05 Março 2021
Em um novo vídeo, o líder do Comitê sobre a Doutrina dos Bispos dos EUA reiterou que a vacina da covid-19 produzida pela Johnson & Johnson “pode ser usada em boa consciência moral”.
A reportagem é publicada por America, 04-03-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
“Não há necessidade moral de rejeitar uma vacina, incluindo a vacina da Johnson & Johnson, a qual o uso é moralmente aceitável”, disse Kevin C. Rhoades, bispo de Fort Wayne-South Bend, Indiana, em um vídeo de dois minutos postado no Youtube, em 04-03-2021.
O bispo citou uma declaração recente do Vaticano que afirma “ter deixou claro que todas as vacinas contra a covid, reconhecidas como clinicamente seguras e eficazes, podem ser usadas em boa consciência”.
Ele também repetiu comentários que fez em declaração de 02 de março em conjunto com o arcebispo Joseph F. Naumann, de Kansas City, líder do Comitê Pró-Vida da USCCB, de que se fosse possível escolher vacinas “nós recomendaríamos que se escolhesse um com menos conexão com linhagens celulares derivadas de abortos”.
“Pfizer e Moderna tem conexões mais remotas que a vacina da Johnson & Johnson”, disse.
“Mas o mais importante é que as pessoas sejam vacinas”, continuou o bispo Rhoades. “Esse pode ser um ato de caridade que serve ao bem comum. Ao mesmo tempo, como nós bispos já fizemos, é realmente importante para nós encorajar o desenvolvimento de vacinas que não usem linhagens celulares derivadas de abortos. Isso é muito importante para o futuro”.
A vacina de uma dose da Johnson & Johnson é a terceira aprovada nos Estados Unidos.
Em sua declaração, o prelado conclui que “embora nós devamos continuar insistindo que as companhias farmacêuticas parem e usar linhagens celulares derivadas de aborto, dado o sofrimento de todo o mundo que está sendo causando por essa pandemia, nós afirmamos novamente que ser vacinado pode ser um ato de caridade que serve ao bem comum”.
Em dezembro, o prelado expressou preocupações sobre as então recém-aprovadas vacinas da BioNTech e Moderna porque “linhagens celulares derivadas de abortos foram usadas para testá-las”, mas “não usadas em sua produção”. Ele destacou que as linhagens de células usadas eram derivadas de fetos abortados nos anos 1970.
No entanto, eles disseram em 2 de março, que a vacina da Johnson & Johnson levanta “preocupações morais adicionais” porque foi “desenvolvida, testada e produzida com linhagens celulares derivadas do aborto”.
Em sua declaração mais recente, os bispos também citaram a Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, que julgou que “quando as vacinas da covid-19 eticamente irrepreensíveis não estão disponíveis... é moralmente aceitável receber as vacinas que usaram linhagens celulares de fetos abortados em seu processo de pesquisa e produção”.
Eles acrescentaram que “se alguém pode escolher entre vacinas da covid-19 igualmente seguras e eficazes, a vacina com a menor conexão com linhagens de células derivadas do aborto deve ser escolhida. Portanto, se alguém tem a possibilidade de escolher uma vacina, vacinas da Pfizer ou Moderna devem ser escolhidas em vez da Johnson & Johnson”.
Por outro lado, o bispo Alfred A. Schlert, de Allentown, Pensilvânia, advertiu que acreditava que a vacina da Johnson & Johnson “está moralmente comprometida... e não deve ser aceita pelos católicos se há outras opções disponíveis”.
Ele disse em uma breve declaração na edição de 4 de março do The AD Times, o jornal diocesano, que outras vacinas que foram desenvolvidas são moralmente mais aceitáveis.
“O mais importante é que as pessoas sejam vacinadas”, disse dom Rhoades. “Pode ser um ato de caridade que serve ao bem comum”.
A diocese citou a posição da USCCB sobre a vacina no relatório, dizendo que se houvesse uma escolha de vacinas, então aquela que fosse menos questionável deveria ser escolhida.
Em 04 de março, dom Robert P. Deeley, de Portland, Oregon, deu coro àqueles que concordaram com a declaração da USCCB.
“Quando chegar a sua vez de receber uma vacina, você pode receber a que é oferecida a você sem ressalvas morais”, disse em um comunicado.
“Como católicos, somos chamados a servir a humanidade, cuidando uns dos outros. Considere o fato de que, durante esta pandemia, receber uma vacina não é apenas para a própria saúde, mas para a saúde e segurança daqueles ao seu redor”, disse dom Deeley.
Além disso, quatro organizações médicas no dia 02 de março emitiram uma declaração sobre a disponibilidade das várias vacinas e proteção consciente.
As organizações médicas pediram que a consciência individual seja respeitada ao administrar qualquer uma das vacinas.
Juntando-se ao Colegiado Americano de Pediatras na declaração estavam a Associação Médica Católica, a Associação Médica e Odontológica Cristã e a Associação Nacional de Enfermeiros Católicos.
O Colegiado Americano de Pediatras é uma entidade separada da Academia Americana de Pediatras.
A declaração observou que a pandemia de coronavírus desafiou os EUA por mais de um ano e que “a disponibilidade de vacinas fornece uma lasca de esperança, mas também levanta muitas questões”.
“As questões que nossa sociedade deve abordar incluem priorizar a distribuição equitativa da vacina e o potencial para mandados coercitivos sobre o uso da vacina”, disse o comunicado.
As organizações enfatizaram que as pessoas com maior risco médico e as diretamente envolvidas no atendimento aos doentes devem estar no topo da lista de vacinação. Os grupos também pediram que as vacinas fossem disponibilizadas para hospitais e clínicas independentes menores que atendem em comunidades rurais e carentes.
Além disso, a declaração dizia: “Os governos devem respeitar o direito do indivíduo de aceitar ou recusar uma vacina”.
“Não há obrigação moral justificável de aceitar a vacinação. Se uma vacina foi desenvolvida, testada ou produzida com tecnologia que um indivíduo considera moralmente inaceitável, como o uso de linhagens celulares derivadas de fetos abortados, a recusa da vacina é moralmente aceitável”, declaram sem citar qualquer uma das três vacinas aprovadas para uso nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, disseram as organizações, as pessoas que optarem por não ser vacinadas devem se comprometer “a tomar os cuidados necessários para diminuir a transmissão da doença”.
A vacinação forçada deve ser evitada para proteger os direitos da consciência individual, continuou a declaração. “O respeito pelos direitos de consciência é sempre de importância primordial”, disse.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Bispo Rhoades: católicos podem tomar a vacina da Johnson & Johnson em “boa consciência moral” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU