03 Dezembro 2020
O cardeal católico-romano Reinhard Marx e o bispo luterano Heinrich Bedford-Strohm estão preparando celebração ecumênica ao ar livre no centro de Munique, às vésperas do Natal. “Queremos oferecer a possibilidade de celebrar a mensagem maravilhosa do Natal para mais pessoas” do que seria possível no interior de um templo por causa do coronavírus, disse o presidente do Conselho da Igreja Evangélica da Alemanha.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O arcebispo de Munique e ex-presidente da Conferência Episcopal Alemã e Bedford-Strohm receberam, este ano, o Prêmio da Paz de Augsburgo por “sua vontade incondicional de viver juntos em paz”. Os dois líderes religiosos trabalham em sintonia há vários anos e nessa caminhada surgiu uma amizade profunda entre eles.
“Nosso trabalho estreito começou quando me tornei bispo da Igreja Luterana da Baviera e me envolvi em um intenso intercâmbio com o cardeal Marx como presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Baviera. Seu escritório em Munique fica a cinco minutos de bicicleta do meu”, relatou Bedford-Strohm.
A proximidade geográfica definitivamente ajuda, emendou o cardeal Marx, em entrevista para o Serviço de Imprensa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). “O que é mais importante é o vínculo espiritual e intelectual, a proximidade e a amizade pessoal que tem sido capaz de crescer entre nós ao longo do anos”, emendou.
Os dois prelados atuaram intensamente em conjunto no ano da Reforma, em 2017, “que celebramos como uma festa conjunta de Cristo”, disse Marx. Foi um momento importante para mostrar às pessoas na Alemanha e além que “a reconciliação real das denominações é possível. Ecumenismo não é aumentar sua visibilidade às custas de outros, mas encontrar um terreno comum e enfatizá-lo, para o bem das pessoas e o Evangelho”, definiu.
O cardeal destacou que “no ecumenismo, como em todos os outros encontros, vale o seguinte: sem boa vontade, sem amizade, não há compreensão real”. Pode-se dizer, lembrou Bedford-Strohm, que “nosso trabalho ecumênico comum começou refletindo juntos as dores e as necessidades das pessoas nestes tempos”.
Marx está convencido de que o cristianismo terá um futuro, não apenas na Europa, “se nós, como cristãos, trabalharmos fortemente juntos ecumenicamente. Cristo deve ser o foco. Especialmente em nossos tempos, caracterizados pela pandemia do coronavírus e por tensões geopolíticas e sociais a mensagem é importante – de que todos estamos ligados em todo o mundo e todas as pessoas são filhos de Deus e irmãos e irmãs em Jesus Cristo”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Munique terá celebração ecumênica de Natal ao ar livre - Instituto Humanitas Unisinos - IHU