Cardeal Reinhard Marx fala que o tratamento dado ao relatório de abusos da arquidiocese de Colônia é “devastador” para toda a Igreja

Catedral de Colônia, na Alemanha. | Foto: Pixabay

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17 Dezembro 2020

Cardeal Reinhard Marx disse que vê a decisão da Arquidiocese de Colônia de não publicar uma investigação sobre abuso sexual do clero como “devastadora” para toda a Igreja Católica.

A reportagem é publicada por National Catholic Reporter, 16-12-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

“O público agora percebe que os advogados estão fugindo dos detalhes por trás das vítimas”, disse Marx em uma entrevista com o jornal Sueddeutsche Zeitung, publicada em 15 de dezembro.

O ex-presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha disse que planeja publicar em 2021 um relatório similar sobre a Arquidiocese de Munique produzido pelo mesmo escritório jurídico.

O cardeal de Colônia, Rainer Maria Woelki, contratou o escritório para examinar o papel das lideranças da Igreja em Colônia no gerenciamento dos casos de abusos sexuais na Igreja.

Woelki inicialmente anunciou que o relatório seria publicado, mas depois, algumas semanas atrás, disse que a metodologia era falha e recuou da publicação. Subsequentemente, a Arquidiocese disse que o relatório estaria disponível “com trechos legalmente possíveis” para indivíduos como sobreviventes e jornalistas.

Referindo-se ao relatório de Munique, Marx afirmou que o mesmo modelo de estudo foi conduzido pela Diocese de Aachen, “então esses responsáveis deveriam ser nomeados”. Marx disse que não poderia poupar seus predecessores como o cardeal Joseph Ratzinger (que se tornou papa Bento XVI) e Friedrich Wetter.

“Todos sabem quem foi arcebispo de Munique-Freisig nas últimas décadas ou quem sustentou outras posições de responsabilidade, inclusive eu”, disse Marx.

Enquanto isso, descobriu-se que Woelki se separou de seu diretor de comunicações, Markus Günther. Isso foi relatado pela primeira vez pelo jornal local Koelner Stadt-Anzeiger.

A arquidiocese disse em 15 de dezembro que Günther estava voltando para os Estados Unidos. “Estou saindo em bons termos e espero ter mais tempo para minha família e mais tempo para escrever novamente”, disse Günther no comunicado.

Fontes da Igreja disseram que havia desentendimentos entre Woelki e Günther há algum tempo. O especialista em mídia teria aconselhado o cardeal a publicar o relatório de abuso de Colônia.

A Arquidiocese de Colônia contratou o especialista jurídico Björn Gercke para conduzir uma nova investigação, que deve estar disponível até março de 2021, o mais tardar. Esse curso de ação levou a críticas massivas dentro e fora da igreja. O presidente da Conferência Episcopal Alemã, dom Georg Bätzing, também expressou críticas.

Günther, que começou a trabalhar em fevereiro de 2019, foi o terceiro diretor de comunicação da Arquidiocese de Colônia em poucos anos.

 

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