as que se fazem muitos dos padres e inúmeros fiéis tanto da cidade autônoma como da província de Cádiz. E desde os setores mais comprometidos, sobretudo, chovem críticas contra o bispo: “Dom Zornoza é um bispo empresário, que parece estar preocupado apenas com a maneira de acumular dinheiro para os cofres diocesanos e distribuir repreensão entre os padres que não o bajulam, como demonstram os casos dos padres Rafael Vez e Antonio Casado. Em Ceuta queremos vê-lo acolhendo o estrangeiro e dando de comer ao faminto”.
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Arde a fronteira entre Ceuta e Marrocos. E o bispo, onde está? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU