21 Agosto 2020
Lá como cá. Ou melhor, cá copiado de lá. O líder evangélico Franklin Graham criticou a mídia estadunidense em postagem no Facebook alertando seus seguidores para ter cuidado com as informações. “Temos uma eleição muito importante chegando e os poderes da mídia estão se esforçando para contar a história e influenciar o pensamento do povo americano”.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O pregador evangélico tomou como gancho do seu alerta a carta de demissão, da jornalista conservadora Bari Weiss enviada à direção do jornal New York Times, no dia 14 de julho. Ela escrevia para a sessão de Opinião. A sua renúncia, argumentou Franklin, “confirma o que muitas pessoas já sabiam: o New York Times é tendencioso à agenda radical da esquerda socialista do partido Democrata”.
Na carta dirigida ao diretor do jornal, Arthur Gregg Sulzberger, 40 anos, Bari queixou-se de colegas, que a intimidavam e ofendiam por defender valores de direita. Weiss criticou o “bullying” que sofreu de colegas que “discordam de minhas opiniões. Eles me chamaram de nazista e racista”. Em tweets, dia 4 de junho, ela descreveu os debates internos como uma “guerra civil” entre os jornalistas mais jovens e “os (geralmente com mais de 40 anos) liberais”. Colegas da equipe reagiram, alegando que ela era imprecisa e deturpava o que era dinâmica interna do jornal.
Weiss relatou que foi convidada a integrar o Times após a eleição presidencial de 2016, o que fez, disse, “com gratidão e otimismo há três anos”. Ela trazia para as páginas do jornal vozes de centistas e conservadores. “A razão para esse esforço era clara: o fracasso do jornal em antecipar o resultado das eleições de 2016 significava que ele não tinha uma compreensão firme do país que cobre”, explicou. "A prioridade na Opinião era ajudar a corrigir essa lacuna crítica."
Ela foi uma das 153 jornalistas que assinaram manifesto criticando supostos movimentos da esquerda contra a liberdade de expressão, segundo o site Poder 360. A jornalista é conhecida por questionar aspectos dos movimentos de justiça social. A editora interina do editorial, Kathleen Kingsburry, afirmou, quanto a acusações de Weiss, que o Times continuará promovendo vozes importantes de todos os espectros políticos.
O filho do famosos evangelista Billy Graham concluiu, numa crítica generalizada à imprensa do país, que “no passado os americanos podiam confiar na mídia”, quando jornalistas relatavam fatos. “Hoje, porém, muitas organizações da mídia são tendenciosas, inclinadas e extremamente orientadas para a agenda. Elas não são mais confiáveis”, reportou o Life Site News.
Outro líder evangélico que se manifestou em apoio a Donald Trump foi o presidente da Liberty Univeristy, Jerry Falwell Jr. Ao apresentador do Breitbart News Boyle, Matt Boyle, Falwell disse acreditar que o apoio dos evangélicos poderia ser ainda maior que os 90% detectados pela pesquisa do Democracy Institute/Sunday Express. Afirmou, ainda, que o apoio da comunidade afro-americana ao candidato republicano “vai chocar a todos”.
Falwell foi um grande apoiador evangélico de Trump na campanha presidencial de 2016. O pai de Falwell, também de nome Jerry, foi o fundador da Maioria Moral, movimento político que apoiou o partido Republicano na década de 1980.
Graham critica a “tendenciosidade” da mídia. Não vê, no entanto, o cisco que tem nos seus olhos: a tendenciosidade da igreja que conduz. Não seria nada absurdo dizer-lhe que “hoje, muitas igrejas são tendenciosas, orientadas para uma agenda conservadora, apoiando inclusive a divulgação de mentiras nas redes sociais. Essas não são mais confiáveis”.
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Líder evangélico apoia Trump e critica tendenciosidade da mídia americana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU