18 Janeiro 2021
Publicamos aqui a declaração de José H. Gomez, arcebispo de Los Angeles e presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês), por ocasião do Dia de Martin Luther King, Jr.
A nota foi publicada por Conferência dos Bispos dos Estados Unidos - USCCB, 16-01-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
S. Ex.ª Rev.ma Dom José H. Gomez
Arcebispo de Los Angeles
Presidente da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos
15 de janeiro de 2021
Durante grande parte do ano passado, os Estados Unidos se defrontaram com o legado da escravidão e a persistência da injustiça racial no nosso país. Infelizmente, ainda é verdade que a “cor da nossa pele” costuma importar mais na nossa sociedade do que o “conteúdo de nosso caráter”, como disse o Rev. Martin Luther King Jr. meio século atrás.
Neste ano, ao comemorarmos o legado desse grande estadunidense, lembramos especialmente a crença do Rev. King na não violência e no poder do amor.
Como testemunhamos na violência nas nossas cidades no ano passado e na violência que eclodiu novamente na semana passada no Capitólio em Washington, nosso país se tornou muito raivoso, muito amargo e muito dividido.
E à medida que confrontamos as nossas profundas divisões, enfrentamos as mesmas escolhas diante do Rev. King e do movimento pelos direitos civis. Também para nós, a questão é como lutaremos contra as injustiças em nossa sociedade, que meios usaremos?
Em 1958, o Rev. King escreveu: “Ao longo do caminho da vida, alguém deve ter bom senso e moralidade suficientes para cortar a corrente do ódio. Isso só pode ser feito projetando a ética do amor no centro das nossas vidas”.
Esse é o desafio para cada um de nós que crê na promessa dos Estados Unidos e busca renovar a alma desta grande nação. No espírito do Rev. King, devemos enfrentar as forças do ódio e da ignorância com o poder do amor. Devemos aprender novamente a sabedoria do Evangelho, a amar nossos inimigos e a abençoar quem se opõe a nós. Neste momento, o Rev. King aconselharia a todos na vida pública a buscar a reconciliação e a rejeitar a fácil tentação de represálias e recriminação.
Não amamos quem se opõe a nós porque são amáveis, ou mesmo simpáticos, disse uma vez o Rev. King. Nós os amamos porque Deus os ama. E, pelo nosso amor, buscamos a conversão e a amizade deles, e não a sua humilhação. Este é o nosso dever cristão neste momento – ser curadores e pacificadores, vencer o mal e as mentiras, não mediante “mais do mesmo”, mas com palavras de verdade e obras de amor.
Pedimos que a nossa Bem-Aventurada Mãe Maria, Rainha da Paz, nos guie neste momento de transição e de incerteza no nosso país. Que Ela nos ajude a continuar crendo na força do amor.
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Presidente dos bispos dos EUA convida a rememorar o Dia de Martin Luther King Jr. - Instituto Humanitas Unisinos - IHU