Nicarágua. Os bispos pedem a Ortega que aceite eleições antecipadas

Bispos nicaraguenses. Foto: Conferência Episcopal da Nicarágua

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24 Junho 2018

O Episcopado da Nicarágua pediu hoje ao presidente Daniel Ortega que aceite “formalmente” a proposta de antecipar para março de 2019 as eleições gerais, para facilitar o diálogo nacional que está suspenso e que busca uma saída para a crise que deixa pelo menos 212 mortos em dois meses.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-06-2018. A tradução é de André Langer.

A Conferência Episcopal, mediadora do diálogo nacional, pediu a Ortega que “comunique oficial e formalmente sua aceitação da proposta que, recolhendo os sentimentos da grande maioria dos nicaraguenses, lhe apresentamos na quinta-feira, 7 de junho, sobre as eleições gerais antecipadas, para março de 2019”.

Em carta publicada neste sábado, o Episcopado afirmou que a aceitação desta proposta é “imprescindível para agilizar o nosso trabalho a favor dos nicaraguenses, sem nenhuma exceção”.

Ortega mostrou, no dia 13 de junho, em sua resposta à proposta feita pelos bispos no dia 7, sua “disposição de ouvir uma proposta”, e disse que o faria “dentro do quadro constitucional, das leis que regem o país”, as mesmas que estabelecem que as eleições presidenciais devem ocorrer a cada cinco anos, ou seja, em 2021.

O Episcopado publicou a carta na qual pede a Ortega que aceite formalmente a antecipação das eleições um dia depois de que os países membros do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), com a exceção da Venezuela, apoiaram um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que aponta a responsabilidade do Governo nicaraguense na morte de pelo menos 212 pessoas, 1.337 feridos e 507 pessoas privadas de liberdade.

Os Estados Unidos também pediram na sexta-feira ao Governo de Ortega que convoque eleições “antecipadas e livres” para pôr fim à onda de violência desencadeada há mais de dois meses.

O diálogo nacional, em que a Igreja é mediadora, instalado em meados de maio passado, foi suspenso por algumas semanas e retomado na segunda-feira, mas devido ao descumprimento de acordos feitos com o governo, está novamente paralisado.

A Conferência Episcopal anunciou na quinta-feira passada que esperaria a apresentação do relatório da CIDH em Washington para retomar o diálogo protagonizado pelo governo e a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia, composta por empresários, sociedade civil, estudantes e camponeses.

A Nicarágua entrou neste sábado no 67º dia da crise sociopolítica mais violenta registrada pelo país desde a década de 1980, com Ortega também como presidente.

Os protestos contra Ortega e sua esposa, a vice-presidenta Rosario Murillo, começaram por conta da fracassada reforma da previdência social e transformaram-se em uma reivindicação que pede a renúncia do presidente, depois de onze anos consecutivos no poder, com acusações de abuso e corrupção contra ele.

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