28 Fevereiro 2020
Dentro de um mês, Assis será o coração de uma nova perspectiva sobre a economia do milênio. E serão os jovens "com menos de 35 anos" de todo o mundo - junto com alguns dos economistas e empresários de renome mundial - os protagonistas desse desafio, lançado pelo Papa Francisco em 1º de maio do ano passado, quando anunciou o evento A Economia de Francisco – Os jovens, um pacto, o futuro - Assis 2020. O encontro está marcado para 26 a 28 de março próximo - mas os trabalhos já começarão nos próximos dias - "para fazer um pacto" no espírito de São Francisco para que o a economia de hoje e de amanhã seja mais justa, fraterna, sustentável e com um novo papel para os que hoje estão excluídos. Mais de 3300 pedidos de participação de 130 países do mundo, 30 inscritos com menos de 18 anos que estarão presentes nas 12 "aldeias" organizadas para realizar os trabalhos sobre grandes temas e questões da economia de hoje e de amanhã: trabalho, gestão, finanças e humanidade, agricultura e justiça, energia e pobreza, lucro e vocação, políticas para a felicidade, CO2 da desigualdade, negócios e paz, economia e mulheres, empresas em transição, vida e estilos de vida. Economistas de renome internacional, empresários e especialistas em desenvolvimento sustentável também participarão, para uma discussão em conjunto. Duas sessões gerais, onde serão reunidos os trabalhos e as conclusões das aldeias.
A reportagem é de Carlo Marroni, publicada por Il Sole 24 Ore, 23-02-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Papa Francisco encerrará os trabalhos na praça em frente ao Sagrado Convento, um local simbólico do cristianismo. "Uma iniciativa que tanto anseio: um evento que me permita conhecer aqueles que hoje estão se formando e estão começando a estudar e praticar uma economia diferente, que faz as pessoas viverem e não mata, inclui e não exclui, humaniza e não desumaniza, cuida da criação e não a depreda", disse o pontífice ao anunciar a iniciativa. Desde então, uma grande máquina para a organização foi posta em movimento coordenada por um comitê formado pela diocese de Assis, liderado por Dom Domenico Sorrentino, o Instituto Seráfico presidido por Francesca Di Maolo, o município de Assis com a prefeita Stefania Proietti e a Economia de Comunhão com o diretor do comitê científico do encontro, o economista Luigino Bruni. Esses são os personagens que implementaram o programa, junto com a família franciscana, e todos em contato com o Dicastério vaticano do desenvolvimento humano integral, que patrocina a iniciativa.
Os jovens, portanto, protagonistas diretos de um evento que entra nos eventos-chave do pontificado de Francisco, junto com o Sínodo sobre a família, o Jubileu da Misericórdia e os documentos fundamentais, primeiro entre eles o "manifesto" programático Evangelii Gaudium de 2013, onde ele escreveu que "esta economia mata", destacando os fortes desequilíbrios de um sistema que levou à grande crise econômica e financeira de 2008, cujos efeitos persistem. Se considerarmos a encíclica "ecológica" Laudato Si' de 2015 - fortemente contestada pelas centrais financeiras e industriais da América do Norte - fica claro como A Economia de Francisco é a etapa de um percurso que visa envolver desde as bases as forças vivas de sociedade no redesenho de um modelo de desenvolvimento, envolvendo os jovens. Jovens que se estarão empenhados em momentos de trabalho coletivo nas aldeias - que por alguns dias ocuparão "pacificamente" a cidadela da Úmbria – tanto a nível individual, pois - explicou Bruni - os jovens pediram a presença de adultos, economistas e empresários a disposição para conversas pessoais. Portanto, haverá muitos momentos de "não programado", de "diálogo cara a cara", alternados com momentos de trabalho em grupo com métodos interativos nas 12 aldeias disponíveis, nas quais serão produzidas propostas de mudança concreta da economia, que serão levadas ao Papa e ligadas a doze âmbitos da vida econômica de hoje.
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De Assis vem o desafio de Francisco: pacto para a economia com os jovens - Instituto Humanitas Unisinos - IHU