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16 Outubro 2020

"Francisco mostra que o rei está nu: 'Persistem hoje no mundo inúmeras formas de injustiça, alimentadas por visões antropológicas redutivas e por um modelo econômico fundado no lucro, que não hesita em explorar, descartar e até matar o homem. Enquanto uma parte da humanidade vive na opulência, outra vê a própria dignidade não reconhecida, desprezada ou espezinhada, e os seus direitos fundamentais ignorados ou violados'", escreve Frei Betto, frade dominicano, escritor, assessor da FAO e de movimentos sociais e autor de “Parábolas de Jesus – ética e valores universais” (Vozes), entre outros livros.

Eis o artigo.

O papa Francisco lançou, a 4 de outubro, festa de São Francisco de Assis, sua nova encíclica, “Fratelli Tutti” (Todos irmãos). Raro um documento deste porte não vir intitulado em latim, mas Francisco quis preservar a expressão holística do santo do século XIII, que se antecipou à física quântica e intuiu que, no Universo, tudo está interligado.

O papa faz uma crítica contundente à conjuntura mundial: “Quando redigia esta carta, irrompeu de forma inesperada a pandemia da Covid-19, que deixou a descoberto as nossas falsas seguranças. Com base nas várias respostas dadas pelos diferentes países, ficou evidente a incapacidade de uma ação em conjunto. Apesar de estarmos superconectados, verificou-se uma fragmentação que tornou mais difícil resolver os problemas que nos afetam a todos” (7). E constata: “A história dá sinais de regressão. Reacendem-se conflitos anacrônicos que se consideravam superados, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos. Em vários países, certa noção de unidade do povo e da nação, penetrada por diferentes ideologias, cria novas formas de egoísmo e de perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesses nacionais” (11).

Enfatiza como a economia neoliberal condiciona a cultura: “Os conflitos locais e o desinteresse pelo bem comum são instrumentalizados pela economia global para impor um modelo cultural único. Esta cultura unifica o mundo, mas divide as pessoas e as nações, porque ‘a sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos’ (Bento XVI). Encontramo-nos mais sozinhos do que nunca neste mundo massificado, que privilegia os interesses individuais e debilita a dimensão comunitária da existência. Em contrapartida, aumentam os mercados, onde as pessoas desempenham funções de consumidores ou de espectadores. O avanço deste globalismo favorece normalmente a identidade dos mais fortes que se protegem, mas procura dissolver as identidades das regiões mais frágeis e pobres, tornando-as mais vulneráveis e dependentes. Desta forma, a política torna-se cada vez mais frágil perante os poderes econômicos transnacionais que aplicam o lema ‘divide e reinarás’” (12).

E não poupa críticas ao capitalismo: “O mercado, por si só, não resolve tudo, embora às vezes nos queiram fazer crer neste dogma de fé neoliberal. Trata-se de um pensamento pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas para qualquer desafio que surja. O neoliberalismo reproduz-se sempre igual, recorrendo à mágica teoria do ‘derrame’ ou do ‘gotejamento’ – sem a nomear – como única via para resolver os problemas sociais. Não se dá conta de que a suposta redistribuição não resolve a desigualdade, sendo, esta, fonte de novas formas de violência que ameaçam o tecido social. (...) A especulação financeira, tendo a ganância de lucro fácil como objetivo fundamental, continua a fazer estragos” (168).

Após criticar aqueles que tentam anular a consciência histórica, o que torna, sobretudo os jovens, vulneráveis aos populismos, o papa critica as “novas formas de colonização cultural”: “Não nos esqueçamos de que ‘os povos que alienam a sua tradição e – por mania imitativa, violência imposta, imperdoável negligência ou apatia – toleram que se lhes roube a alma, perdem, juntamente com a própria fisionomia espiritual, a sua consistência moral e, por fim, a independência ideológica, econômica e política’ (cardeal Silva Henríquez). Uma forma eficaz de dissolver a consciência histórica, o pensamento crítico, o empenho pela justiça e os percursos de integração é esvaziar de sentido ou manipular as ‘grandes’ palavras. Que significado têm hoje palavras como democracia, liberdade, justiça, unidade? Foram manipuladas e desfiguradas para serem utilizadas como instrumento de domínio, como títulos vazios de conteúdo que podem servir para justificar qualquer ação” (14).

O papa faz ainda um preciso diagnóstico desse niilismo eivado de ódio que se dissemina hoje: “A melhor maneira de dominar e avançar sem entraves é semear o desânimo e despertar uma desconfiança constante, mesmo disfarçada por detrás da defesa de alguns valores. Usa-se hoje, em muitos países, o mecanismo político de exasperar, exacerbar e polarizar. Com várias modalidades, nega-se a outros o direito de existir e pensar e, para isso, recorre-se à estratégia de ridicularizá-los, insinuar suspeitas sobre eles e reprimi-los. Não se acolhe a sua parte da verdade, os seus valores e, assim, a sociedade se empobrece e acaba reduzida à prepotência do mais forte. A política deixou de ser um debate saudável sobre projetos a longo prazo para o desenvolvimento de todos e o bem comum, limitando-se a receitas efêmeras de marketing, cujo recurso mais eficaz está na destruição do outro. Neste mesquinho jogo de desqualificações, o debate é manipulado para ser mantido no estado de controvérsia e contraposição” (15).

Francisco mostra que o rei está nu: “Persistem hoje no mundo inúmeras formas de injustiça, alimentadas por visões antropológicas redutivas e por um modelo econômico fundado no lucro, que não hesita em explorar, descartar e até matar o homem. Enquanto uma parte da humanidade vive na opulência, outra vê a própria dignidade não reconhecida, desprezada ou espezinhada, e os seus direitos fundamentais ignorados ou violados” (22).

O retrato do momento atual que o papa faz é impecável: “O mundo avançava implacavelmente para uma economia que utilizando os progressos tecnológicos procurava reduzir os ‘custos humanos’, e alguns pretendiam fazer-nos crer que era suficiente a liberdade de mercado para garantir tudo. Mas o golpe duro e inesperado desta pandemia fora de controle obrigou as nações a pensarem em todos os seres humanos, mais do que nos benefícios de alguns. Hoje, podemos reconhecer que nos alimentamos com sonhos de esplendor e grandeza, e acabamos por comer distração, fechamento e solidão; empanturramo-nos de conexões, e perdemos o gosto da fraternidade. Buscamos o resultado rápido e seguro, e encontramo-nos oprimidos pela impaciência e a ansiedade. Prisioneiros da virtualidade, perdemos o gosto e o sabor da realidade. A tribulação, a incerteza, o medo e a consciência dos próprios limites que a pandemia despertou fazem ressoar o apelo a repensar os nossos estilos de vida, as nossas relações, a organização das nossas sociedades e, sobretudo, o sentido da nossa existência” (33).

O papa prossegue: “Isto permitiu que as ideologias perdessem todo o respeito. Aquilo que ainda há pouco tempo uma pessoa não podia dizer sem correr o risco de perder o respeito de todos, hoje pode ser pronunciado com toda a grosseria, até por algumas autoridades políticas, e ficar impune. Não se pode ignorar que há interesses econômicos gigantescos que operam no mundo digital, capazes de realizar formas de controle que são tão subtis quanto invasivas, criando mecanismos de manipulação das consciências e do processo democrático. O funcionamento de muitas plataformas acaba frequentemente por favorecer o encontro entre pessoas com as mesmas ideias, dificultando o confronto entre as diferenças. Estes circuitos fechados facilitam a divulgação de informações e notícias falsas, fomentando preconceitos e ódios” (45).

Francisco denuncia o fanatismo religioso: “Deve-se reconhecer que os fanatismos que induzem a destruir os outros são protagonizados também por pessoas religiosas, sem excluir os cristãos, que podem fazer parte de redes de violência verbal por meio da internet e vários fóruns ou espaços de intercâmbio digital. Mesmo na mídia católica é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia, e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia. Agindo assim que contribuição se dá para a fraternidade que o Pai comum nos propõe?” (46).

E para a nossa alegria, cita Vinicius de Moraes: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”. E acrescenta: “Já várias vezes convidei a fazer crescer uma cultura do encontro que supere as dialéticas que colocam um contra o outro. É um estilo de vida que tende a formar aquele poliedro que tem muitas faces, muitos lados, mas todos compõem uma unidade rica de matizes, porque o todo é superior à parte. O poliedro representa uma sociedade onde as diferenças convivem integrando-se, enriquecendo-se e iluminando-se reciprocamente, embora isso envolva discussões e desconfianças. Na realidade, de todos se pode aprender alguma coisa, ninguém é inútil, ninguém é supérfluo. Isto implica incluir as periferias. Quem vive nelas tem outros pontos de vista, vê aspetos da realidade que não se descobrem a partir dos centros de poder onde se tomam as decisões mais determinantes” (215).

Há que ler toda a encíclica, disponível em português na internet. É uma aula de espírito crítico, humanismo e esperança.

 

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