26 Março 2020
Bianca Borrini, da Ausl, relata o que aconteceu com os missionários. "Havia médicos e atendentes lá, mas quando o vírus entra em determinados ambientes, causa massacres. Aconteceu também em outros lugares.
A reportagem é de Giacomo Talignani, publicada por La Repubblica, 25-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
"Quando recebemos a primeira ligação que sinalizava uma emergência, ativamos imediatamente o protocolo, mas acredito que, francamente, já era tarde: o vírus já estava circulando há alguns dias na casa dos Xaverianos".
Bianca Borrini, do serviço público de saúde da Parma ASL, é a profissional que coordena milhares de pedidos de ajuda neste período, "algo que nunca teríamos imaginado", relata que no caso dos 13 missionários que morreram em menos de 15 dias em Parma, na sede da Xaverianos, houve a "ajuda" das autoridades, mas "infelizmente quando fomos avisados, já era tarde demais para conter o contágio".
"Quando nos chamam por um suposto caso de Covid-19, fornecemos informações para implementar medidas de ação ou contenção. Cada caso ou situação é diferente. No caso de residências familiares, instalações de assistência a idosos ou, como no caso dos Xaverianos, de instalações onde residem os missionários, além das instruções sobre o autoisolamento, tentamos coordenar e organizar as primeiras intervenções", explica Borrini, especificando que "no caso dos xaverianos" no início, quando o vírus provavelmente já havia entrado, teve um problema de atendimento. O médico deles, talvez por causa de uma doença, não estava disponível".
"Nós fornecemos - ela continua - uma primeira assistência telefônica e, com o tempo, foram enviados um pneumologista, um médico de emergência e voluntários. Entre eles já havia um médico, um missionário, que recebeu instruções sobre o isolamento. Entre as preocupações das autoridades e de todos, também fornecemos materiais e medicamentos, mas repito: infelizmente, o vírus já havia contagiado muitas pessoas. Muitos dos missionários são pessoas que viajaram pelo mundo, que conhecem as guerras, o Ebola e depois voltaram a Parma. Talvez, por índole, no início não ficaram assustados com o vírus, que provavelmente, como mencionado, já estava presente. Assim começaram as mortes".
A especialista explica que a situação dos Xaverianos é a que "também ocorreu em outras estruturas residenciais em Parma para idosos ou instalações assistenciais. Quando o vírus entra, causa massacre: independentemente das hospitalizações, as pessoas que permanecem dentro das estruturas em isolamento, quando o vírus já está disseminado, estão em risco. Ele se dissemina muito rapidamente e, infelizmente, vimos famílias dizimadas", explica Borrini preocupada.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
“Fizemos intervenção entre os Xaverianos, mas o Covid já estava circulando. Contágios mortais também em outras estruturas de Parma” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU