12 Março 2021
A rede inter-religiosa global “Green Faith International” anunciou para este dia 11 de março uma oração unitária e silenciosa para expressar a necessidade de melhorar a salvaguarda da criação. A escolha do horário às 11h00 não é acidental: os organizadores, de fato, querem simbolizar que “chegamos à décima primeira hora, a última antes do fim” e que, portanto, “já não há tempo para adiar ou arranjar desculpas para não agir".
A reportagem é de Isabella Piro, publicada por Vatican News, 11-03-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Pedir uma liderança climática, guiada pela compaixão, amor e justiça": com este objetivo, a rede inter-religiosa global "Green Faith International" lançou hoje, 11 de março, às 11h00, uma ação conjunta pelo clima. Desta forma, em locais de culto e nas casas de todo o mundo, pessoas de diferentes credos e tradições espirituais se unirão virtualmente em oração e observarão alguns minutos de silêncio para a proteção da criação. "Nossos corações estão cheios de preocupação por ver milhões de comunidades, entre as mais vulneráveis do mundo, atingidas pela elevação das temperaturas e do nível do mar, dos incêndios florestais, das secas e das violentas tempestades – pede o anúncio do evento - O nosso imperativo moral não poderia, portanto, ser mais claro do que este: as pessoas de fé devem fazer ouvir a sua voz e mobilizar-se”.
A data e a hora escolhidas para a iniciativa não são acidentais: os organizadores, de fato, querem simbolizar que “chegamos à décima primeira hora, a última antes do fim” e, portanto, “não, é mais hora de adiar ou encontrar desculpas para não agir. Medidas fortes, rápidas e abrangentes são necessárias para limitar efetivamente os efeitos do aquecimento global”.
Em particular, a COP26, a "Conferência das Partes" das Nações Unidas dedicada às mudanças climáticas, está agendada para se realizar em Glasgow, no Reino Unido, de 1 a 12 de novembro próximo. A esperança, explica “Green Faith”, é que decisões concretas possam surgir desse congresso “para garantir 100 por cento de energia renovável para todos; prever o fim dos combustíveis fósseis, da agricultura industrial e do desmatamento, e para criar milhões de empregos ecológicos com salários decentes”.
Além da oração, pode-se participar da iniciativa assinando a declaração “Humanidade Sagrada, Terra Sagrada”, divulgada pelos organizadores, e que visa promover uma ecologia integral, inseparável do respeito pela dignidade humana e pelo bem comum. Ou se pode tirar uma selfie ao ar livre, sempre às 11h, que contenha uma mensagem pedindo às autoridades de todo o mundo que tomem medidas decisivas para salvar o clima, a Terra e seus habitantes. A foto será então compartilhada nas redes sociais com as hashtags #Faiths4Climate e #SacredPeopleSacredEarth.
Numerosos participantes da iniciativa estão programando momentos específicos: na Bélgica, por exemplo, algumas paróquias católicas convidaram os fiéis a jejuar, reduzir o consumo de água e suspender o uso de automóveis para limitar a poluição. Na Suíça, por sua vez, a Igreja Protestante de Genebra tocará os sinos de seus locais de culto para chamar a atenção dos fiéis, enquanto em Bouxwiller, na Alsácia, os luteranos são incentivados a cozinhar uma refeição apenas com ingredientes da estação e zero km, para calcular o próprio impacto ecológico em todo o ecossistema. Iniciativas semelhantes ocorreram na Austrália, que com seu fuso horário está se aproximando do fim do dia, assistiu a uma manifestação diante do Parlamento para pedir ao governo que se comprometesse a atingir a meta de "emissões zero" até 2030.
Em Minnesota, nos Estados Unidos, mais de 200 membros do clero e pessoas de fé se mobilizarão perto do rio Mississippi para pedir ao presidente Biden que rejeite projetos de combustíveis fósseis.
Vários eventos também estão previstos na África: por exemplo, em Nairóbi, no Quênia, um grupo de jovens de diferentes religiões vai plantar mil árvores e pedir publicamente ao Ministério Nacional de Energia que acabe com a exploração de combustíveis fósseis.
Finalmente, em Santiago do Chile, igrejas católicas e protestantes, junto com templos bahá'ís e budistas, tocarão seus sinos pedindo a seu governo que ponha fim à repressão dos protestos climáticos e ambientais.
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11 de março, ação inter-religiosa e global pelo clima - Instituto Humanitas Unisinos - IHU