05 Mai 2021
Quando a crise econômica afeta todos os setores, os mais vulneráveis sofrem mais diretamente. Neste sábado, 08 de maio, na Plaza del General Loma, Vitoria-Gasteiz, Espanha das 11 às 14 horas, várias organizações promotoras do Comércio Justo sairão à rua em razão da Jornada que é celebrada a cada segundo sábado de maio em muitas cidades do mundo.
A reportagem é de Vicente Luis García Corres, publicada por Religión Digital, 05-05-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Vamos reconstruir com justiça” é a mensagem que resume as reivindicações de Comércio Justo a nível internacional e que, na Espanha, até o momento, 222 organizações a subscrevem.
Com esta declaração, as organizações fazem um chamado a representantes políticos e instituições internacionais para que a recuperação da economia e o comércio na era pós-covid priorize os Direitos Humanos, a proteção do planeta e se baseie nos valores do Comércio Justo e da Economia Solidária.
Pedem uma transformação do modelo econômico que diminua as desigualdades sociais e freiem a emergência climática.
Zentzuz
Logo antes da pandemia, e com o apoio da Prefeitura de Vitoria-Gasteiz, nascia Zentzuz, a Rede de Comércio Justo e Consumo Responsável de Vitória-Gasteiz, cujo objetivo fundacional é fomentar o Comércio Justo e o Consumo Responsável, desde um enfoque internacional/global, centrado especialmente no respeito aos direitos humanos e trabalhistas na produção e comercialização de bens e serviços, nos impactos sociais e ambientais do sistema econômico globalizado de produção nos países do Sul e a sustentabilidade do planeta.
Esta rede está integrada pelas organizações Mugarik Gabe, SETEM Hego HAizea, Bide Bidean e Medicusmundi Araba. Essas organizações já trabalham há anos de forma solidária.
Em 2005 nascei o consórcio Zentzuz Kontsumitu, como projeto de educação para a transformação social que buscava transformar Vitoria-Gasteiz em uma cidade referência no modelo de Economia Social e Solidária baseada em um consumo consciente, responsável e transformador e que colocasse a vida sustentável no centro. A principal ferramenta para promover o consumo responsável como uma opção prática, próxima e cotidiana foi o trabalho de incidência social e política em rede com os coletivos e organizações implicadas, com o objetivo de trasladar a ideia de que outro modelo social e econômico é possível.
Durante os últimos anos o consórcio trabalhou três eixos temáticos:
- Soberania Alimentar: é necessário um modelo agroalimentar que fortaleça a agricultura e pecuária local, reduza o impacto ambiental e garanta produtos de qualidade.
- Compra Pública Responsável: as administrações podem e devem realizar compras públicas que considerem não só critérios econômicos, mas também ambientais, sociais...
- Cadeia Global de Cuidados: a vida no centro. Diante de um sistema capitalista que prioriza a produção, é preciso valorizar os cuidados essenciais à vida.
Diversas atividades adaptadas ao tempo da pandemia foram programadas em torno desta Conferência, que podem ser consultadas neste link.
Non solum sed etiam
É difícil combinar a sobrevivência dos empregos nos grandes supermercados com o consumo justo e solidário. Mas são necessárias tanto as iniciativas de consumo que promovam o Km 0 como o Comércio Justo de produtos que foram produzidos, tratados e colocados no mercado com critérios de justiça e respeito pelo ambiente. Sempre priorizar o consumo nas lojas de bairro, nos pequenos negócios, nas economias familiares, ainda que se compre nas grandes lojas e online. Enfim, busque o equilíbrio.
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“Vamos reconstruir com justiça”, lema para a Jornada de Comércio Justo 2021 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU