28 Abril 2016
"O primeiro olha para a família a partir de uma perspectiva bíblica. Na sequência, vem um exame das situações atuais das famílias. O terceiro recorda alguns aspectos essenciais do magistério da Igreja sobre o matrimônio e a família, pavimentando o caminho para aqueles que o papa considera os dois capítulos principais sobre o amor. Se você não deseja ler a exortação por inteiro, leia pelo menos o Capítulo IV e, se possui filhos, também o Capítulo V. O Capítulo VI destaca alguns caminhos pastorais que “nos [levam] a construir famílias sólidas e fecundas”. O Capítulo VII trata da criação e educação dos filhos. Os próximos três capítulos apresentam um “convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe”. Os sacerdotes e aqueles que se divorciaram deveriam ler, em específico, o Capítulo VIII. O capítulo final conclui com uma breve discussão sobre a espiritualidade familiar", escreve Thomas Reese, jesuíta e jornalista, em artigo publicado National Catholic Reporter, 21-04-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Eis o artigo.
Quando recebi um exemplar da exortação apostólica do Papa Francisco, Amoris Laetitia, tive de fazer uma leitura intensiva dele para que conseguisse escrever uma coluna [1] a ser postada já na manhã seguinte. Não é desse jeito, porém, que devemos ler esta exortação. Pelo contrário, é preciso dedicar um bom tempo para a sua leitura, e foi o que fiz ao lê-la pela segunda vez.
Da mesma forma como os seus escritos anteriores, esta exortação, “A Alegria do Amor”, está escrita num estilo pessoal, pastoral, ficando acessível à maioria dos leitores. Não é um tom acadêmico, porém é extenso: 260 páginas. Melhor seria ler um capítulo de cada vez, e não todos de uma vez só.
Este documento pede para ser debatido nas famílias, nas paróquias e nas instituições educativas. Não há necessidade de as pessoas esperar os bispos e pastores apresentarem uma resposta ao documento. Qualquer um pode baixá-lo da internet, chamar os familiares e amigos e dizer: “Vamos ler e discutir essa exortação”. Qualquer participante de um clube de leitura pode recomendar este documento papal como uma próxima obra a ser decifrada.
Para auxiliá-lo na leitura, elaborei uma lista de perguntas que serão úteis para uma leitura individual ou para discussões em grupo. Os números nos parênteses referem-se aos parágrafos da exortação.
Antes de tudo, importa lembrar que este documento decorre de um processo de mais de três anos, iniciado com um questionário em nível mundial com temas relativos à família que foi enviado pelo Vaticano aos bispos no intuito de receberem um input de especialistas e leigos.
Em seguida veio o Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro de 2014, seguido por um outro questionário e um outro Sínodo, em outubro de 2015. Cada uma dessas assembleias sinodais produziu um relatório, chamado relatio. Eles não obrigavam o papa a aceitar o que continham em suas linhas, mesmo assim ele pegou estes textos e tudo o que ouviu dos delegados sinodais e os usou na escrita desta exortação.
O pontífice cita extensivamente o Concílio Vaticano II, os papas, o Sínodo, o que é comum em qualquer documento papal. Ele, porém, também cita as Conferências Episcopais e mesmo autores como Martin Luther King, três poetas latino-americanos, Josef Pieper, Erich Fromm e Gabriel Marcel.
A exortação divide-se em nove capítulos.
O primeiro olha para a família a partir de uma perspectiva bíblica. Na sequência, vem um exame das situações atuais das famílias. O terceiro recorda alguns aspectos essenciais do magistério da Igreja sobre o matrimônio e a família, pavimentando o caminho para aqueles que o papa considera os dois capítulos principais sobre o amor.
Se você não deseja ler a exortação por inteiro, leia pelo menos o Capítulo IV e, se possui filhos, também o Capítulo V.
O Capítulo VI destaca alguns caminhos pastorais que “nos [levam] a construir famílias sólidas e fecundas”. O Capítulo VII trata da criação e educação dos filhos. Os próximos três capítulos apresentam um “convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe”.
Os sacerdotes e aqueles que se divorciaram deveriam ler, em específico, o Capítulo VIII.
O capítulo final conclui com uma breve discussão sobre a espiritualidade familiar.
Introdução
O papa inicia a exortação dizendo: “A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”. Ele diz que a complexidade dos temas discutidos no Sínodo “mostrou-nos a necessidade de continuar a aprofundar, com liberdade, algumas questões doutrinais, morais, espirituais e pastorais”.
Perguntas
1.- O papa diz que, ao lidar com os problemas de família, algumas pessoas possuem um “desejo desenfreado de mudar tudo sem suficiente reflexão ou fundamentação”, enquanto outros “[pretendem] resolver tudo através da aplicação de normas gerais ou deduzindo conclusões excessivas de algumas reflexões teológicas” (2). De qual grupo você mais se aproxima?
2.- O papa afirma que “nem todas as discussões doutrinais, morais ou pastorais devem ser resolvidas através de intervenções magisteriais” (3). Você gosta desta abordagem, ou você prefere ter respostas claras?
3.- “Naturalmente, na Igreja, é necessária uma unidade de doutrina e práxis, mas isto não impede que existam maneiras diferentes de interpretar alguns aspectos da doutrina ou algumas consequências que decorrem dela” (3). Como você acha que a unidade e a diversidade deveriam ser equacionadas na Igreja?
Capítulo I: À luz da Palavra
A Bíblia está repleta de história de famílias e passagens dirigidas a elas. Neste capítulo, o Papa Francisco cita muitas destas histórias.
Perguntas
1.- De qual família bíblica você gosta? Qual delas fala a você e à sua família de um modo especial?
2.- Que passagens bíblicas você usa (ou planeja usar) em sua cerimônia de casamento? Por quê?
3.- O que Francisco quer dizer quando escreve: “O casal que ama e gera a vida é a verdadeira ‘escultura’ viva (…) capaz de manifestar Deus criador e salvador” (11)?
4.- Muitas pessoas feministas observam que a Bíblia advém de uma cultura patriarcal. Como Francisco responde a essa crítica (9-10, 12-13)?
5.- Aquilo que a Bíblia diz sobre os filhos reflete a sua experiência (14-18)?
6.- Você encontra consolo no que o papa diz sobre o sofrimento (19-22)?
Capítulo II: A realidade e os desafios das famílias
Os fatos importam para Francisco, assim no Capítulo II ele olha para a atual realidade das famílias. Ele nota que, ao mesmo tempo em que as famílias vieram a desfrutar de uma maior liberdade, elas acabaram recebendo menos apoio das estruturas sociais. Ele discute o que a Igreja e o Estado podem fazer para responder a estes desafios que as famílias enfrentam.
Perguntas
1.- De que forma as famílias estão mais livres hoje do que nos tempos dos nossos pais e avós? Como elas recebem menos apoio das estruturas sociais (32-34)?
2.- Francisco diz: “Teme-se a solidão, deseja-se um espaço de proteção e fidelidade mas, ao mesmo tempo, cresce o medo de ficar encurralado numa relação que possa adiar a satisfação das aspirações pessoais” (34, 39). Como você vê isso na vida de seus familiares e amigos?
3.- Como a forma em que a Igreja apresentou as suas crenças e tratou as pessoas contribuiu para o problema (36-38)?
4.- O que Francisco quer dizer ao afirmar: “Somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las” (37)?
5.- O que leva os jovens a adiarem o matrimônio, a família ou a ter filhos (40-42)?
6.- O que o governo dos nosso país pode fazer para “garantir o futuro dos jovens e ajudá-los a realizar o seu projeto de formar uma família”?
7.- O que a sua comunidade faz para a acolhida e ajuda aos migrantes e pessoas com necessidades especiais (47)?
8.- Quais são os desafios dos idosos e solteiros (48-49)?
9.- Estresse, drogas, violência dentro das famílias e o medo do desemprego, do futuro dos filhos – tudo isso são, segundo Francisco, ameaças às famílias. Em sua comunidade, quais são as ameaças/os perigos que as famílias enfrentam?
10.- Francisco fala das vantagens nos direitos das mulheres, mas observa que resta muito a ser feito ainda (54). O que você acha que precisa ser feito neste momento? Vê o Espírito a atuar no movimento feminista?
11.- O que acha da descrição do papa sobre o papel da mulher e do homem no matrimônio (55-56)?
Capítulo III: O olhar fixo em Jesus: a vocação da família
Neste capítulo, Francisco traz presente a vida e os ensinamentos de Jesus e a maneira como eles se relacionam com a vida familiar. Ele também descreve o que se diz sobre a família nos documentos eclesiásticos, especialmente aqueles produzidos no Concílio Vaticano II e nos papados recentes.
Perguntas
1.- Você acha os ensinamentos de Jesus sobre a família esperançosos, inspiradores, cheios de amor e ternura (58-66)?
2.- A linguagem presente nos documentos da Igreja fala a você (67-75)? O que faz sentido ou lhe toca de maneira especial? O que é abstrato, cansativo ou ininteligível? O que é abertamente condenável?
3.- O que você acha da forma como Francisco fala sobre as “situações imperfeitas” e as “sementes do Verbo” em outras culturas (76-79)?
4.- O que você pensa sobre a forma como Francisco escreve sobre a transmissão da vida e a educação dos filhos (80-85)? Mais sobre isso nos capítulos V e VI.
5.- Você vivencia a Igreja como uma “família de famílias” (87-88)?
Capítulo IV: O amor no matrimônio
Francisco diz que não podemos expressar o Evangelho do matrimônio e da família sem falar do amor. Ele inicia esse capítulo com uma meditação do hino à caridade e ao amor escrito por São Paulo (1 Cor 13,4-7). A meditação faz parte da exortação, faz parte do exame de consciência. Ele fala da alegria e da paixão do amor de casado, bem como do lado obscuro da violência e manipulação no sexo.
Perguntas
1.- Qual parte de sua meditação sobre o hino de Paulo mais lhe tocou (90-119)?
2.- O Papa Francisco diz que ficamos impacientes “quando exigimos que as relações sejam idílicas, ou que as pessoas sejam perfeitas, ou quando nos colocamos no centro esperando que se cumpra unicamente a nossa vontade” (92). A sua experiência é esta?
3.- O Papa Francisco cita Santo Inácio de Loyola, quem diz: “O amor deve ser colocado mais nas obras do que nas palavras” (94). Você concorda?
4.- “A inveja é uma tristeza pelo bem alheio, demostrando que não nos interessa a felicidade dos outros, porque estamos concentrados exclusivamente no nosso bem-estar” (95-96). O que lhe faz invejoso?
5.- “O amor não é arrogante” (97-98). O que lhe faz arrogante?
6.- “Uma certa prioridade do amor a si mesmo só se pode entender como condição psicológica, pois uma pessoa que seja incapaz de se amar a si mesma sente dificuldade em amar os outros” (101). Concorda? Discorda?
7.- Francisco fala bastante sobre a necessidade do perdão nas famílias (103-108). Ele está certo? O que você acha que pode tirar de útil deste conselho? O que você perdoa? O que perdoaram em você?
8.- “Não lhe exijo que seja perfeito o seu amor para o apreciar: ama-me como é e como pode, com os seus limites, mas o fato de o seu amor ser imperfeito não significa que seja falso ou que não seja real” (113). Será que o amor imperfeito basta para manter unido um casamento?
9.- O que Francisco quer dizer quando afirma: “É precisamente esta confiança que torna possível uma relação em liberdade” (115)? A sua experiência confirma esta afirmação?
10.- Francisco faz uma longa citação de Martin Luther King (118). Será que nós, enquanto indivíduos, enquanto nação, somos capazes de responder ao terrorismo?
11.- “Depois do amor que nos une a Deus, o amor conjugal é a ‘amizade maior’”, diz Francisco ao citar São Tomás de Aquino (123). Descreva um casal que você conhece e que são verdadeiros amigos.
12.- O que acha do argumento do papa por uma “exclusividade indissolúvel” no matrimônio (123-124)?
13.- Francisco, celibatário, fala da paixão, da alegria e da beleza do matrimônio (125-130, 142-152). Ele acerta? O que soa verdadeiro? O que não?
14.- Francisco fala aos jovens sobre a importância do matrimônio (131-132). Ele é convincente?
15.- Francisco diz que as três expressões-chave em uma família são: “Com licença”, “obrigado” e “desculpa”. Você concorda? Como estas palavras têm sido importantes em sua família?
16.- Como você pode incentivar o diálogo em sua família (136-141)?
17.- Francisco é realista em sua descrição da violência e manipulação no sexo (153-157)?
18.- O que você acha da exegese de Francisco sobre um trecho da Carta aos Efésios onde se pede que “as mulheres [sejam submissas] aos seus maridos” (156)?
19.- O que os casais mais velhos acham do tratamento que Francisco dá ao amor e ao envelhecimento (163-164)?
Capítulo V: O amor que se torna fecundo
“O amor”, diz o papa, “sempre dá vida” (165). “A família é o âmbito não só da geração, mas também do acolhimento da vida que chega como um presente de Deus”. Ele fala do papel das mães, dos pais e dos avós na família, e também da experiência da gravidez e do feminismo.
Perguntas
1.- Como Francisco descreve o amor dos pais pelos filhos como sendo um reflexo do amor de Deus por nós (166)?
2.- “As famílias numerosas são uma alegria para a Igreja”, escreve o Papa Francisco, mas ele também fala da “paternidade responsável” (167). Como estas duas coisas se relacionam?
3.- Como Francisco descreve a gravidez (168-171)? As mães concordam com o que ele afirma?
4.- O papa descreve os papéis das mães e dos pais em uma família (172-177). Onde ele acerta? Onde erra?
5.- Apesar de que as mulheres queiram “estudar, trabalhar, desenvolver as suas capacidades e ter objetivos pessoais”, escreve ele, nós “não podemos ignorar a necessidade que as crianças têm da presença materna, especialmente nos primeiros meses de vida” (173). Você concorda? Como as mulheres pesam as suas próprias necessidades e objetivos com as necessidades e objetivos dos filhos?
6.- Francisco diz apreciar o “feminismo, quando não pretende a uniformidade nem a negação da maternidade” (173). O que ele quer dizer com isso? Você concorda?
7.- O que ele quer dizer quando fala do “gênio feminino” (173)?
8.- O que Francisco tem a dizer aos casais que não estão em condições de ter filhos (178-181)?
9.- Como o papa quer que as pessoas interajam com o mundo ao redor delas (181-186)?
10.- Qual o papel da família estendida ou ampliada (187, 196-198)?
11.- Qual a relação dos filhos com os pais (188-190)?
12.- Qual o papel dos avós em uma família (191-193)?
13.- Será que um “filho único” sente falta de algo ao não ter irmãos e irmãs (194-195)?
Capítulo VI: Algumas perspectivas pastorais
O Papa Francisco diz que não irá apresentar um plano pastoral às famílias, e sim reflexões a respeito de alguns dos desafios pastorais mais significativos. Fica então a cargo das comunidades conceber iniciativas mais práticas e eficazes que respeitem tanto o ensinamento da Igreja quanto os problemas e necessidades locais (199). Ele olha para a formação dos sacerdotes, para os programas preparatórios ao matrimônio, para as crises no casamento, bem como para as situações das famílias monoparentais e casais gays.
Perguntas
1.- Que sugestões você daria para a melhoria da formação dos sacerdotes e ministros leigos de forma que eles possam ajudar mais as famílias (200-204)?
2.- Que preparação para o matrimônio Francisco considera necessária aos noivos (205-211)?
3.- Que preparação você recebeu para o seu casamento? Foi útil? Como esta preparação pode ser melhorada (205-211)?
4.- Francisco critica os casamentos elaborados e caros (212) e insta os casais a focarem-se importância espiritual e teológica da cerimônia (213-216). O que ele fala aqui é realista? Como podemos ajudar os noivos nesse sentido?
5.- Francisco fala do matrimônio como um projeto para a vida inteira (218) que se desenvolve ao longo de várias etapas (220). Por quais etapas a sua relação passou?
6.- Francisco adverte contra “expectativas demasiado altas sobre a vida conjugal” (221). Isso é verdadeiro quanto ao seu casamento? Como você e seu parceiro lidam com isso?
7.- Qual o papel da consciência nas decisões sobre a paternidade responsável (222)?
8.- Francisco fala do papel dos “casais de esposos com experiência” em ajudar os casais mais jovens (223). Como você foi ajudado por casais mais experientes nos primeiros anos de seu casamento? Você e seu parceiro já ajudaram outros casais?
9.- O que Francisco quer dizer por “o amor precisa de tempo disponível e gratuito, colocando outras coisas em segundo lugar” (224-226)?
10.- Francisco afirma que todas as famílias passam por crises (232), que pode ou enfraquecer o relacionamento do casal ou fortalecê-lo. Como ele encoraja os casais a enfrentarem as crises (232-238)? Você já teve de lidar com crises em sua família?
11.- Francisco escreve sobre como antigas feridas e cicatrizes podem afetar o relacionamento de um casal (239). Qual o conselho que ele dá sobre como lidar com elas.
12.- Quando a separação é “inevitável” e mesmo “moralmente necessária” (241)? Qual o acompanhamento pastoral adequado em tais situações (242-243)?
13.- Você ou alguém que conhece já se submeteu ao processo de anulação matrimonial (244-245)? Como foi a experiência?
14.- Como podemos evitar que os filhos fiquem magoados pela separação (245-246)?
15.- Os casamentos entre católicos e não católicos possuem desafios especiais (247-249). O que pode ajudar ou atrapalhar tais uniões?
16.- Como Francisco equaciona o ensinamento católico sobre a atração homoafetiva com o desejo de “reafirmar que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade” (250-251)?
17.- Como a comunidade cristã incentiva e apoia as famílias monoparentais (252)?
18.- Como a comunidade cristã ajuda os cônjuges sobreviventes a lidar com a morte do ente querido (253-258)?
Capítulo VII: Reforçar a educação dos filhos
Os pais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento moral dos filhos. Francisco incentiva os pais a serem “vigilantes”, mas não “obsessivos” quanto ao que os filhos estão fazendo e a que estão sendo expostos. (260-261). Discute também o papel da disciplina, da tecnologia, da educação sexual, bem como o papel dos pais na transmissão de valores e da fé.
Perguntas
1.- Qual a diferença entre ser “vigilante” e “obsessivo” na supervisão dos filhos (260-262)?
2.- Como os pais geram “um respeito amoroso” (263), fomentam “hábitos bons e tendências afetivas para o bem” (264-266) e desenvolvem uma liberdade verdadeira nos filhos (267)?
3.- Como os pais ensinam os filhos que “más ações têm consequências” (268-270)?
4.- O que Francisco quer dizer quando afirma: “Pedindo demasiado, nada se obtém” (271-273)?
5.- O que Francisco quer dizer quando afirma: “A família é a primeira escola dos valores humanos” (274)?
6.- Como a tecnologia ajuda ou atrapalha o processo educacional que ocorre entre pais e filhos (278)?
7.- Qual o papel adequado da educação sexual (280-286)?
8.- O que você acha da discussão de Francisco sobre masculinidade e feminilidade (286)?
9.- Quais os desafios aos pais na transmissão da fé aos filhos (287-290)?
10.- Francisco diz que “recursos aprendidos ou as receitas às vezes não funcionam” na educação da fé (288). Em sua experiência, o que funciona?
Capítulo VIII: Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade
Este capítulo, onde o papa discute o divórcio, é talvez o mais polêmico e a seção mais discutida da exortação. Os rigoristas conservadores não queriam mudança alguma na prática católica de proibir que fiéis divorciados e recasados participem da Comunhão, enquanto que outros tinham um “desejo desenfreado de mudar tudo sem suficiente reflexão ou fundamentação” (2). Francisco, por sua vez, fala da necessidade de uma reflexão, de um discernimento e do papel da consciência individual.
Perguntas
1.- Em lugar de condenações por “viverem em pecado”, Francisco quer que a Igreja se dirija “com amor àqueles que participam na sua vida de modo incompleto, reconhecendo que a graça de Deus também atua nas suas vidas, dando-lhes a coragem para fazer o bem, cuidar com amor um do outro e estar ao serviço da comunidade onde vivem e trabalham” (291). Isso faz sentido para você, ou você acha que este pensamento irá encorajar mais pessoas a não seguirem o ensinamento da Igreja sobre o matrimônio?
2.- Francisco diz que algumas formas de união “não correspondem ou já não correspondem à (…) doutrina [da Igreja] sobre o matrimônio”, enquanto que “outras o realizam pelo menos de forma parcial e analógica” (292-293). Você pode dar alguns exemplos de tais uniões? Por outro lado, o que seria um exemplo de uma união que “contradiz radicalmente” o ideal?
3.- O que o papa quer dizer por “discernimento pastoral” (293), por “situações culturais ou contingentes” (294)? Mais sobre isso a seguir.
4.- O que os papas João Paul II e Francisco querem dizer por “lei da gradualidade” (295)?
5.- Qual o papel do discernimento nas “situações irregulares” (296)?
6.- Francisco diz: “Não me refiro só aos divorciados que vivem numa nova união, mas a todos seja qual for a situação em que se encontrem” (297). Quem mais estaria incluído?
7.- Quais são os casos com os quais Papa Francisco parece ter mais simpatia (298)?
8.- Como a Igreja integra mais plenamente os divorciados e recasados na comunidade cristã enquanto também evita escândalos ocasionais (299)?
9.- Ao descrever o processo de discernimento, o Papa Francisco apresenta algumas interrogações que os divorciados e recasados deveriam se fazer (300). Estas perguntas são úteis? Que outras perguntas estes fiéis poderiam se fazer?
10.- Qual o papel de um sacerdote neste processo de discernimento (300)?
11.- O Papa Francisco diz: “Já não é possível dizer que todos os que estão numa situação chamada ‘irregular’ vivem em estado de pecado mortal, privados da graça santificante” (301). Isso lhe surpreende? Você concorda com a afirmação?
12.- Quais os fatores que poderiam limitar a capacidade de tomar uma decisão ou atenuar a responsabilidade moral de uma pessoa por suas ações (301-302)?
13.- Qual o papel da consciência individual em situações que não encarnam objetivamente a compreensão de matrimônio que a Igreja tem (303)?
14.- Qual o papel do discernimento na aplicação dos princípios e normas gerais (304-305)?
15.- Francisco conclui que “é possível que uma pessoa, no meio duma situação objetiva de pecado – mas subjetivamente não seja culpável ou não o seja plenamente –, possa viver em graça de Deus, possa amar e possa também crescer na vida de graça” (305). Será que isso reflete a experiência vivida dos casais em “situações irregulares”?
16.- O Papa Francisco diz que tais casais deveriam receber a ajuda da Igreja, e na nota de rodapé n. 351 ele diz: “Em certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos”, incluindo a Eucaristia (306)? Como tais casais determinam se podem ou não comungar?
17.- De que forma “o amor cobre a multidão de pecados” (306)?
18.- Como a Igreja pode continuar a propor um ideal de matrimônio enquanto, ao mesmo tempo, mostra compaixão e misericórdia aos que não alcançam aquele padrão (307-310)?
19.- Como Francisco responde aos que preferem uma “pastoral mais rígida, que não dê lugar a confusão alguma” (308-311)?
20.- Francisco propõe um “discernimento pastoral cheio de amor misericordioso, que sempre se inclina para compreender, perdoar, acompanhar, esperar e sobretudo integrar” (312). Será que esta proposta é um divisor de águas para os casais em uniões irregulares
Capítulo IX: Espiritualidade conjugal e familiar
Neste capítulo, Francisco descreve certas características básicas da “espiritualidade específica que se desenrola no dinamismo das relações da vida familiar” (313).
Perguntas
1.- Como a presença do Senhor habita “na família real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários” (315)? Você já vivenciou a presença dele em sua família?
2.- “As exigências fraternas e comunitárias da vida em família são uma ocasião para abrir cada vez mais o coração, e isto torna possível um encontro sempre mais pleno com o Senhor”, escreve Francisco (316). É esta a sua experiência?
3.- “Os sofrimentos e os problemas são vividos em comunhão com a Cruz do Senhor”, escreve Francisco (317). Como isso tem sido verdade em sua vida?
4.- A sua família reza junto (318)? Como? Se não, rezar ajudaria?
5.- O que Francisco quer dizer por uma “Espiritualidade do amor exclusivo e libertador” (319-320)?
6.- Como uma “espiritualidade da solicitude, da consolação e do estímulo” ajuda as famílias (321-324)?
7.- “Nenhuma família é uma realidade perfeita e confeccionada duma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar”, escreve Francisco. Ao mesmo tempo, devemos parar de “pretender das relações interpessoais uma perfeição, uma pureza de intenções e uma coerência que só poderemos encontrar no Reino definitivo” (325). Francisco consegue um equilíbrio adequado entre o ideal e a realidade conjugal em sua exortação?
Veja também
Amoris Laetitia e a 'ética do possível', Revista IHU On-Line Nº 483.
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“Amoris Laetitia”. Um Guia de estudos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU