07 Outubro 2019
Uma oração em círculo em plena basílica de São Pedro, pedindo “novos caminhos para a Igreja e uma ecologia integral”, e a entrega de dois remos, simbolizando que os trabalhos do Sínodo são como uma canoa. Assim começou o Sínodo da Amazônia, em procissão até a Sala Paulo VI.
A reportagem é de Jesús Bastante, publicada por Vatican News, 07-10-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Sob a guia de Maurício López, da REPAM, os padres sinodais e os membros da Casa Comum compuseram uma canoa, com suas redes e seus instrumentos de pesca. Uma imagem brutal para arrancar um trabalho de quase um mês que pode mudar muitas coisas dentro da Igreja.

Foto: Vatican News
Confiar e louvar a Deus
A oração inicial, dirigida pelo Papa e por um líder indígena pediu “ousadia para fazer o que Deus nos pedir”. A procissão foi acompanhada com cantos nas línguas dos povos originários e em espanhol, que convidam a confiar e louvar a Deus e caminhar juntos. Entre os símbolos presentes estava uma canoa, os remos, cartazes com rostos de pessoas que ofereceram suas vidas pela defesa dos povos originários e do território Amazônico.
Alguns dos versos dos cânticos os quais os participantes louvavam ao Senhor, diziam:
"Los hijos de la selva te alabamos, Señor, Las hijas de la selva, te alabamos, Señor. Las aguas de los ríos, las aguas de las cochas te alaban señor. Los vientos y calores te alaban, Señor. Los frutos y los montes, la tierra que es fecunda, te alaban, Señor” (em espanhol).
"Os filhos da Selva te louvamos, Senhor, As filhas da Selva, te louvamos, Senhor. As águas dos rios, as águas dos lagos, te louvam Senhor. Os ventos e calor te louvam, Senhor. Os frutos e os montes, a terra que é fecunda, te louvam, Senhor”.
Pouco a pouco os padres sinodais foram deixando a Basílica de São Pedro e caminhando em duas filas se dirigindo para a Sala Paulo VI. O papa Francisco caminhava rodeado por representantes dos povos originários, bispos, religiosos e religiosas, leigos e especialistas. Os cartazes e símbolos faziam presente o grito da Terra e dos povos, e a realidade da Amazônia e da América Latina em geral. Um ambiente de alegria e esperança se fez presente entre os assistentes.
A procissão chegou a seu fim na entrada da Sala Paulo VI. Ali, os representantes dos povos originários depositaram nas mãos do papa Francisco uma canoa com utensílios próprios das comunidades. Dois bispos e duas religiosas entraram na sala com o símbolo. Ao Papa entregaram dois remos e um petição dos povos amazônicos para que a Igreja Católica siga navegando com eles em defesa da vida e do território.
Às nove da manhã, todos os participantes entraram na sala sinodal e foram ocupando seus lugares. Enquanto o papa Francisco saudava aos assistentes a primeira sessão deu início com um momento de oração. Enquanto cantavam aleluia, entrou o Evangeliário.
Depois, o Papa pronunciou a oração inicial, e se deu procedimento ao começo dos trabalhos, com as intervenções iniciais de Lorenzo Baldisseri e de Cláudio Hummes.

Foto: Vatican News
Nota de IHU On-Line: A íntegra do discurso do Papa Francisco na abertura da 1a. sessão do Sínodo da Amazônia pode ser lido, em espanhol, aqui.
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Francisco abre o Sínodo pedindo aos participantes “ousadia para fazer o que Deus nos pedir” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU