A Igreja Evangélica alemã fretará um barco para resgatar os migrantes no Mediterrâneo

Barco evangélico. Foto: Alliance Picture

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17 Setembro 2019

A iniciativa é respaldada por várias congregações, paróquias e clubes desportivos. A Igreja católica do país ainda não se somou à ideia.

“Enquanto as pessoas que buscam proteção se afogam no mar e a ação governamental fracassar, faremos todo o possível para apoiar o resgate marítimo civil”.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 13-09-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

“A necessidade não tem nacionalidade”. A igreja evangélica alemã tomou a iniciativa e anunciou a criação de uma associação que fretará seu próprio barco para resgatar migrantes à deriva no Mediterrâneo.

Assim indicou o presidente do Conselho, Heinrich Bedford-Strohm, que destacou que contam com o apoio de várias congregações, paróquias e clubes desportivos alemães. Uma iniciativa que se soma às que ONGs, como Proactiva Open Arms, levam a cabo há anos em mar aberto, resgatando milhares de pessoas à deriva depois de serem abandonadas a sua sorte pelas máfias.

Até o momento, a Igreja católica não se somou à ideia. Bedford-Strohm manifestou que espera que a Igreja católica apoie a iniciativa.

O anúncio da aquisição do barco segue a valorização que a própria Igreja evangélica faz da situação no Mediterrâneo pela chegada de imigrantes, que resumiu na frase: “segue sem haver uma solução à vista e continua o fracasso da política”.

Outra confissão religiosa alemã, a Igreja reformada, já anunciou que ia colocar à disposição das atividades de resgate de imigrantes no Mediterrâneo um total de 15 mil euros; a Igreja evangélica já apoia financeiramente a atividade do avião “Moonbird”, que opera nesse mar para avistar embarcações.

A Igreja protestante tem discutido a ideia de enviar um barco próprio desde junho. Segundo Bedford-Strohm, em sua última reunião em 6 de setembro, o conselho decidiu fundar a associação, para o que houve, diz, “um grande acordo”. O bispo salientou o dever de ajudar a pessoas em perigo no mar.

“Enquanto as pessoas que buscam proteção se afogam no mar e a ação governamental fracassa, faremos todo o possível para apoiar o resgate marítimo civil”, destacou Bedford.

No decorrer desse ano, pelo menos 642 pessoas perderam a vida em sua tentativa de chegar à Europa através do Mediterrâneo central, que une Itália e Líbia, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). As ONGs e organismos especializados reiteraram em numerosas ocasiões que os Governos europeus devem pôr em marcha vias legais e seguras de acesso para que aqueles que fogem da pobreza e da fome não se vejam forçados a arriscarem suas vidas no mar.

Enquanto isso, a UE segue em silêncio, ou colocando obstáculos à acolhida, como comprovamos na recente crise do Ocean Viking, ou a Open Arms. A saída de Salvini do governo italiano ainda não se traduziu em uma mudança nas políticas de acolhida no Mediterrâneo.

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