17 Março 2021
A ultradireita europeia tem um novo inimigo. Ou nem tão novo, porque há oito anos já é alvo dos setores ultraconservadores do Velho Continente: o Papa Francisco. Justo no momento que a Itália revoga a concessão da Cartuxa de Trisulti ao ex-assessor de Trump, Steve Bannon, que tentava criar um “contra Vaticano” no sul de Roma e jogava aos meios de comunicação dos grupos tradicionalistas supostas declarações de Francisco a um jornalista francês sobre uma “preocupante” possível chegada do Reagrupamento Nacional à presidência da França.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 16-03-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Não quero ser grosseiro, nem dizer a seu país o que fazer. Mas é preocupante”, é a frase que o semanário L'Obs atribui a Bergoglio e que serviu a Marine Le Pen para arremeter contra o pontífice nas suas redes sociais, pedindo-lhe que “se ocupe do que ocorre nas Igrejas”.
“Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, tuitou Le Pen, que acrescentou que “não tenho dúvidas de que muitos crentes estariam encantados se o Papa se ocupasse do que está ocorrendo nas igrejas em vez das urnas. Deixe que todos façam o que devem fazer”.
Não é a primeira vez que a ultradireita europeia arremete contra o “cidadão Bergoglio”, como o denominou diversas vezes o presidente do Vox, da Espanha, Santiago Abascal. Viktor Orbán, na Hungria, Matteo Salvini, na Itália, ou o próprio Bannon, com o inestimável concurso de purpurados como Burke, Brandmüller, Sarah ou Müller, ou o sempre presente ex-núncio Viganò, também há tempos lançam seus dardos contra Francisco. Dardos convenientemente publicitados pelos órgãos comunicativos da ultradireita espanhola, italiana e norte-americana, fundamentalmente. Nada de novo sob o sol.
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A extrema-direita europeia se lança contra o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU