Acordo de paz intermediado por Roma aumenta as chances de uma visita papal ao Sudão do Sul

Criança segurando a bandeira do Sudão do Sul. Foto: USAID in Africa | Flickr

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17 Janeiro 2020

Um acordo de paz recentemente firmado entre o governo do Sudão do Sul e os líderes da oposição aumentou as chances de uma visita papal ao país africano.

A reportagem é publicada por Catholic News Service, 16-01-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O acordo assinado em 13 de janeiro, em Roma, é significativo porque envolve os líderes oposicionistas que não tinham assinado os acordos de paz anteriores, disse John O’Brien, representante da organização Catholic Relief Services no Sudão do Sul.

A Comunidade de Santo Egídio de Roma intermediou as negociações nos dias 11 e 12 de janeiro, com o acordo entrando em vigor no dia 15. Os signatários incluem representantes do governo e da Aliança dos Movimentos de Oposição do Sudão do Sul (SSOMA).


Papa se ajoelha e beija os pés das autoridades do Sudão do Sul e lhes pede paz e reconciliação, em abril de 2012. Foto: Antonio Spadaro, s.j. | Twitter

O Papa Francisco e o Arcebispo Justin Welby, primaz da Comunhão Anglicana e arcebispo de Canterbury, disseram que viajariam juntos ao Sudão do Sul caso os líderes do país cumprissem a promessa de formar um governo de transição até fins de fevereiro.

Esta viagem conjunta ao Sudão do Sul é uma esperança de Francisco e de Welby desde 2016, quando líderes sul-sudaneses das igrejas católica, anglicana e presbiteriana visitaram os dois para explicar as tensões em curso no Sudão do Sul. Em abril passado, buscando promover a paz, Francisco e Welby receberam o presidente sul-sudanês Salva Kiir e quatro candidatos à vice-presidência do país para um retiro no Vaticano. No final do retiro, Francisco ajoelhou-se aos pés deles, implorando que dessem uma chance à paz e que fossem verdadeiros “pais da nação”.

Mapa da África, com destaque ao Sudão do Sul | Fonte: Map to Chart | Edição IHU

A guerra no Sudão do Sul, irrompida em 2013, dois anos depois de o país alcançar a independência, já deixou quase 400 mil mortes e deslocou quase 4 milhões de pessoas.

Sob os termos de um acordo de paz assinado em setembro de 2018, os vice-presidentes do país deveriam assumir o posto juntos há alguns meses atrás, dividindo o poder e acabando com o conflito armado entre os clãs e entre as comunidades. A formação do governo atrasou até 12 de novembro, mas cindo dias antes do prazo o presidente sul-sudanês Salva Kiir e o líder da oposição Riek Machar anunciaram um segundo prazo, até fevereiro. Este acordo foi firmado com a anuência de lideranças internacionais.

No acordo assinado em 13 de janeiro, em Roma, os sul-sudaneses disseram que haviam ficado “fortemente marcados com o apelo espiritual e moral implacável de paz, reconciliação e fraternidade feito pelo Papa Francisco” e outros líderes religiosos.

Barnaba Marial Benjamin, chefe da delegação do governo do Sudão do Sul, disse à Rádio Vaticano que os líderes puderam sentir o espírito de Francisco na sala enquanto o acordo estava sendo discutido.

Ele falou que as lideranças políticas devem encontrar soluções para questões fundamentais relacionadas a eleições, fronteiras, boa governança, responsabilidade por crimes cometidos, transparência na gerência dos recursos nacionais e ao combate à corrupção.

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