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Teólogos católicos e muçulmanos aliados para construir a coesão. Entrevista com Claudio Monge

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12 Fevereiro 2019

O fato de que na Europa - dominada por uma cultura que indica o cuidado obsessivo de si, a independência de qualquer vínculo e a otimização do prazer como estratégia de felicidade - o vínculo social esteja se tornando cada vez mais frágil é conhecido e faz parte da experiência vivida no dia-a-dia. Que muitas pessoas se empenhem todos os dias, com disposição e esforço, paixão e abnegação, para remendar esta Europa talvez seja uma evidência menos conhecida, mas também faz parte da experiência vivida no dia-a-dia. É essa obra delicada de cerzimento, esse trabalho generoso de cura e cuidado atento a todos que impede ao mundo europeu afundar, que incentiva e dá vida e vigor aos espíritos prostrados pelas prepotências e pelo desânimo, bem como pelos ânimos ofuscados pelos ídolos e acostumados à indiferença e ao narcisismo. Esse cerzimento de boas relações toma muitas formas: uma, que ainda está em seus primeiros passos, é representada por um grupo de diálogo teológico islâmico-cristão composto por intelectuais católicos e muçulmanos (dez, a maioria residentes da França) que trabalham juntos para construir a coesão social.

A reportagem é de Luca Attanasio, publicada por Vatican Insider, 11-02-2019. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Monge durante visita ao IHU | Foto: Cristina Guerini / IHU

Desse grupo faz parte o Padre Claudio Monge, dominicano, 50 anos, particularmente empenhado no diálogo entre cristãos e muçulmanos, que vive há 15 anos em Istambul, onde é pároco da igreja dedicada a São Pedro e São Paulo e responsável pelo Centro de Estudos DoST-i (Dominicans Study Istambul, uma sigla que significa "amigo, companheiro" em turco), ambos localizados no bairro de Galata, onde os dominicanos estão presentes desde 1233. Autor do recente livro "Il martirio dell1ospitalità" (O martírio da hospitalidade - em tradução livre -, Ed. Dehoniane), nesta conversa com o Vatican Insider o padre Claudio relata a vida e o trabalho do grupo.

Eis a entrevista.

Você costuma dizer, de maneira um tanto provocativa, que o diálogo islâmico-cristão não existe: o que isso significa?

Não existe se o entendemos como uma relação entre ‘universos religiosos’: o que existe e deve ser promovido é o diálogo entre pessoas cristãs e muçulmanas que aceitam se encontrar e raciocinar juntas. Este é o diálogo que pratico e, acredito, o caminho a ser percorrido. Não são as religiões que se confrontam, são os crentes. Normalmente, quem costuma dizer que o diálogo entre cristãos e muçulmanos é impossível expressa um preconceito e nunca sequer tentou construir relações verdadeiras.

Existem muitos grupos de diálogo islâmico-cristão no Ocidente e no resto do mundo: quais são as principais peculiaridades do vosso grupo?

O nosso nasceu há dois anos por iniciativa do Serviço Nacional de Relações com os Muçulmanos da Conferência Episcopal Francesa. Fazem parte dele cinco católicos - Vincent Ferroldi, Colette Hamza, Emilio Platti, Adrien Candiard e eu - e cinco muçulmanos (sunitas): Djamel Djazouli, Denis Gril, Abdessalem Souiki, Mohamed Bajrafil, Omero Marongiu Perria.

Cada um de nós, além de desempenhar atividade acadêmica, é responsável, em diferentes funções, em comunidades ou grupos de fieis: não somos, portanto, intelectuais que vivem em uma torre de marfim, absorvidos exclusivamente pela pesquisa, mas operadores pastorais que – conhecendo os problemas, as dificuldades, as dúvidas que as pessoas experimentam diariamente em nossas complexas sociedades - pretendem cuidar delas. Nosso projeto se inspira parcialmente no Gric (Grupo de pesquisa islâmico-cristãs), um grupo de pesquisadores universitários cristãos e muçulmanos nascido na Tunísia que, por cerca de vinte anos, também publicou textos (sobre vários assuntos) de grande interesse e inspirou o nascimento de experiências semelhantes na França, Líbano, Marrocos e, mais recentemente, na Espanha.

O nosso grupo quer ser um "laboratório de diálogo" cujo objetivo primário não é a produção de documentos ou textos acadêmicos: a Conferência Episcopal Francesa não nos deu um mandato preciso a esse respeito. Ao invés disso, pediu para desenvolver uma dinâmica de trabalho, ou seja, conhecermo-nos, fazer crescer a confiança mútua passando tempo juntos, confrontarmo-nos francamente partilhando a reflexão sobre temas que consideramos cruciais para a fé. A nossa é a troca da gratuidade de um grupo de crentes radicados na fé e abertos ao diálogo que, movidos por um desejo de atuar na sociedade, trabalham para construir a coesão, promover e sustentar vínculos, desmantelar preconceitos, desarmar violências.

Vocês decidiram chamar o grupo de "Teologia em Diálogo": que passos, que reflexões levaram a esse nome?

Escolhemos o nome apenas durante nosso último encontro, que se realizou no Cairo, no centro de estudo dos Dominicanos, há décadas engajado no diálogo inter-religioso também com a Universidade local de Al-Azhar. Antes de chegar a esse nome - que exprime a vontade comum de dizer nossas convicções de fé convocando a racionalidade - passamos dias inteiros pensando juntos com parrésia sobre o que são teologia e diálogo. Para esses dois termos, que muitas vezes são dados como certos, podem ser atribuídos diferentes significados. Para nós, portanto, foi necessário esclarecer o que pretendíamos, para evitar mal-entendidos que ameaçariam minar todo o processo de confronto subsequente. Em nossas conversas, os muçulmanos generosamente se empenharam em definir o que a teologia é para eles. Na abordagem clássica básica do islã Deus deve ser ouvido e obedecido: não se discute com ele ou sobre ele. O muçulmano é aquele que se entrega à vontade de Deus e confia sua vida a ele. A tradução mais exata do termo islã não é submissão, mas entregar-se com confiança. Enquanto no cristianismo o pensamento teológico tem uma história secular rica em contribuições, só recentemente o mundo islâmico começou a levantar perguntas teológicas, tanto porque avança a secularização e os fiéis muçulmanos vivem cada vez mais em contextos sociais habitados por não crentes ou crentes de outras religiões, como porque o islamismo não é um monólito e as diferenças existentes dentro dele - hoje particularmente evidentes - exigem uma reflexão e a necessidade de mediações. O que torna esta reflexão urgente é também a violência perpetrada nestes últimos anos em nome do Islã, da qual são vítimas, em sua maioria, pessoas de fé islâmica.

Omero Marongiu Perria, sociólogo muçulmano membro do grupo, repetidamente frisa isso: já não se trata mais de refletir sobre a possibilidade ou não de coexistir. A questão hoje é outra: o que podemos construir juntos para o bem da sociedade? Isso nos obriga, como cristãos e como muçulmanos, a tomar em consideração novas perguntas: qual a linguagem para falar de Deus hoje? O que significa combinar pesquisa teológica e cuidado pastoral dos fiéis? Como nos confrontar com a alteridade? A diversidade é uma ameaça da qual precisamos nos defender ou uma riqueza e um recurso a ser descoberto e aprender a apreciar? Nosso grupo com paciência, humildade e muito trabalho está se aprofundando nessas questões, conscientes de que muitas perguntam tocam a vida cotidiana das nossas comunidades.

Vocês já elaboraram um estatuto? E quais são os pontos mais significativos?

Ainda não elaboramos um estatuto por escrito, mas compartilhamos alguns princípios. Eu aponto dois: a) constatamos que às vezes existem diferenças importantes entre cristãos e muçulmanos e, portanto, nem sempre poderemos chegar a afirmações compartilhadas; consideramos, além disso, que o objetivo principal do diálogo não é o de encontrar necessariamente um acordo; b) trabalhamos acreditando na boa fé dos nossos interlocutores, respeitando suas posições nascidas de um sincero apego à fé e levando a sério os textos sagrados dos outros. Este último é um aspecto importante e, de alguma maneira, novo, já que durante décadas, no diálogo islâmico-cristão, cada um costumava se limitar ao que dizia a sua própria tradição, suas próprias fontes, sobre o outro.

Como a atividade do grupo é estruturada?

Nós nos encontramos regularmente duas vezes por ano, durante quatro dias, geralmente em Paris, e cada vez abordamos um tema diferente: dois de nós (um católico e um muçulmano) preparam em conjunto um texto que constitui o ponto de partida da discussão. No final da reunião, elaboramos um novo texto sobre o qual, durante os meses seguintes, continuamos a trabalhar especificando o nosso pensamento também em relação às reflexões oferecidas pelos outros. Este método de trabalho parece que está funcionando: por um lado permite-nos ficar juntos e aumentar o conhecimento e a confiança recíproca, pelo outro nos permite manter contato e refinar nossas posições levando em conta as propostas dos outros. Em nosso próximo encontro, que está marcado para Paris em março, discutiremos sobre o tema "quais as linguagens para falar de Deus".

Como você julga o debate público italiano e europeu sobre a relação entre cristãos e muçulmanos?

Muitas questões que enfrentamos no grupo também atravessam o debate público que não raramente é inflamado e confuso: o que domina são slogans de efeito e frases feitas que enganam e, muitas vezes exasperam os ânimos e endurecem posições já em si distantes. Em seu âmbito restrito, o nosso grupo - ciente de que a convivência entre cristãos e muçulmanos exige tempo e muito trabalho - busca estimular reflexões profundas, que superem o nível superficial e facilitem a compreensão recíproca e a construção de vínculos sociais. No debate público atual esgueira-se também, e nem tão escondida, uma crítica às religiões monoteístas, consideradas matrizes da violência no mundo. Na realidade, a violência faz parte do ser humano. Em nosso grupo, todos trabalhamos convencidos de que as religiões podem contribuir significativamente para desarmar essa violência e trazer a paz.

A recente viagem histórica do Papa Francisco nos Emirados Árabes Unidos e o Documento sobre a fraternidade humana, que ele assinou, juntamente com o Grão-Imã de Al-Azhar Al-Tayyeb encoraja-nos a perseverar no esforço de "adotar a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento recíproco como método e critério". Nesse Documento parece-me também que está bem apoiada a necessidade de não separar a reflexão teológica de uma crítica lúcida do atual modelo de desenvolvimento que, ao lado de indiscutíveis progressos está levando a "uma deterioração da ética" e "um enfraquecimento dos valores espirituais". Nas nossas experiências pastorais, constatamos como esse modelo contribui para difundir a frustração e o desespero, terreno fértil para a disseminação do extremismo ateu e agnóstico e do fundamentalismo religioso. Por esta razão, esperamos que a nossa forma de proceder "desarmados" possa contribuir para a "desmilitarização do coração" dos crentes e de todos os membros da grande família humana.

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