20 Março 2019
Todos sabemos que as plantas não têm ouvidos, mas são capazes de escutar? Um estudo recente demonstra que têm a capacidade de perceber os sons.
A reportagem é publicada por EcoPortal, 09-03-2019. A tradução é do Cepat.
Além da descoberta sobre a capacidade de “ouvir” das plantas, também se chegou à conclusão que podem emitir ultrassons. As flores seriam as que atuam como ouvidos.
Lilach Hadany e Yossi Yovel Sands são os dois cientistas da Universidade de Tel Aviv, responsáveis pelo experimento que demonstra que algumas plantas podem escutar sons.
Os pesquisadores tomaram 650 flores de prímula e analisaram seus níveis de produção de néctar. Depois, observaram se regiam a sons de três frequências distintas (altas, médias e baixas), uma gravação do zumbido de uma abelha e também diante do silêncio.
As flores ao estar expostas a sons baixos e aos das abelhas, chegaram a produzir 20% a mais de néctar. Diante do silêncio, não houve variações na produção.
Os cientistas também buscaram comprovar como é que os vegetais conseguiam captar os sons. Para isso, realizaram a mesma prova, mas extraindo as pétalas das flores. Os resultados deram negativos, não houve aumento na produção de néctar e assim concluíram que eram as flores que atuavam como “ouvidos” das plantas.
A flor atua como as pregas carnosas do ouvido externo humano, canalizando o som para a planta.
Em relação aos ruídos emitidos, a equipe de pesquisadores colocou plantas de tabaco e tomate dentro de caixas insonorizadas, diante de microfones sensíveis que permitissem sua captação.
O experimento demonstrou que as plantas emitiam sons ultrassônicos curtos, de um volume de sessenta decibéis, perceptível para traças e morcegos, mas não para os seres humanos. São breves e tendem a se dissipar na distância.
A equipe constatou que as plantas que estão secas ou danificadas produzem ruídos com frequência. Os sons variam com o tipo de dano ou grau de secura. Em teoria, os animais poderiam usar os sons para obter informação sobre a condição de uma planta.
Em outro estudo, Monica Gagliano, bióloga evolucionista da Universidade da Austrália Ocidental, e suas colaboradoras depositaram plântulas de ervilha em frascos em forma de Y invertido.
Um dos braços do frasco se apoiava sobre uma bandeja com água ou um tubo retorcido de plástico, por meio do qual circulava o líquido elemento. O outro descansava sobre a terra seca.
As raízes cresceram rumo ao braço de água, tanto se esta era facilmente acessível, como se circulava oculta pelo tubo. “Sabiam que a água estava ali, ainda que a única coisa que podiam perceber era o ruído de sua passagem pela tubulação”, afirma. Mas, quando lhes foi oferecida a opção de escolher entre o tubo de água e a terra úmida, as raízes optaram pela segunda.
Gagliano apresenta a hipótese de que as plantas se servem das ondas sonoras para detectar a água distante, mas seguem o gradiente de umidade para alcançar seu objetivo quando se encontram perto.
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As plantas têm a capacidade de “ouvir” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU