Prática pastoral sobre casais homossexuais ‘superou o ensino da Igreja’

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23 Abril 2021

O líder dos bispos alemães disse que a Igreja deve considerar os desejos dos casais homossexuais de receber a bênção.

A reportagem é de Christa Pongratz-Lippit, publicada por The Tablet, 20-04-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

“Os parceiros em um relacionamento homossexual querem a bênção da Igreja e eles não querem recebê-la clandestinamente. Eles querem que a Igreja considere suas vidas dignas de receber a bênção de Deus, e não que a Igreja os prive da bênção”, disse dom Georg Bätzing à Redaktionsnetzwerk Deutschland (rede editorial alemã), em 16 de abril.

“Temos que enfrentar esse desejo e, para isso, precisamos discutir o assunto de forma intensa. Não podemos simplesmente responder a esta pergunta com Sim ou Não. Isso não é mais possível. Penso que precisamos avaliar a homossexualidade e os relacionamentos vividos fora do casamento de maneira diferente. Não podemos mais partir apenas da lei natural, mas devemos pensar mais em categorias de cuidado e responsabilidade pessoal uns pelos outros”, disse Bätzing. Ele gostaria de ver a teologia católica da sexualidade mais desenvolvida, enfatizou.

Ele pôde entender o ‘Não’ da Congregação para a Doutrina da Fé à bênção de casais homossexuais. A CDF estava reiterando o ensino da Igreja, disse ele. “Mas isso não vai ajudar, já que a prática pastoral há muito tempo se desenvolve mais e já superou o ensino da Igreja – e isso significa que a mudança está pendente”.

“Um documento que se fecha tão abertamente ao progresso teológico e científico de qualquer tipo o levará a ser ignorado na prática pastoral”, disse Bätzing sobre o documento da CDF que proíbe as bênçãos a casais gays, publicado em meados de março. Um “não apodítico” à bênção de uniões homossexuais não era uma resposta justificada a uma questão tão complexa, ele apontou. Muitas pessoas se sentiriam magoadas com a Igreja. “Há muitas pessoas que vivem em uniões responsáveis, fiéis e atenciosas, mas não têm uma compreensão cristã do casamento”, disse ele.

Sobre o “bem estabelecido padrão de argumentação” do Vaticano, de que a Igreja não tinha autoridade para mudar o ensino da Igreja, Bätzing disse: “Isso é auto-imunização contra a mudança da lei canônica – que pode ser e foi alterada inúmeras vezes”.

 

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