As populações de fauna selvagem diminuíram 68% desde 1970

Ave da espécie Tangara fastuosa. | Foto: Murilo Nascimento/Wikimedia Commons

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11 Setembro 2020

A perda de biodiversidade é cada vez mais alarmante. Tanto que as populações de fauna selvagem diminuíram em média 68%, desde 1970, de acordo com o Índice Planeta Vivo, publicado nesta quinta-feira pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em sua sigla em inglês). O ritmo em que os vertebrados vão desaparecendo cresceu 8% em comparação com os dados do último estudo, publicado há dois anos.

A reportagem é publicada por Público, 10-09-2020. A tradução é do Cepat.

A situação na região da América Latina e Caribe é especialmente dramática, pois nela o declínio da população animal caiu em média 94%, entre 1970 e 2016. O mesmo ocorre com a diminuição das espécies de água doce, que foi de 84% em todos esses anos.

As causas desta degradação têm a ver, segundo especialistas do grupo conservacionista, com a atividade humana, que tem danificado "gravemente" os habitats e recursos naturais do qual depende a vida silvestre. Dessa forma, a publicação aponta diretamente o desmatamento, a agricultura intensiva e o tráfico de espécies como as principais causas da perda de biodiversidade.

O ser humano se expandiu por todos os cantos do planeta, extraindo seus recursos sem limites. Essa realidade fez com que 75% da superfície terrestre não congelada fosse modificada pelo homem. Quase não sobraram lugares virgens neste mundo, lamenta o relatório, que aponta pequenos resquícios territoriais onde a biodiversidade permanece intacta (na Rússia, Canadá, Brasil e Austrália).

“A conclusão é clara: a natureza está sendo transformada e destruída em uma velocidade sem precedentes na história, a um custo altíssimo para o bem-estar do planeta e da humanidade. A perda da biodiversidade é um verdadeiro desafio para a economia, o desenvolvimento e a segurança global", disse Enrique Segovia, diretor de Conservação do WWF Espanha.

A publicação destaca ainda que a perda da biodiversidade tem consequências diretas nas formas de vida dos seres humanos, principalmente no que diz respeito à segurança alimentar, uma vez que a queda das populações de animais e plantas atrapalha o equilíbrio dos ecossistemas e reduz os recursos alimentares disponíveis para o ser humano. É por isso que o WWF clama por uma mudança global de rumo para acabar com os sistemas agrícolas e pecuários intensivos, as principais causas desta crise ecológica.

“Sabemos que esta grande transformação exigirá um esforço coletivo global sem precedentes, que o aumento dos esforços de conservação é imprescindível, mas que devem ser adicionados às mudanças na forma como produzimos e consumimos nossos alimentos e energia. Os cidadãos, os governos e os líderes empresariais em todo o mundo devem fazer parte de um movimento de mudança em uma escala, urgência e ambição nunca antes vistas”, conclui Segovia.

 

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