29 Setembro 2023
O artigo é de José Antônio Pagola, teólogo espanhol, publicado por Religión Digital, 25-09-2023.
A parábola é tão simples que parece indigna de um grande profeta como Jesus. No entanto, não se dirige ao grupo de crianças que correm ao seu redor, mas aos "principais sacerdotes e anciãos do povo", que o assediam quando ele se aproxima do templo.
De acordo com a história, um pai pede a dois de seus filhos para irem trabalhar em sua vinha. O primeiro responde bruscamente: "Não quero", mas não esquece o chamado do pai e acaba por trabalhar na vinha. O segundo reage com admirável disponibilidade: "Claro que vou, senhor", mas tudo fica em palavras. Ninguém o verá trabalhando na vinha.
A mensagem da parábola é clara. Até os líderes religiosos que ouvem Jesus concordam. Diante de Deus, o importante não é "falar", mas "fazer". Para cumprir a vontade do Pai Celestial, o que é decisivo não são palavras, promessas e orações, mas ações e vida diária.
O que surpreende é a aplicação de Jesus. Suas palavras não poderiam ser mais duras. Somente o evangelista Mateus as recolhe, mas não há dúvida de que eles vêm de Jesus. Só ele tinha essa liberdade em relação aos líderes religiosos: "Garanto-vos que publicanos e prostitutas vos conduzem pelo caminho do Reino de Deus".
Jesus fala a partir de sua própria experiência. Os líderes religiosos disseram "sim" a Deus. Eles são os primeiros a falar dele, de sua lei e de seu templo. Mas, quando Jesus os chama para "buscar o Reino de Deus e sua justiça", eles se fecham à sua mensagem e não entram nesse caminho. Eles dizem "não" a Deus com sua resistência a Jesus.
Cobradores de impostos e prostitutas disseram "não" a Deus. Vivem fora da lei, são excluídos do templo. No entanto, quando Jesus lhes oferece a amizade de Deus, eles ouvem o seu chamado e dão passos em direção à conversão. Para Jesus não há dúvida: o publicano Zaqueu, a prostituta que regou os pés de lágrimas e tantos outros... eles estão à frente no "caminho do Reino de Deus".
Neste caminho, avante não aqueles que fazem solenes profissões de fé, mas aqueles que se abrem a Jesus, dando passos concretos de conversão ao desígnio do Pai.
26 Tempo Comum – A (Mateus 21,28-32)
01 de outubro
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Diante de Deus, o importante não é “falar”, mas “fazer”. Artigo de José Antonio Pagola - Instituto Humanitas Unisinos - IHU