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''Eu, refugiado, explico-lhes o que é isso.'' Entrevista com Viet Thanh Nguyen

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25 Outubro 2018

Se é verdade aquilo que o escritor britânico Ian McEwan disse há apenas um ano, que a literatura traz consigo o dom único de fazer com que a pessoa se coloque no lugar dos outros, tentamos fazer esse exercício com o estadunidense-vietnamita Viet Thanh Nguyen – Prêmio Pulitzer de 2016 com “O simpatizante” – e lhe perguntamos, às margens do Prêmio Bottari Lattes Grinzane, no qual ele está entre os cinco finalistas, como podemos nos sentir quando se escolhe subir em um barco para fugir de uma guerra. Pois ele dedicou um livro de contos aos “Refugiados” e ele mesmo foi um boat people, como eram chamados os vietnamitas que escaparam após o fim da guerra. Um termo cunhado pela mídia que ele nunca quis usar, porque, na sua opinião, era muito “desumanizante”.

A reportagem é de Angelo Mastrandrea, publicada em Il Manifesto, 23-10-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis a entrevista.

Qual é a diferença entre um refugiado nos anos 1970 e um hoje nos Estados Unidos?

Tenho uma certa familiaridade com essa condição. Faço parte daquelas centenas de milhares de pessoas que fugiram em um barco. Era 1975, eu tinha apenas quatro anos, meus pais tinham pouco mais de 40 anos. No Vietnã, levavam uma vida confortável, deixaram tudo o que construíram, o seu passado. Foi traumático para eles, porque tiveram que recomeçar e, ao mesmo tempo, pensar nos seus filhos, em mim e no meu irmão. Eles se encontraram em um acampamento militar em um lugar que não conheciam (passaram três anos em Fort Indiantown Gap e depois em Harrisburg, na Pensilvânia), não falavam a língua, e lhes levavam uma comida estranha para eles. Do meu ponto de vista, no entanto, era tudo diferente.

As crianças são muito resilientes, conseguem suportar a dor. Eu sofri quando fui tirado dos meus pais e confiado a um sponsor. Depois, quando me devolveram para a minha família, fiquei feliz. Estava em um país novo, onde havia neve, fiz novas amizades. As crianças não sabem nada sobre o mundo. Enquanto estão com os pais, tudo é novo e belo para elas. Isso me faz pensar na política do governo Trump de separar as crianças de seus pais. Pode-se discutir sobre tudo, mas não privar uma criança da própria família.

Você escreveu que “em um país onde os bens de propriedade eram a única coisa que importava, não tínhamos nada que nos pertencesse”, exceto as histórias. Como vocês fizeram?

Os meus pais tiveram que sair do acampamento e encontrar um trabalho e, ao mesmo tempo, cuidar de nós. Ainda hoje não sei como conseguiram sobreviver, mesmo que, no fim, conseguissem reconstruir uma vida até melhor do que a anterior. Provavelmente, quando você não tem outra possibilidade, você faz de tudo. Mas eu conheço outras tantas pessoas que não conseguiram. Uma situação desse tipo produz fortes danos em nível pessoal e familiar, há abusos emocionais muito fortes.

“Eu não sou um refugiado”, diz um comerciante de Aleppo que desembarcou na Grécia ao repórter Agus Morales – fundador da revista espanhola de jornalismo narrativo 5W – dando-lhe o título a um de seus livros. É formalmente um refugiado, mas não se percebe como tal. Em vez disso, você reivindica abertamente o fato de ter sido um refugiado.

Eu afirmo isso publicamente sempre que tenho a possibilidade. Existe uma definição objetiva, fornecida pelas Nações Unidas (“Qualquer pessoa que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele”). No mundo, há 68 milhões de apátridas, 22 milhões deles são tecnicamente refugiados. Além disso, há uma subjetividade, isto é, como a pessoa se percebe, como se sente, como é tratada. De qualquer forma, trata-se de pessoas que não são bem-quistas no país de onde provêm e não são aceitas nos lugares de chegada. Eu sou muito solidário a elas, porque, por minha vez, fui um refugiado.

É possível se sentir refugiado mesmo quando não se é formalmente?

A definição de refugiado é precisa. Meu trabalho se concentra nas condições das pessoas que viveram a guerra e foram forçadas a fazer escolhas extremas em condições muito difíceis. É claro que, para além das definições, a cada um de nós pode acontecer de se sentir indesejado na vida. Eu acredito que há traços comuns entre aquilo que um Estado faz, que pode expulsar ou não deixar as pessoas entrarem, e o que o ser humano faz em algumas situações, expulsando, por exemplo, as pessoas da própria vida. Para evitar tudo isso, acho que devemos trabalhar muito, especialmente em relação às crianças. Na Itália, nos últimos meses, houve um surto de atos de racismo contra imigrantes, requerentes de asilo e refugiados. Não conheço exatamente a situação italiana, mas não me parece muito diferente do que acontece nos Estados Unidos. Nós também temos fluxos migratórios do México e da América Central. Por isso, criou-se um forte sentimento anti-imigrantes, se construiu um muro na fronteira. Há uma divisão na sociedade, entre aqueles que sentem um sentimento de piedade e aqueles que estão assustados. Vejo a mesma coisa entre vocês também.

Você afirmou que não gosta do termo boat people. Por quê?

Nunca quis utilizar o termo boat people, que estava muito em voga na época, porque o acho desumano. Não podemos esquecer que a metade dos vietnamitas que escapavam, morreram. Todos sabiam que se lançariam em uma viagem desesperada e, ao mesmo tempo, heroica. É preciso se perguntar por que decidiram fazer isso. Nos Estados Unidos, temos uma visão heroica dos astronautas, mas não pensamos que a sua capacidade de sobreviver ao voo para o espaço é muito maior do que a dos refugiados que sobem em um bote. Devemos tentar imaginar o que se sente, como as pessoas se sentem ao subir em um barco pondo em risco a própria vida. Quem escreve deveria falar disso em termos heroicos, como se essa experiência fosse uma odisseia atual.

Você se define como um vietnamita “made in USA”. Que relação você manteve com o seu país de origem?

Eu o deixei em 1975 e voltei pela primeira vez em 2002. Até 2012, estive lá outras cinco ou seis vezes, como estudante, escritor e professor universitário. Depois, não fui mais, porque “Refugiados” foi censurado. Apagaram o conto autobiográfico em que eu falava da minha história e da dos meus pais. “O Simpatizante” deve ser publicado, mas é muito crítico com o Partido Comunista. Estamos esperando desde abril que nos deem uma resposta. Voltarei para lá somente quando meus livros forem publicados na íntegra.

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