Anistia Internacional alerta para crise de refugiados na fronteira entre México e EUA

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Por: João Flores da Cunha | 17 Junho 2017

A Anistia Internacional publicou no dia 15-6 um relatório em que critica os governos dos Estados Unidos e do México por sua responsabilidade na crise de refugiados na fronteira entre os dois países. Milhares de pessoas, provenientes em sua maioria da América Central, buscam alcançar o território estadunidense pela fronteira com o México, mas acabam sendo detidas e, em muitos casos, deportadas para seus países de origem.

O relatório, intitulado Enfrentando muros: Violações dos direitos de solicitantes de asilo nos Estados Unidos e no México, critica uma ordem executiva assinada pelo presidente estadunidense, Donald Trump, que endureceu os controles sobre fronteiras e imigração. O estudo começou a ser realizado a partir de fevereiro deste ano, logo após o início do mandato de Trump.

A Anistia Internacional também atribui ao México responsabilidade pela crise, que, segundo a organização não-governamental, pode se tornar uma “catástrofe de direitos humanos” no futuro. Segundo dados oficiais, o México deteve em 2016 188.595 imigrantes em situação irregular, das quais 81% vinham da América Central. 147.370 pessoas foram deportadas.

97% das pessoas deportadas eram originárias da região do Triângulo Norte, formado por três países da América Central que convivem com um nível de violência semelhante ao de países em guerra: El Salvador, Guatemala e Honduras. “No lugar de oferecer proteção, o México está devolvendo pessoas a situações extremamente perigosas”, segundo a Anistia Internacional.

“Os Estados Unidos e o México são sócios no crime e estão forjando uma incipiente catástrofe de direitos humanos. Os Estados Unidos estão construindo um sistema cruel e hermético para impedir que pessoas que precisam recebam proteção internacional, e o México está demasiadamente disposto a desempenhar o papel de porteiro dos Estados Unidos”, afirmou a diretora da Anistia Internacional para as Américas, Erika Guevara-Rosas.

Para ela, “a estratégia do muro fronteiriço do presidente Trump não reconhece que, se querem viver, estas pessoas não têm outra opção que não fugir de seus lares. O muro de Trump, suas questionáveis ordens e seus centros (cada vez mais numerosos) de detenção para imigrantes não impedirão que as pessoas tentem entrar nos Estados Unidos. Ao contrário: só servirão para obrigar essas pessoas a tomar rotas mortais através do deserto, do rio e do mar”.

“Quem perde são as centenas de milhares de pessoas que fogem desesperadas da violência extrema e mortal dos países centro-americanos de El Salvador, Honduras e Guatemala. No lugar de empurrar as pessoas para uma morte provável, os EUA devem anular sua ordem executiva de segurança fronteiriça e repensar desde o princípio seu controle de imigração”, declarou Guevara-Rosas.

Entre os dias 15 e 16 de junho, realizou-se em Miami uma conferência sobre a situação da América Central. Estiveram presentes representantes dos governos de México, Estados Unidos e dos países do Triângulo Norte. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, reconheceu que a segurança de seu país depende do que ocorre nestes países da América Central e no México.

A Anistia Internacional criticou o que chamou de “hermetismo” da conferência e o seu foco na segurança, ao invés dos direitos humanos.

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