17 Julho 2018
Amelia Tiganus é uma sobrevivente. Ela gosta também da denominação de combatente, porque segue lutando, por ela e por outras. Nasceu na Romênia em 1984, porém faz 16 que vive na Espanha. Até ali chegou escapando de uma vida de violência e em busca de um futuro melhor aos 17 anos, sem se dar conta que havia sido presa por uma rede de tráfico de pessoas.
A reportagem é de Sonia Santoro, publicada por Página/12, em 16-07-2018. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Esteve em Buenos Aires para contar sua experiência, debater, refletir no “I Congresso Abolicionista Internacional. Para um abolicionismo real” que se realizou no Centro Cultural San Martín organizado por agrupações abolicionistas e centros de investigação acadêmica: Trece Rosas; Furia Trava; Red Alto al Tráfico y a la Trata (RATT Argentina); Taller abierto de historia de género, Cát. Historia Argentina III “B” (Facultad de Filosofia y Letras, FFyL – Universidad de Buenos Aires, UBA); Instituto Interdisciplinario de Estudios e Investigaciones de América Latina (Indeal, FFyL – UBA), entre outros.
Amelia se ocupa de transmitir sua história para prevenir. “Quando comecei a ler sobre feminismo e me submergi nele, entendi que minha história não era só pessoal e que havia sido coagida. Conheci a existência do patriarcado”, disse. É ativista do sítio feminicidio.net, uma organização que visibiliza os assassinatos de mulheres por razões de gênero, incluídos aquelas produto da prostituição. Esta plataforma marca que, desde o ano de 2010, foram cometidos 42 femincídios por prostituição, principalmente assassinadas por seus clientes. O último se produziu no 26 de janeiro deste ano.
Tiganus insiste na pouca visibilidade que se dá a esses dados: “A vida das mulheres importa muito pouco. A daS putas, menos. Quem vai reivindicar o corpo de uma mulher prostituta? ”.
Dentro da organização ela coordena o projeto de sensibilização, formação e prevenção de prostituição, tráfico e violência sexual.
Confira neste link a entrevista com Amelia Tiganus
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Quem vai reivindicar o corpo de uma prostituta? - Instituto Humanitas Unisinos - IHU