Vivemos em um tempo em que ideologia – assim mesmo, no seu sentido mais amplo – parece ter tomado conta do debate, reduzindo todo o campo das Ciências Humanas a essa lógica. Tudo passa a ser ideológico, doutrinação ou mesmo apenas o entendimento de uma das inúmeras partes das complexas relações humanas. De outro lado, antropólogos, historiadores e sociólogos se agarram às cadeiras da academia para tentar evitar que as mesmas sejam tiradas enquanto bradam: “nós fazemos Ciência!”. No fim das contas, ninguém se entende, o mundo da academia parece um, a realidade da vida cotidiana outro e, em meio a arroubos totalitários e crises infindáveis, campos como Sociologia, Filosofia e outros são postos como desnecessários. É diante desse cenário que o sociólogo José de Souza Martins, professor titular aposentado do Departamento de Sociologia e professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH-USP, se coloca a refletir sobre mudanças sociais e políticas e os desafios para as Ciências Sociais.
José de Souza Martins: "Talvez, seja chegada a hora de fazer uma revisão crítica da Sociologia que se tem feito e ensinado nas universidades" (Foto: reprodução You Tube do IHU)
Para Martins, esse é realmente um tempo complicado para falar em Ciências Sociais no Brasil porque estamos vivendo um momento em que não se sabe o que vai acontecer com essa área de conhecimento. “Não só pelas ameaças, mas também porque a sociedade brasileira passou por muitas transformações nos últimos 15 ou 20 anos e as Ciências Sociais sofreram as consequências”, analisa. José de Souza Martins foi o conferencista da aula magna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unisinos, realizada no dia 03 de setembro. Neste ano, o PPG completa 20 anos. Para a coordenadora do Programa, Monika Dowbor, a proposta de ouvir o professor coaduna com os objetivos e emergências de hoje, “de fazer Ciências Sociais enraizada, pensando o local, com pessoas de carne e osso e suas lutas”. “Esse sentido de Ciências Sociais que precisamos resgatar para fazer frente àqueles que dizem que nós não fazemos sentido”, acrescenta Monika.
O professor José de Souza Martins chama atenção para um conceito por meio do qual deve se compreender as Ciências Sociais: “são ciências de diálogos com a realidade, responde à realidade”. E esse diálogo com a realidade tem de ser franco, não mascarado por vieses ideológicos ou através de lentes de teorias importadas de outros tempos e lugares. “Talvez, seja chegada a hora de fazer uma revisão crítica da Sociologia que se tem feito e ensinado nas universidades. Essa revisão significa voltar à tradição clássica, ver o que ficou de fora, de lado, o que não foi tratado como relevante, urgente e necessário”, aponta. Para tanto, o professor propõe um resgate das formas como o campo se origina e vem se desenvolvendo no Brasil.
José de Souza Martins recorda que a Sociologia científica brasileira nasce num momento muito determinado, 1933 [fundação da Escola de Sociologia e Política de São Paulo], já no final do Governo Provisório de Getúlio Vargas, quase na Constituição de 1934. “Havia pensadores sociais antes disso, como Euclides da Cunha, que vai se debruçar a pensar o que é o Brasil e mesmo Gilberto Freyre. Mas não foram fundadores da introdução da Sociologia científica do Brasil. Foi a Universidade que fez isso”, contextualiza. Assim, segundo o professor, as Ciências Sociais chegam ao Brasil juntamente com a própria ideia, a concepção de universidade. “A ideia era formar professores que preparariam professores primários para as escolas normais, aquelas escolas distantes de bairros e mesmo as da roça”, acrescenta.
O objetivo, no momento desse Brasil, era criar uma espécie de ponte entre o mundo culto e republicano e o mundo que estava ainda muito perto da escravidão. “A intenção da Sociologia era civilizatória. E isso funcionou”, avalia. “Quando fui para a universidade, fui porque queria ser professor de Sociologia numa escola dessas”, ainda recorda. O sonho de Martins era ser professor numa escola de roça como a que cresceu. Por ser alguém da roça, chegou a supor que poderia compreender melhor a função da escola primária numa sociedade rural. Nisso, mal sabia ele, já residia algo tão caro a sua forma de fazer Sociologia: a conexão direta com a realidade local. Mas ele acaba ingressando na USP.
Depois dessa primeira fase, em que se visava à formação de “professores dos professores”, os anos 1960 são marcados pelo desinteresse dos acadêmicos de Ciências Sociais pelo magistério. Assim, há uma espécie de virada e as atenções se voltam a pensar no desenvolvimento econômico social do Brasil. Chegamos à fase do desenvolvimentismo. “Nesse sentido há certa compreensão do que seria o desenvolvimento. Ele teria de ser econômico e social e não apenas pensado para educar, mas para dirigir um sistema de economia e também social”, observa.
Mas, quando isso parece formulado mais claramente, começam os problemas. O professor Martins recorda que tudo parecia que ia bem, indicava que o Brasil e o pensamento intelectual brasileiro estavam no caminho de uma autonomia na relação com o centro de decisão da economia internacional, mas chegava-se a 1964 e o golpe vinha trazer um novo revés. “Os rumos do Brasil e da própria Sociologia ficam completamente alterados”, pontua. “Nasce aí a época do confronto da ditadura militar. O regime se opõe à área de Ciências de Sociais, à universidade e à ideia de nacional desenvolvimentismo e começa a perseguição”, aponta.
Diante de tamanha repressão dos “anos de chumbo”, carregar-se de ideologia era quase inevitável para quem queria fazer resistência ao regime. É em 1968, lembra o professor José de Souza Martins, que o movimento estudantil é associado a uma ideia de subversão. Logo no ano seguinte, 1969, ocorrem as primeiras condenações desses “grupos de subversivos”. “Se entendia que o subversivo tinha algumas características. Para eles, o comunista. E essa figura não sabia cantar o hino nacional, também não sabia descrever a bandeira nacional”, recorda, destacando a detenção, à época, de professores como Florestan Fernandes, Fernando Henrique Cardoso, João Cruz Costa, entre outros.
Assim, nesse contexto, a história da Sociologia nacional começa a passar por um momento em que o pensamento contestador passa a ser elementar e não mais apenas uma alternativa. “O regime foi empurrando esses jovens nesse sentido”, acrescenta. E, com isso, a Sociologia vai se aproximando das ideias de militância política, que chegou a compreender luta armada e morte de quem se alinhava a essas fileiras de militantes. “Conhecidos meus, que via na faculdade, desapareceram”, recorda o professor.
Entretanto, mesmo atravessados por toda essa experiência, o professor Martins lembra que o desenvolvimento das Ciências Sociais fica em suspenso, como se a resposta para a pergunta ‘para que mesmo serve a Sociologia?’ ainda estivesse pendente. Foi um período de muita confusão, porque muitos chegavam da escola secundária achando que no curso de Ciências Sociais seriam ensinados a como ser revolucionários. “Era um custo explicar para os alunos que não era bem assim”, brinca. E detalha: “e era um custo dizer isso e, ao dizer isso, não estávamos apoiando o regime, apenas fazendo constatação real. A Sociologia não faz nenhum revolucionário. A origem de toda a sociologia é conservadora. Mesmo em Marx, a origem da sociologia e dos valores vem de concepção conservadora”.
Ou seja, pela emergência de uma conjuntura política a ciência sociológica fica mergulhada na atmosfera ideológica e militante. Para o professor Martins, são marcas que ficam por muito tempo e com uma imensa dificuldade em se demonstrar que, embora muito importante, a resistência não é o todo da Sociologia enquanto ciência. “As pessoas passaram a confundir Sociologia e militância. Chegou a se falar em sociologia militante ao se referir a Florestan. Mas isso não é verdade”, destaca.
No caso de Florestan Fernandes, Martins recorda que tem uma origem trotskista, mas que acaba sendo transformada porque o pensador chega à conclusão de que não poderia, ao mesmo tempo, ser o cientista e ser o militante que deseja. “O Florestan se desligou do trotskismo e se libertou. Esse foi o melhor período da vida. É curioso o papel libertador que essas desvinculações têm na carreira intelectual das pessoas”, avalia.
Acompanhando o raciocínio do professor José de Souza Martins, pode-se pensar que a contaminação da ideologia de resistência ao regime militar no Brasil transforma e inebria a constituição da Sociologia enquanto campo científico, fazendo dela muito mais um espaço de militância. O próprio professor destaca que, naquele momento, essa ideologização e militância eram necessárias. Contudo, quem sabe, o que teria faltado no momento posterior é a desvinculação, bem como recorda que Florestan Fernandes fez com relação à militância trotskista.
Henri Lefebvre (Foto: reprodução/Wikipédia)
Mas como fazer essa desvinculação sem que se perca toda essa historicidade do campo? Para o professor Martins, outro pensador que fornece chaves interessantes é o filósofo e sociólogo francês Henri Lefebvre (1901-1991). “Lefebvre é o grande nome da sociologia marxiana, é o homem que de fato traz Marx, como sociólogo, para o século XX”, destaca. O pensador foi membro do Partido Comunista francês, mas, como bem lembra Martins, foi censurado pelo Partido e acabou sendo expulso. “Quando é expulso, produz suas melhores obras, porque é libertado desse constrangimento do politicamente correto”, acentua o professor.
Martins faz questão de esclarecer de não se tratar de apagamento de convicções políticas e partidárias. Entretanto, reconhece que a carga dessas convicções constitui um problema real quando se fala em análises mais científicas. “Por exemplo, eu não posso desenvolver determinado tipo de análise se colidir com minha religião, com a ideologia de meu partido político. Então, fica difícil fazer ciências nessas condições”, detalha. “Quando falo no Brasil ideológico e desatento, estou falando nessa desatenção que de fato prejudicou muito os estudos e trabalhos científicos da Sociologia em nossas universidades no último 20 anos, pelo menos”.
O doutor em Ciências Sociais, o professor do PPG da Unisinos, José Rogério Lopes, ainda vai além e aponta outras contribuições de Lefebvre. Para ele, há pelo menos mais dois destaques que se fazem necessários: “a compreensão que o autor expõe sobre a importância do cotidiano, da vida cotidiana, para desvendar os processos de reprodução social do capitalismo; e o método dialético atualizado pelo autor, que o prof. José de Souza Martins descreveu sucintamente em sua conferência na abordagem regressiva-progressiva”.
Retomando a historicidade da Sociologia brasileira, o professor José de Souza Martins lembra que desde a década de 1960, a Sociologia vinha dando ênfase para a transformação social, a produção de nova sociedade, nem que para isso fossem necessárias reformas sociais. “E havia quem falasse em revolução”, acrescenta. Assim, acredita ele, numa extensa medida, abriu-se mão dos temas relativos à reprodução social. Por isso, o professor indica, mais uma vez, o pensamento de Lefebvre, pois esse revela que o processo do capital é de produção, “produção da coisa nova, e reprodução daquilo que já existe”.
José Roberto Lopes: "a Psicologia Social tem utilizado o método de Lefebvre para elaborar análises de experiências urbanas contemporâneas, com ênfase na vivência subjetiva de crises sociais, na apreensão coletiva do espaço urbano, em seus componentes físicos ou simbólicos" (Foto: reprodução You Tube)
Para Martins, “esse é o grande dilema do capitalismo contemporâneo”, pois “abrimos mão dos temas relativos à reprodução social. Fechamos os olhos para a força histórica na sociedade moderna e na pós-moderna da reiteração social”. Para ele, a Sociologia não levou em conta que a experiência marxiana traz a contradição, que permeia e determina as relações sociais. “É o repetitivo e o novo, observados por Lefebvre, que constituem reciprocamente na descontinuidade de que lhes é próprio. Nascem juntos e convivem contraditoriamente, tendo de ser e não ser aquela realidade social ao mesmo tempo”, analisa.
Há, assim, no diagnóstico do professor Martins, mudanças de fato que vêm se impondo à Sociologia. “Com o término da II Guerra, o produtivo e o improdutivo se impuseram, o novo e o repetido. A possibilidade das transformações sociais se deslocaram para a vida cotidiana. A revolução ganhou outras e diferentes determinações”, propõe.
A revolução legou a ideia de que é nela que reside a grande transformação, a ruptura. Mas o mundo mudou. “Provavelmente essa revolução não existe mais e não há condições sociais e históricas para tal. Foi Lefebvre quem estudou minuciosamente esse processo de transformação da sociedade contemporânea. Descobriu a imensa revolução da crítica da vida cotidiana”, pontua. Ou seja, da vida cotidiana é que emergem as tensões sem que necessariamente haja um ponto zero de revolução. “Ele fez o diálogo direto com os operários, dava cursos aos operários”, recorda, ao pontuar a ancoragem no real que Lefebvre acaba encontrando.
Depois, o francês vai olhar para a cidade e vê que nela, quase que silenciosamente, há formas de constrangimento que subjugam o operário sem pegar em armas. “As cidades são feitas para enquadrar as pessoas, a cidade moderna é isso. Brasília é isso. Numa manifestação na Praça dos três poderes, as pessoas são diminuídas, perdem a visibilidade”.
O professor José Rogério Lopes, a partir da fala de Martins, endossa a emergência da retomada do pensamento de Lefebvre. Autor que, aliás, como lembra Lopes, tem sido mais usado pela Psicologia do que pela própria Sociologia. “Sobretudo, a Psicologia Social tem utilizado o método de Lefebvre para elaborar análises de experiências urbanas contemporâneas, com ênfase na vivência subjetiva de crises sociais, na apreensão coletiva do espaço urbano, em seus componentes físicos ou simbólicos, ou na interpretação de ações coletivas e lutas sociais pelo direito à cidade, entre outros enfoques”, explica.
Além de Lefebvre, outros pensadores mais contemporâneos vão se prender no real. É o caso de Ágnes Heller (1929-2019), que, como lembra Martins, também foi expulsa do Partido Comunista. “Ela chama atenção para o fato de que a revolução hoje é o fator para mudar a vida, o que envolve uma ação consciente. A práxis desloca-se para o hábito da viscosidade do fenomênico e dos elementos do cotidiano”, aponta. “Na nova realidade Sociológica, a revolução está acontecendo todos os dias, todos os espaços. O problema é que as pessoas não sabem disso. E a Sociologia não tem pensado nisso”, sintetiza.
Marilene Maia: “A ênfase apresentada pelo professor para que as Ciências Sociais deem conta da vida cotidiana, iluminada pelas referências de Lefebvre e Heller, tem correspondência aos desafios do Serviço social” (Foto: Ricardo Machado/IHU)
A professora do curso de Serviço Social da Unisinos Marilene Maia percebeu que essa provocação do professor Martins tem nexo direto com o seu campo de atuação. “A ênfase apresentada pelo professor para que as Ciências Sociais deem conta da vida cotidiana, iluminada pelas referências de Lefebvre e Heller, tem correspondência aos desafios do Serviço social”, observa. Assim, para ela, fica claro que é na observação do cotidiano que se revelam os problemas e os caminhos para uma possível saída. “Nossa área de conhecimento e profissão tem como objeto de trabalho a Questão Social, que se desvela nas diferentes expressões da vida cotidiana com as quais estamos desafiados a trabalhar. A atualização da dialética como método é potente para este tempo, para as Ciências Sociais, para o Serviço Social e para a sociedade”, pontua.
Assim, o professor José de Souza Martins compreende que “a Sociologia se vê diante do desafio de voltar aos clássicos e não de inventar nomes para coisas já conhecidas”. Para ele, voltar aos clássicos significa voltar ao método explicativo dos clássicos. E, mais uma vez, Lefebvre é referência porque desenvolve o método regressivo progressivo, aquele lembrado por José Rogério Lopes. É o que Martins compreende como “uma evolução da dialética como meio de compreender a realidade na sociedade que já está transformada na comparação daquilo que era na época de Marx”.
Para o professor, o método é simples. Qualquer um pode descrever a realidade, mas, na sugestão de Lefebvre, nem tudo aquilo que descrevemos tem a mesma data, a mesma idade. Ele exemplifica: “aqui nessa sala [sala em que proferia sua conferência], se quisermos fazer um exame sociológico ou antropológico do vestuário, veremos que cada um de nós tem idades diferentes”. No método de Lefebvre, cada detalhe das vestimentas é examinado. Cada um desses elementos que compõem a vestimenta, segundo a leitura de Martins, é carregado de uma data, um idade, um lugar, um atmosfera de onde foi concebido. “Feita essa regressão das datas vem o progredir no atual. Já não será um atual descrito na primeira vez. Será um atual explicado nas suas descontinuidades que pressionam novas mudanças sociais”, completa.
Outro ponto importante em que Lefebvre analisa a sociologia de Marx é a práxis. Segundo Martins, a práxis não é revolucionária, mas sim multidimensional. “Em Marx é ainda inovadora, transformadora, repetitiva e mimética. Estamos cada vez mais mergulhados em práxis miméticas, que está presente em nossa vida cotidiana”. Conforme aponta o professor, o resultado é que essas imitações vão reduzindo o vocabulário, as visões de mundo. “Quando se fala em pobreza, é necessário também falar nessa pobreza, que é expressão de visão e compreensão do mundo contemporâneo”, acrescenta.
Por fim, José de Souza Martins ainda destaca a forma com que Lefebvre chama atenção para o método científico. “Em geral, lida com o indutivo e o dedutivo. Existe todo um debate se a Sociologia é indutiva ou dedutiva. A Sociologia é uma ciência empírico-dedutiva”. Para ele, consiste em fazer observação da realidade, fazer pesquisa de campo, decifrar o real, descrever o real para compreender o real. “Não adianta usar o esquema dos sociólogos famosos de outros países – que se faz muito aqui no Brasil – e aplicar o Brasil para explicar o que nós somos”, dispara.
Ou seja, depois da despressurização ideológica que ele sugere, inclusive a partir da experiência do próprio Lefebvre, José de Souza Martins diz que é preciso estar atento à realidade. Mas não qualquer realidade: uma realidade local, com as suas particularidades. Por isso, se torna inviável a simples aplicabilidade de teorias importadas. “Não dá para aplicar, porque somos outras sociedades. As sociedades têm originalidade. E o Brasil tem a sua”, reitera.
Para José Rogério Lopes, do PPG em Ciências Sociais da Unisinos, o que fica das provocações de José de Souza Martins é a emergência de se pensar “acerca do papel da Sociologia e do pensamento sociológico na compreensão dos problemas sociais”. Para Lopes, é preciso um misto de ousadia e criatividade no olhar e na análise da vida social. “De forma a superar a tendência às repetições interpretativas legitimadas, que pouco acrescentam às possibilidades de transformação social. Aqui, opera a importância da imaginação sociológica”, acrescenta.
Martins: “a Sociologia se vê diante do desafio de voltar aos clássicos e não de inventar nomes para coisas já conhecidas” (Foto: reprodução You Tube do IHU)
Graduado em Ciências Sociais, é mestre e doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo - USP. Foi professor-visitante da Universidade da Flórida e da Universidade de Lisboa e membro da Junta de Curadores do Fundo Voluntário da ONU contra as Formas Contemporâneas de Escravidão, de 1998 a 2007. É professor da Cátedra Simón Bolívar, da Universidade de Cambridge e atualmente é professor titular aposentado da USP. Entre suas obras, destacamos Exclusão social e a nova desigualdade (São Paulo: Paulos Editora, 1997), A sociabilidade do homem simples: cotidiano e história na modernidade anômala (São Paulo: Contexto, 2000), Linchamentos: a justiça popular no Brasil (São Paulo: Editora Contexto, 2015) e Do PT das lutas sociais ao PT do poder (São Paulo: Editora Contexto, 2016).