20 Outubro 2020
Deus: O cabo eleitoral da Joice
Joice Hasselmann, candidata à prefeitura de São Paulo, soube usar muito bem o "evangeliquês" para falar com seus eleitores "evangélicos". Acontece que a deputada federal, que até recentemente estava do lado negro da força, está seguindo o mesmo padrão eleitoreiro do seu antigo "amo". Foi batizada em uma Igreja Batista (a coisa já está ruim para a denominação e mais essa ainda) e depois seguiu para o rio Jordão, em Israel, para se batizar novamente. O que prova que ela não entendeu nada sobre o significado do batismo em uma Igreja Batista ou quem a preparou para o batismo não explicou o significado do batismo por imersão e sua condição de irrepetível. Mas deixa isso quieto.
Fato é que Joice acha que é esperta. Ela está usando "Deus" como cabo eleitoral e espera ter alguma ajuda "divina". Segundo ela funcionou assim: "Eu não entrei nessa luta pela prefeitura de São Paulo sem submeter isso a Deus. Sem muita oração, muito jejum para que eu pudesse fazer a coisa certa. E Deus disse: 'Vá que a missão é tua'. Então, como é melhor obedecer do que sacrificar, aqui estou eu".
Como "Deus" anda muito ocupado, é bem possível que ele não tenha dado essa resposta para a Joice. Até porque, ele não tem título de eleitor. De todo o modo, caso ele entrasse nessa candidatura com a Joice, a sua reputação de cabo eleitoral e marqueteiro de campanha estaria bem comprometida. A deputada, até o momento (15/10), só tem 1% das intenções de voto e conta com mais de 24% de rejeição. Então, é mais fácil entender que a Joice só está usando o nome de "Deus" como cabo eleitoral mesmo porque ao que tudo indica, o TSE do céu não aprovou a sua candidatura, que segue sendo impugnada pelas forças celestiais.
Rudolf Steiner escreveu há mais de cem anos:
“No futuro, vamos eliminar a alma com medicamentos. Sob o pretexto de um 'ponto de vista da saúde', haverá uma vacina pela qual o corpo humano será tratado o mais rápido possível, diretamente no nascimento, para que o ser humano o ser não pode mais elaborar o conceito da existência da alma e do Espírito.
Aos médicos materialistas será confiada a tarefa de remover a alma da humanidade. Hoje, as pessoas são vacinadas contra esta ou aquela doença. No futuro, as crianças serão vacinadas com uma substância que pode ser produzida justamente de forma que as pessoas, graças a essa vacinação, fiquem imunes a serem submetidas à 'loucura' da vida espiritual. Eles seriam extremamente intelectualizados, mas não desenvolveriam uma consciência, e esse é o objetivo real de alguns círculos materialistas.
Com essa vacina, você pode facilmente fazer com que o corpo etérico se separe do corpo físico. Uma vez que o corpo etérico é separado, a relação entre o universo e o corpo etérico torna-se extremamente instável, e o homem se tornaria um autômato, uma vez que o corpo físico do homem deve ser refinado nesta Terra por determinação espiritual.
Assim, a vacina se torna uma espécie de força ariana; o homem não pode mais se livrar de um certo sentido materialista. Ele se torna materialista por constituição e não pode mais se elevar ao Espírito. "- Rudolf Steiner (1861-1925)
Vulnerável (ecos de uma reflexão pastoral)
Em tempos de vulnerabilidade, fazemos o caminho do deserto.
É a floresta escura que nos faz falar do campo aberto. É a fome que nos ajuda a dar valor ao alimento. É no desalento que pode surgir esperança. É na dor que se aprende a ressignificar a vida.
Para Jacó, o ponto vulnerável era a possibilidade de encontrar com o irmão. Era o que causava medo e angústia. O tormento do encontro tirava-lhe a paz e o deixava vulnerável ao ponto de querer ficar sozinho.
Para Paulo, o ponto de vulnerabilidade era o confronto com aquilo que ele julgava entender se achava o mais capacitado para fazer. Quando tem um encontro com o Nazareno no caminho de Damasco, ele se dá conta do seu equívoco. Alguém que costumava liderar e dizer para onde se deveria ir, agora é carregado pelos braços e fica cego, para conseguir enxergar a si mesmo. Não por acaso que ficou dias sem comer e nem beber.
Para Jesus a sua vulnerabilidade era amar os amigos. Chorou ao ver o túmulo de Lázaro. Quem estava à sua volta observou: "Vejam como ele o amava". Ele não era insensível com a dor dos outros, porque sabia o que era o sofrimento; soube o que é perder alguém que se ama, porque perdeu.
Dr. Cornel West cutucando com vara curta.
′′Da raça importa a Black Lives Matter: ' Um belo novo momento na luta pela liberdade negra. 'Mas até o Oeste vê armadilhas e oferece conselhos. Tem que haver objetivos claros, diz ele. Deve ser "um assunto profundamente humano que é sempre uma orientação multi-racial, multinacional, multigénero, multi-sexual Crucialmente, deve priorizar aqueles que mais precisam. ′′ O foco deve ser em capacitar o mínimo destes, para utilizar o termo bíblico - os pobres e os trabalhadores. Quando você está derrubando monumentos, isso não é capacitar pessoas pobres. Torna-se um gesto simbólico. Não me importo com nada. Essa estratégia, diz ele, requer um pensamento profundo. Lincoln foi um supremacista branco durante a maior parte da sua vida, mas, quer dizer, meu Deus, ele cresceu. Ele era uma força para o bem. O que acontece é começares a alienar certos membros de uma comunidade maior com a qual estás a tentar falar '."
Todos os fãs de Bolsonaro
Ruy Castro
Iludem-se os que acreditam que Jair Bolsonaro só tem adeptos entre a meia dúzia que vai vê-lo quando ele sai do Alvorada para, digamos, trabalhar. Bolsonaro tem seguidores em muitas categorias.
Eis algumas.
Pecuaristas, madeireiros, garimpeiros, grileiros e incendiários infiltrados na Amazônia, no Pantanal, na mata atlântica, nos manguezais, restingas, dunas, terras indígenas e quaisquer santuários que possam ser destruídos e enriquecer amigos. Ex-cupinchas da Velha Política, sempre prontos a ser comprados. Profissionais das bancadas do boi, da bala e da Bíblia.
Assessores de gabinete dispostos a ceder 80% de seus salários pagos com dinheiro público, lavá-los e depositá-los nas contas de seus familiares. Formadores de quadrilha, praticantes de peculato e operadores de esquemas, investigados, denunciados ou réus em ações judiciais. Juízes complacentes e advogados corruptos. Lobistas diversos, íntimos dos 01, 02 e 03.
Militares ideológicos, fãs confessos de torturadores, ou apenas oportunistas, a fim de cargos no governo. PMs expulsos, delegados venais, chefes de milícias e matadores de aluguel, presos ou foragidos. Fabricantes de armas e "colecionadores" das ditas. Pastores evangélicos, animadores de televisão, cantores sertanejos e promotores de rodeios, todos felizes beneficiários das novas mamatas.
Negacionistas, homófobos, terraplanistas, camelôs de cloroquina, disparadores de fake news, linchadores virtuais, incineradores de livros, fascistas assumidos e odiadores por atacado. E uma próspera alcateia de bolsonaros, composta de filhos, mulheres, ex-mulheres, mães, noras e aliados do presidente, dedicados a vultosas transações com dinheiro vivo e sem explicação contábil, às vezes transportado entre as nádegas.
Bolsonaro tem também seguidores bem intencionados, que não se veem nas categorias acima e acham que, com ele, a corrupção acabou.
Ruy Castro
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.
FSP 15.10.2020
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